(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CURVA EM CRESCIMENTO

Mandetta sobre COVID-19: 'Estamos no in�cio da megaepidemia'

Ex-ministro da Sa�de acredita que Brasil pode chegar a 3 mil mortes ao dia e se preocupa com Sudeste: 'Se pegar uma espiral ascendente, o copo vai transbordar'


04/03/2021 15:29 - atualizado 04/03/2021 18:12

Mandetta diz que cenário da pandemia no país pode piorar se medidas de combate não forem endurecidas(foto: Nelson AlmeidaA/FP)
Mandetta diz que cen�rio da pandemia no pa�s pode piorar se medidas de combate n�o forem endurecidas (foto: Nelson AlmeidaA/FP)
Ap�s tr�s recordes de mortes em sete dias e 1.910 mortes em 24 horas, segundo boletim divulgado nessa quarta-feira (3/3), o Brasil caminha para viver dias ainda piores no enfrentamento ao novo coronav�rus. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, o ex-ministro da Sa�de Luiz Henrique Mandetta disse que, se n�o houver r�pida rea��o do sistema de sa�de, o n�mero de baixas di�rias vai passar de 2 mil e pode beirar os 3 mil. O m�dico cr� que a “megaepidemia citada diversas vezes por ele desde janeiro — e ocasionada pelas muta��es do v�rus — ainda est� em fase inicial.



“Chegamos ao in�cio dela (a megaepidemia). Costumo dividir espirais de crescimento de casos em ter�os. Estamos na metade do ter�o inicial; ainda n�o subimos o que vamos subir. Vamos ter uma epidemia paralela em praticamente todas as regi�es. Todos os estados est�o com o copo cheio. O transbordar do copo � o pr�ximo cap�tulo. O Sul transbordou o copo: ontem, em Santa Catarina, houve mortes de pessoas que aguardavam com a fam�lia no carro, mas morreram por n�o ter onde entrar. Isso � desassist�ncia, e em um dos estados mais ricos da federa��o. Temos mortes por desassist�ncia em algumas regi�es do Nordeste e no Rio Grande do Sul”, afirmou.

O agravamento da crise imposta pela COVID-19 vai depender da rea��o dos estados do Sudeste � propaga��o do v�rus. Se n�o houver conten��o, recordes podem ser superados sucessivamente.

“S�o mais de 100 milh�es de pessoas na regi�o. � metade da popula��o brasileira. Se pegar uma espiral ascendente, como deve acontecer nos pr�ximos dias, esse copo vai transbordar. O sistema n�o tem vasos comunicantes instalados para gerenciar isso. E a� vamos passar de 2 mil (mortes ao dia), chegando rapidamente a 2,5 mil e 3 mil. Vai de quais medidas que o Sudeste tomar� para tentar diminuir a transmiss�o e aumentar o n�mero de leitos”.

Reflexos de um ‘boicote’


Na vis�o de Mandetta, o pa�s n�o precisava atravessar a pandemia batendo marcas negativas recorrentemente. Ele tece cr�ticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e diz que a postura negacionista do chefe do Executivo federal prejudicou o combate � infec��o.

“Chegamos at� aqui porque foram boicotadas a preven��o — n�o lave as m�os, n�o use m�scara, aglomere e fa�a festas eram as falas do presidente. O eixo da aten��o (tamb�m foi boicotado): a ci�ncia tentando achar caminhos e (o governo dizia) use cloroquina e ivermectina, tome isso daqui que voc� fica bom. Tumultuou completamente o eixo do tratamento. O eixo das vacinas � uma trag�dia que estamos passando — e vamos passar por um bom tempo. N�o precisava ter sido assim, e n�o precisava ter sido eu (o ministro)”, sustentou, em tom cr�tico ao atual comandante da pasta de sa�de, o general Eduardo Pazuello.

Interior em colapso


Enquanto as capitais precisam lidar com impactos como os pacientes vindos do interior, os rinc�es do pa�s j� sentem os perversos efeitos da subida da curva da COVID-19. Em Minas Gerais, cidades como Montes Claros (Norte), Pouso Alegre (Sul), Uberaba e Uberl�ndia (ambas no Tri�ngulo) lutam contra a desassist�ncia.

Os n�veis de ocupa��o de leitos t�m crescido. Para deter o v�rus o governador Romeu Zema (Novo) anunciou um pacote de restri��es v�lido para as regi�es Tri�ngulo Norte e Noroeste. O toque de recolher comp�e a s�rie de a��es.

Para Mandetta, o avan�o da doen�a est� relacionado �s aglomera��es proporcionada pelos eventos de campanha eleitoral, ocorridos antes dos pleitos municipais de novembro passado. Promessas feitas por candidatos ajudaram a piorar o cen�rio

“Em setembro e outubro, a gente estava diminuindo. Quando o processo eleitoral termina, os casos come�am a subir, pois pol�tica e elei��o s�o encontros, reuni�es e corpo a corpo. � t�pico da democracia. Depois, houve uma renova��o, com muita gente que ganhou a elei��o falando que n�o ia mais fazer restri��es, que ia liberar geral, que aquilo era um absurdo, um exagero. Falando o que as pessoas queriam escutar. Os prefeitos que venceram com coloca��es do tipo ficaram presos a isso e, simplesmente, deixaram o barco correr no r�veillon e no Natal”, explicou o ex-ministro.

A entrevista


Jornalistas do Estado de Minas conversaram, por v�deo, com Luiz Henrique Mandetta. Entre esta quinta (04/03) e esta sexta-feira (05/03), p�lulas da entrevista ser�o publicadas. No domingo, v�o ao ar os trechos que tratam de temas pol�ticos, como a disputa eleitoral em 2022.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)