Atraso em contratos vai deixar Brasil com 19% menos vacinas em mar�o

A velocidade da vacina��o � um fator cr�tico para o pa�s conter o aumento das taxas de ocupa��o de leitos com pacientes de COVID-19. Mas o novo cronograma de entrega das vacinas contra a doen�a, obtido pelo Correio Braziliense, aponta uma queda na previs�o de doses que ser�o incorporadas ao Programa Nacional de Imuniza��o (PNI) em mar�o. Com o atraso do fechamento de contratos com fornecedores de imunizantes, o pa�s ter� este m�s 37,4 milh�es de vacinas dispon�veis, o equivalente a 81% do previsto.

Em 17 de fevereiro, o ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, anunciou que o pa�s contaria com 46 milh�es de doses em mar�o. Mas o novo calend�rio indica um atraso na importa��o de doses da Covishield, conhecida popularmente como a vacina de Oxford, por exemplo.

No documento apresentado em reuni�o com governadores, Pazuello informou que a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) entregaria 4 milh�es de doses prontas trazidas da �ndia, mais 12,9 milh�es de doses produzidas no Brasil com a mat�ria-prima importada ainda em mar�o. O novo cronograma indica, entretanto, que a Fiocruz entregar� 3,8 milh�es de doses produzidas no pa�s.

A Fiocruz j� entregou ao PNI 4 milh�es de doses prontas da Covishield, importadas da �ndia, e aguarda a chegada de mais 8 milh�es de imunizantes. Divididos em lotes de 2 milh�es, as vacinas come�am a chegar ao pa�s somente em abril. Em nota, a funda��o explicou que “somente ap�s os resultados dos lotes de valida��o e libera��o pela Anvisa � que ser� poss�vel precisar as datas e os quantitativos a serem disponibilizados para o PNI”. “O Instituto de Tecnologia em Imunobil�gicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) permanece com empenho total para disponibilizar sua vacina no menor prazo poss�vel”, completou a institui��o.

Questionado pelo Correio, o Minist�rio da Sa�de n�o comentou os motivos da mudan�a no cronograma. Em nota, o �rg�o federal informou que � importante ressaltar que o PNI depende da entrega dos laborat�rios para poder fazer o envio. “Portanto, o cronograma est� sujeito a altera��es”, ressaltou a pasta.

 

Nessa quinta-feira (05/03), durante live, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que, at� o fim de mar�o, ser�o disponibilizadas ao menos 20 milh�es de vacinas. Al�m disso, destacou que o governo prev� 400 milh�es de doses contra a COVID-19 at� janeiro de 2022. Outras 178 milh�es ainda est�o em tratativa. “Temos contratados no corrente ano, 400 milh�es de doses at� janeiro do ano que vem e temos 178 milh�es em tratativas. Neste m�s de mar�o, teremos, no m�nimo, 20 milh�es de doses dispon�veis. E, para o m�s seguinte, teremos, no m�nimo, mais 40 milh�es de novas doses”, disse o presidente.

Outra mudan�a que influenciou na queda do montante total esperado para mar�o foi o recebimento de doses da vacina russa Sputnik V. Em raz�o de impasses na negocia��o, a pasta mudou a previs�o de receber 400 mil doses de mar�o para abril. A maior parte das vacinas que v�o compor o PNI em mar�o ainda ser� disponibilizada pelo Instituto Butantan. De acordo com o minist�rio, 22,7 milh�es de doses da CoronaVac ser�o entregues � pasta.

Ontem, o Instituto Butantan recebeu a maior remessa de mat�ria-prima necess�ria para a produ��o da vacina CoronaVac no Brasil. Com a carga de 8,2 mil litros do Insumo Farmac�utico Ativo (IFA), o instituto paulista produzir� 14 milh�es de doses da vacina contra a covid-19. A entrega das vacinas neste m�s come�ou na quarta-feira (3), com a distribui��o de 900 mil doses ao governo federal.

Ainda esta semana, o governo federal anunciou a compra de 100 milh�es de doses das vacinas da Pfizer/BioNTech. Ontem, Bolsonaro confirmou que o governo federal comprar� o imunizante e que as primeiras doses chegar�o ao pa�s em abril. A declara��o ocorreu em Uberl�ndia (MG). O chefe do Executivo n�o especificou a quantia, mas relatou que chegar�o “alguns milh�es” de unidades da vacina. “Ent�o, j� que o Congresso falou que pode comprar essa vacina, o Pazuello assinou o contrato. Vamos comprar. No m�s que vem, eu n�o sei a quantidade, mas v�o chegar alguns milh�es aqui no Brasil”, completou.

Mais tarde, em uma rede social, o mandat�rio ainda procurou se justificar sobre a demora na vacina��o. “Desde meados do ano passado, o Brasil vem contratando laborat�rios buscando vacinas. Alguns teimam em dizer que n�s n�o nos preocup�vamos com vacinas. A partir de janeiro, quando a Anvisa deu o primeiro sinal verde, certificou a primeira vacina, eu sempre disse: havendo a certifica��o por parte da Anvisa, n�s compraremos aquela vacina, n�o interessa qual pa�s seja o fabricante. E assim come�amos a fazer”, apontou.

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