
“As empresas est�o no limite de produ��o (da capacidade produtiva). Algumas aumentaram (a produ��o) em quatro ou sete vezes e t�m empresas que dedicaram toda a sua produ��o aos medicamentos de intuba��o orotraqueal. Isso tamb�m � um problema, porque h� risco de desabastecimento de outros medicamentos”, disse Meiruze.
Durante o depoimento, ela se emocionou ao relatar a aus�ncia de anest�sicos para intubar pacientes — motivo pelo qual a reuni�o foi convocada, pois, desde a semana passada, estados v�m avisando ao Minist�rio da Sa�de que o aumento no n�mero de interna��es nas UTIs voltadas para o atendimento � covid-19 causaram a redu��o nos estoques de medicamentos que comp�em o kit intuba��o.
“Me emociono nesse processo. � dram�tico, � horr�vel saber que pessoas, nesse momento, nos hospitais, est�o sem acesso � assist�ncia b�sica. Porque ter acesso � analgesia � assist�ncia b�sica. Pe�o desculpas pela emo��o”, reagiu.
Requisi��es
Por causa da imin�ncia do desabastecimento, na semana passada, o Minist�rio da Sa�de anunciou a requisi��o administrativa de rem�dios que estavam em estoque nas ind�strias. Segundo Meiruze, para auxiliar nesse processo, a Anvisa tamb�m baixou medidas para aumentar o estoque dispon�vel dos insumos para a intuba��o de infectados com o novo coronav�rus — como a redu��o, de 15 dias para uma semana, do per�odo de quarentena nos galp�es das f�bricas antes de os rem�dios serem liberados para uso.
Diante do quadro relatado por Meiruze, o vice-presidente da C�mara dos Deputados, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), criticou a omiss�o do minist�rio na coordena��o do abastecimento de rem�dios para intuba��o de pacientes. A falta desses medicamentos, agravada por reajustes nos pre�os, tem provocado, segundo representantes de hospitais privados — que tamb�m participaram da audi�ncia —, a diminui��o da oferta de leitos para o tratamento da covid-19.
A C�mara deve remeter � pasta requerimento em que solicita a cria��o de uma central de demandas e de compras de medicamentos. “N�s temos uma corrida pela compra. Isso faz com que voc� tenha estados superabastecidos e estados sem nada, porque n�o h� um controle nacional de demanda. O Minist�rio da Sa�de precisa imediatamente tomar essa provid�ncia”, cobrou Ramos.Nenhum representante do governo federal compareceu � audi�ncia.
Cartas pedem coordena��o
Com o agravamento da pandemia da COVID-19 no Brasil, diversas entidades t�m se manifestado para orientar a popula��o e pedir uma definitiva uni�o entre governo federal, estados e munic�pios no combate ao v�rus. Em cartas abertas divulgadas ontem, a Associa��o M�dica Brasileira (AMB) pediu o banimento de rem�dios que vinham sendo indicados por Jair Bolsonaro e o Minist�rio da Sa�de num suposto tratamento precoce contra a doen�a — como a cloroquina, a ivermectina e a azitromicina —, enquanto a Confedera��o Nacional de Munic�pios (CNM) e o Conselho Nacional de Secret�rios de Sa�de (Conass) exigiram do presidente da Rep�blica a coordena��o nacional da luta contra a pandemia.
Por meio de uma carta, a CNM exortou Bolsonaro a assumir “de uma vez por todas o papel constitucional de coordena��o nacional no enfrentamento da COVID-19 no pa�s, promovendo o alinhamento entre as esferas de governo e de poder”. “� hora de colocar a evid�ncia cient�fica como norte e despolitizar a pandemia, superando diverg�ncias e priorizando a defesa da vida para estancar as milhares de mortes”, cobrou.
A preocupa��o � a mesma da AMB, que divulgou uma rela��o de medidas para o enfrentamento da doen�a. A associa��o cita a vacina��o c�lere como “medida ideal” para controlar a transmiss�o, mas aponta o isolamento social, o uso correto de m�scaras, a ventila��o adequada de ambientes e outras medidas como fundamentais. E condena a prescri��o de rem�dios sem efic�cia no tratamento da COVID-19.
“Medica��es como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, n�o possuem efic�cia cient�fica comprovada de benef�cio no tratamento, portanto, a utiliza��o deve ser banida”, exigiu o documento.
“Medica��es como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, n�o possuem efic�cia cient�fica comprovada de benef�cio no tratamento, portanto, a utiliza��o deve ser banida”, exigiu o documento.
A AMB ainda alertou para que pessoas com suspeita ou com a confirma��o da covid-19 n�o se automediquem ou usem corticoides, como a dexametasona e a prednisona. “Utilizados fora do per�odo correto, podem piorar a evolu��o da doen�a”, afirmou.
Sobre o novo ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, que tomou posse ontem, a AMB salientou que “os brasileiros almejam que vossa gest�o ecoe e se guie exclusivamente pela voz da ci�ncia”. E cobrou que ele seja “um exemplo de independ�ncia” na implanta��o de pol�ticas e medidas consistentes e necess�rias.
Da mesma forma, o Conass cumprimentou Queiroga e pediu a��es “sin�rgicas”. “Mais do que nunca, a popula��o necessita de uma coordena��o nacional para o enfrentamento da covid-19, com a��es precisas, amparadas na ci�ncia, que garantam a preven��o de novos cont�gios”, salientou o texto. (MEC)