O m�dico de 43 anos tem no nome de urna um sinal da linhagem que o elegeu. Seu pai � o suplente de deputado estadual Coronel Jairo, PM da reserva que foi parlamentar de 2003 a 2018 e � citado na CPI das Mil�cias da Alerj como supostamente ligado � Liga da Justi�a. Dez anos depois, passou pela cadeia, levado pela Opera��o Furna da On�a. Repudia as acusa��es e nega os crimes.
Dr. Jairinho est� em seu 5º mandato como vereador. Come�ou em 2004, aos 27 anos, pelo PSC, numa t�pica carreira impulsionada por la�os de fam�lia. Jairo, o Mo�o, elegeu-se na mesma base do pai, Jairo, o Velho, com centro em Bangu, Realengo e Padre Miguel. Depois disso, venceu duas elei��es, em 2008 e 2012, pelo mesmo PSC. Depois, concorreu pelo MDB e obteve o �ltimo mandato pelo Solidariedade - partido que agora fala em examinar sua "expuls�o sum�ria".
Em 2020, Dr. Jairinho foi o 28.º mais votado no Legislativo carioca, com 16.061 votos. Sem muita nitidez ideol�gica e com CRM ativo desde julho de 2004, foi l�der dos governos de Eduardo Paes (DEM) e de Marcelo Crivella (Republicanos).
Ainda era l�der de Crivella na C�mara quando, no 2º turno da elei��o do ano passado, participou de um evento de apoio a Paes no Gin�sio Jairo Souza Santos, batizado com o nome do pai, onde pediu que votassem no atual prefeito. �quela altura, a elei��o para a prefeitura do Rio era, para os pol�ticos mais experientes, "jogo jogado". Pesquisas davam grande vantagem ao demista. O vereador rapidamente voltou ao velho aliado, que o aceitou sem restri��es. Afinal, a proximidade do poder lhe garante a presen�a em inaugura��es da prefeitura, que rendem votos.
Milicianos
Na mesma regi�o onde Dr. Jairinho e o pai colhem votos, milicianos atuam. No Jardim Batam, em Realengo, em 2008, uma equipe do jornal O Dia, que se infiltrara na comunidade para uma reportagem sobre a mil�cia, foi capturada por criminosos.
Em seus 16 anos na C�mara, Dr. Jairinho ocupou postos de destaque, al�m de liderar os governos Paes e Crivella. Foi primeiro-secret�rio, presidiu a Comiss�o de Educa��o e a do Plano Diretor, foi vice da Comiss�o de Sa�de.
Pessoalmente, destaca-se pelos cuidados pessoais. Veste ternos bem cortados. Polido e contido, n�o passa emo��es a seus interlocutores. Nas �ltimas semanas, ap�s a morte de Henry, surgiram contra ele den�ncias de supostos atos de viol�ncia.
Ex-namoradas denunciaram agress�es e amea�as contra elas e as crian�as. A defesa do pol�tico rebateu as acusa��es. Os depoimentos sobre supostas agress�es motivaram investiga��es na Delegacia da Crian�a e do Adolescente V�tima. Tamb�m l� o vereador, agora preso, ter� de se explicar.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.