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Estado de Minas COVID-19

M�dica que indicou nebuliza��o de hidroxicloroquina � demitida em Manaus

Uma paciente que havia acabado de ter um filho morreu. Secretaria de Sa�de abriu investiga��o sobre a conduta de Michelle Chechter


15/04/2021 09:26 - atualizado 15/04/2021 11:18

Michelle Chechter trabalhava na maternidade Instituto da Mulher Dona Lindu, em Manaus, e agora sua conduta será investigada(foto: Arquivo Pessoal)
Michelle Chechter trabalhava na maternidade Instituto da Mulher Dona Lindu, em Manaus, e agora sua conduta ser� investigada (foto: Arquivo Pessoal)

Depois de aplicar nebuliza��o de hidroxicloroquina como tratamento para a COVID-19 na maternidade Instituto da Mulher Dona Lindu, em Manaus, que teria provocado a morte de uma paciente submetida ao procedimento, a m�dica ginecologista Michelle Chechter foi demitida pela Secretaria de Estado da Sa�de do Amazonas, que tamb�m abriu investiga��o sobre a conduta da profissional.

A Secretaria informou que o tratamento n�o est� incluido nos protocolos terap�uticos, nem no instituto, nem das unidades da rede estadual de sa�de. Em nota, a pasta divulgou ainda que o procedimento n�o � indicado mesmo com o "consentimento de pacientes ou de seus familiares", como consta no texto.


A secretaria determinou abertura de sindic�ncia e afastou a m�dica. Michele teria sido contratada em regime tempor�rio. De acordo com o comunicado da Secretaria de Estado de Sa�de do Amazonas, "o procedimento tratou-se de um ato m�dico, de livre iniciativa da profissional, que n�o faz mais parte do quadro da maternidade".


A mulher que faleceu ap�s passar pela nebuliza��o acabara de ter um filho. O rec�m-nascido est� bem. A paciente morreu em fevereiro, mas a situa��o s� veio a p�blico agora. Outra paciente submetida � nebuliza��o de hidroxicloroquina sobreviveu.

O instituto divulgou que ambas assinaram um termo de consentimento. Ainda segundo o comunicado da pasta, a secretaria e o instituto n�o compactuam com a pr�tica de "qualquer terap�utica experimental de teor relatado e n�o reconhecida."


A m�dica ficou conhecida depois que o ministro Onyx Lorenzoni compartilhou, no Twitter, v�deo onde ela administra nebuliza��o com hidroxicloroquina
. No v�deo, aparentemente gravado em 9 de fevereiro, Michelle Chechter induz a paciente a afirmar que a nebuliza��o est� funcionando. Em seguida, mostra o monitor da taxa de satura��o oscilando entre 87% e 95%. "Vai respirando fundo", orienta a m�dica.

Em Camaqu�, No Rio Grande do Sul, outros tr�s pacientes que passaram pela nebuliza��o com hidroxicloroquina morreram em mar�o. O tratamento aconteceu no Hospital Nossa Senhora Aparecida, que tamb�m declarou que o procedimento n�o faz parte de seus protocolos. O procedimento foi administrado pela m�dica Eliane Scherer, denunciada pelo hospital ao Conselho Regional de Medicina e ao Minist�rio P�blico, que j� investiga a conduta da m�dica.

Por enquanto, Michelle Chechter diz que n�o est� concedendo entrevistas. Pelas seus endere�os nas redes sociais, � poss�vel constatar que ela apoia o tratamento precoce para o coronav�rus, um conjunto de rem�dios sem comprova��o cient�fica preconizado para enfrentamento da doen�a, que em muitos casos t�m originado efeitos adversos graves. A ginecologista � apoiadora de Jair Bolsonaro, que tamb�m defende o chamado kit-COVID.

 

O "protocolo" adotado em Manaus foi criado pelo m�dico ucraniano-americano Vladimir Zelenko, que ganhou notoriedade em mar�o de 2020, quando sua defesa do uso da cloroquina contra a COVID-19 foi abra�ada pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump. Mesma postura que ganharia espa�o no Brasil.


A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) j� concluiu que a hidroxicloroquina n�o funciona no tratamento contra a COVID-19 e alertou ainda que seu uso pode causar efeitos adversos graves, podendo levar � morte.
 
Esta pr�tica de nebuliza��o tem sido difundida no Brasil, inclusive com apoio de pol�ticos e formadores de opini�o. A  inala��o de comprimidos de cloroquina macerados e dilu�dos em soro fisiol�gico � de alto risco e danosa ao j� combalido sistema respirat�rio do paciente que enfrenta a COVID-19.


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