
A Funda��o Oswaldo Cruz e o Instituto Butantan, respons�veis pela fabrica��o dos dois principais imunizantes aplicados no Brasil, enfrentam dificuldades na produ��o de vacinas devido � falta do Ingrediente Farmac�utico Ativo (IFA) — cujas remessas est�o travadas pela burocracia chinesa. Na �ltima segunda-feira, a Fiocruz anunciou que ser� necess�rio interromper amanh� a produ��o at� a chegada do novo lote de insumos. J� o Butantan suspendeu a fabrica��o na �ltima sexta-feira tamb�m por causa dos insumos.
A dificuldade para trazer o IFA impacta no cumprimento do Plano Nacional de Imuniza��o (PNI). Segundo o minist�rio, do total de doses contra a COVID-19 distribu�dos no pa�s, de janeiro at� o momento, 70% foram da CoronaVac, 29,3% da Oxford/AstraZeneca e 0,7%, da Pfizer.
Jonas Brandt, epidemiologista e professor de Sa�de Coletiva na Universidade de Bras�lia (UnB), explica que a desorganiza��o tem sido um advers�rio mais implac�vel do que o pr�prio novo coronav�rus.
“Outro problema ser�ssimo no pa�s � a falta de uma organiza��o para enfrentamento da pandemia. Ent�o, os n�veis de transmiss�o viral no Brasil permanecem muito altos. Eles se reduziram, n�s j� n�o estamos na fase cr�tica, como estivemos h� mais de quatro mil mortes di�rias. Mas ainda estamos com um n�mero alt�ssimo de �bitos”, salientou.
Segundo o epidemiologista, as dificuldades de investimento em ci�ncia no pa�s piora a situa��o da pandemia. “No momento em que dever�amos estar com as universidades em funcionamento, plenamente operacionais, de modo a formar e fortalecer os recursos humanos para o sistema de sa�de, ocorre um cen�rio no qual as institui��es n�o conseguem dar conta em formar mais jovens na ci�ncia”, destacou.
O Butantan espera receber, no pr�ximo dia 26, uma nova remessa de IFA, que garantir� a produ��o de cerca de 7 milh�es de doses da CoronaVac. A Fiocruz, respons�vel pela produ��o da Oxford/AstraZeneca, espera para o pr�ximo s�bado nova remessa do insumo, destinada � produ��o de mais de 12 milh�es de vacinas.