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Estado de Minas VIOL�NCIA

Dr.Jairinho � indiciado por torturar filho de ex-namorada em 2016

A m�e da crian�a tamb�m foi indiciada, por omiss�o, porque n�o impediu Jairinho de ter contato com o filho mesmo sabendo de pelo menos um epis�dio de viol�ncia


01/06/2021 20:18 - atualizado 01/06/2021 21:36

Dr. Jairinho e Monique Medeiros da Costa e Silva, mãe do menino Henry Borel(foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Dr. Jairinho e Monique Medeiros da Costa e Silva, m�e do menino Henry Borel (foto: T�nia R�go/Ag�ncia Brasil)

O m�dico e vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos Junior, o doutor Jairinho, de 43 anos, foi indiciado nesta ter�a-feira, 1º, pela Pol�cia Civil do Rio por torturar um menino de 3 anos, filho de uma mulher com quem ele namorou e chegou a morar. As torturas aconteceram em 2016. A m�e da crian�a tamb�m foi indiciada, por omiss�o, porque n�o impediu Jairinho de ter contato com o filho mesmo sabendo de pelo menos um epis�dio de viol�ncia. O relacionamento entre ambos se manteve at� 2020. Jairinho est� preso desde 8 de abril e responde por tortura e morte de seu enteado Henry Borel, de 4 anos, filho de sua namorada Monique Medeiros, que tamb�m est� presa. Ele tamb�m j� era r�u por torturar a filha de outra namorada, entre 2011 e 2012.

Durante a investiga��o das agress�es a Henry, a pol�cia descobriu relatos de que Jairinho j� tinha agredido filhos de namoradas anteriores. D�bora Melo Saraiva seria um desses casos - uma pessoa denunciou ter flagrado Jairinho agredindo o filho dela. D�bora ent�o foi � Delegacia da Crian�a e do Adolescente V�tima (DCAV) no dia 22 de mar�o e contou que mantivera um relacionamento conturbado com o vereador, a partir do final de 2014, quando ela trabalhava na C�mara Municipal (e ele j� era vereador). Mas ela omitiu as agress�es. Em 16 de abril, oito dias ap�s a pris�o de Jairinho, D�bora voltou � delegacia e mudou sua vers�o: disse ter sido agredida pelo vereador em v�rias ocasi�es, tendo at� quebrado um dedo dela, e tamb�m narrou agress�es dele ao filho.

A crian�a tamb�m foi ouvida e relatou agress�es. "A crian�a reviveu parte de epis�dios sofridos, como sufocamento com saco na cabe�a, pis�es na barriga e uma grave fratura de f�mur", contou nesta ter�a-feira o delegado Adriano Fran�a, titular da DCAV.

Segundo a pol�cia, em 2016 o menino de 3 anos foi obrigado por Jairinho a entrar no carro e, com medo, vomitou dentro do ve�culo. Depois, na tentativa de fugir, pulou do carro e quebrou o f�mur. Ao levar a crian�a ao hospital municipal Louren�o Jorge, na Barra da Tijuca (zona oeste), Jairinho e D�bora contaram que o menino havia sofrido um acidente casual, e negaram agress�o - por isso o casal est� sendo indiciado tamb�m por falsidade ideol�gica. Nos documentos relativos �quele atendimento, apresentados � pol�cia pelo hospital Louren�o Jorge, uma psic�loga relatou que o menino, ao ser atendido ferido, contou que n�o queria entrar no carro do qual havia saltado. No prontu�rio, al�m da fratura, constam hematomas nas bochechas e assaduras nos gl�teos - sinais das agress�es que ele havia sofrido e devido as quais tentara fugir.

D�bora n�o comunicou o epis�dio do carro �s autoridades nem � equipe de profissionais de sa�de que atendeu a crian�a. Mesmo ciente das agress�es de Jairinho ao filho, ela permitiu que o vereador sa�sse com a crian�a, que, segundo a pol�cia, acabou "sofrendo novo epis�dio de intensa dor e sofrimento". Ela tamb�m continuou dividindo a casa com Jairinho, em Jacarepagu� (zona oeste). "D�bora continuou a ficar na condi��o de amante at� o fim de 2020, ainda com alguns encontros espor�dicos em 2021, preferindo fingir que nada aconteceu com seu filho", disse o delegado.

A reportagem tentou localizar representantes de D�bora para que se pronunciem sobre o indiciamento, sem sucesso at� a publica��o deste texto. Tamb�m procurada, a defesa de Jairinho n�o se manifestou sobre a decis�o da pol�cia.

Al�m das duas acusa��es referentes a Henry (por tortura e homic�dio) e do indiciamento anunciado nesta ter�a-feira, Jairinho j� era r�u em um processo por tortura a outra crian�a.

Em 3 de maio a Justi�a do Estado do Rio aceitou den�ncia contra Jairinho por tortura praticada nos anos de 2011 e 2012 contra uma menina de 4 anos, filha de uma cabeleireira que conheceu Jairinho em 2010 e manteve um relacionamento com ele at� 2013. Nesse intervalo, chegaram a ficar noivos. A menina, que � �poca tinha de 3 a 5 anos e hoje tem 13, disse que o vereador bateu a cabe�a dela contra a parede do box de um banheiro e pisou sobre o corpo dela no fundo de uma piscina, tentando impedir que ela emergisse para respirar. "� �poca, essa crian�a tinha entre 3 e 5 anos. Essa crian�a sofreu uma s�rie de viol�ncias e at� tortura", disse o delegado Felipe Curi, diretor do Departamento-Geral de Pol�cia Especializada (DGPE), em entrevista coletiva concedida quando o indiciamento foi anunciado, em 30 de abril.

"A crian�a tinha pavor e p�nico ao ver o carro de Jairinho. A figura dele trazia lembran�as das agress�es. Ela ficava segurando na perna da av� para n�o ir ao encontro do doutor Jairinho. Quando identificaram a �nsia de v�mito e o p�nico da crian�a, ela foi afastada do conv�vio (com ele). A crian�a foi praticamente criada pela av� por quest�es familiares", contou o delegado Adriano Fran�a, titular da DCAV, em 30 de abril.

"Por medo, a m�e da crian�a acabou n�o denunciando. Com o caso do Henry, ela criou coragem e acabou denunciando. Esse caso n�o tem nada a ver com o caso Henry, mas surgiu no bojo da investiga��o e serve para corroborar o perfil de viol�ncia do doutor Jairinho contra menores filhos das pessoas com quem ele t�m relacionamento amoroso", completou o delegado Felipe Curi. A m�e da crian�a � considerada pela pol�cia v�tima de viol�ncia dom�stica e n�o foi indiciada por n�o ter denunciado as agress�es dele � filha.


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