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A transmiss�o comunit�ria da COVID-19 permanece em n�veis "extremamente altos" em quase todo o Brasil, um sinal de que a pandemia do novo coronav�rus segue descontrolada no pa�s, segundo um mapa in�dito feito por pesquisadores da Fiocruz (Funda��o Oswaldo Cruz).
Com base em dados do SIVEP-Gripe, Sistema de Informa��o da Vigil�ncia Epidemiol�gica da Gripe do Minist�rio da Sa�de, e estimativas corrigidas, eles observaram a evolu��o do n�mero de hospitaliza��es por SRAG (S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave) por data dos primeiros sintomas e constataram que na semana iniciada em 7 de junho, a transmiss�o comunit�ria do v�rus est� "extremamente alta" em todas as Unidades da Federa��o, com exce��o de Roraima e Esp�rito Santo. Nesses dois �ltimos, "muito alta".
Isso quer dizer, segundo Leonardo Bastos, estat�stico e pesquisador em Sa�de P�blica do PROCC (Programa de Computa��o Cient�fica da Fiocruz (Procc/Fiocruz), os 24 Estados e o Distrito Federal t�m uma taxa superior � de 10 hospitaliza��o por cada 100 mil habitantes, "valor refer�ncia de algo extremamente alto", diz ele em sua conta oficial no Twitter.
"Muitos est�o bem acima, e j� estiveram pior", acrescenta.
Evolu��o da transmiss�o comunit�ria da COVID-19 segundo a hospitaliza��o da SRAG por UF, usando dados do SIVEP-Gripe e para as semanas mais recentes as estimativas corrigidas (nowcasting) pic.twitter.com/0UCMTZVGlC
— Leo Bastos %uD83D%uDCC8%uD83D%uDCC9 (@leosbastos) June 10, 2021Chama-se "transmiss�o comunit�ria" a ocorr�ncia de casos sem v�nculo a um caso confirmado, em �rea definida. Ou seja, quando n�o � mais poss�vel rastrear qual a origem da infec��o, indicando que o v�rus circula entre as pessoas, independente de terem viajado ou n�o para o exterior.
Este � o caso do novo coronav�rus no Brasil e em muitos pa�ses do mundo.
Bastos ressalva que, embora hospitaliza��es n�o sejam necessariamente casos confirmados, "podemos assumir que o n�mero de casos � proporcional ao n�mero de hospitaliza��es".
Al�m disso, acrescenta ele, apesar de nem todas as notifica��es de SRAG serem associadas � COVID, desde mar�o de 2020, "a grande maioria das hospitaliza��es por SRAG s�o COVID, sim".
'Foguete parado na estratosfera'
Portanto, quando se ouve falar de "estabilidade da pandemia de COVID-19" no Brasil, isso n�o significa que ela est�, necessariamente, sob controle.
Pelo contr�rio, os casos permanecem em "um patamar absurdamente elevado, que gera, por consequ�ncia, um n�mero alt�ssimo de interna��es e de �bitos", diz � BBC News Brasil Isaac Schrarstzhaupt, cientista de dados e coordenador na Rede An�lise COVID-19, iniciativa que re�ne pesquisadores para divulgados dados e combater a desinforma��o sobre a pandemia.
"Eu fa�o uma analogia com um foguete: deixamos ele decolar e chegar at� a estratosfera, e a� ele parou l� em cima. Agora est� at� subindo novamente", explica.
"Para ilustrar, ontem (10/6), tivemos quase 90 mil novos casos notificados. Em um dia. Quantas interna��es e quantos �bitos sair�o desses 90 mil casos s� de um dia de notifica��es?"
Schrarstzhaupt alerta que desde abril tem havido uma "revers�o da tend�ncia de queda em patamares elevados".
Apesar disso, em um �ltimo desdobramento da crise do coronav�rus no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro disse ter pedido ao ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, um parecer para liberar vacinados e recuperados da COVID de usar m�scaras, ideia criticada por especialistas em sa�de p�blica, uma vez que mesmo quem foi vacinado ou teve a doen�a ainda pode contrair o v�rus e transmiti-lo para outras pessoas.
Bolsonaro voltou a defender a proposta nesta sexta-feira (11/6), mas afirmou que a decis�o final ser� de governadores e prefeitos. "Eu n�o apito nada", ironizou.
O Brasil � o terceiro pa�s em n�mero de casos de COVID-19 (17,2 milh�es) e o segundo em n�mero de mortes (482 mil).
Nas �ltimas 24 horas, os �bitos em decorr�ncia da doen�a somaram 2.344. S�o 140 dias com m�dia m�vel de mortes acima de 1 mil.
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