
O miliciano mais procurado do Rio, Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, foi alvo de uma opera��o policial na manh� deste s�bado, 12. A Pol�cia Civil informou inicialmente que Ecko foi preso, mas, segundo a TV Globo, o miliciano teria sido baleado e morreu.
Nas redes sociais, o governador Cl�udio Castro (PL) disse que a opera��o foi um "golpe duro nas fac��es criminosas do Estado". "Hoje � um dia importante. Demos um golpe duro nas fac��es criminosas do Estado. Parab�ns, Pol�cia Civil, pela opera��o cir�rgica e sigilosa que capturou o Ecko, miliciano mais procurado do Brasil", escreveu Castro, em sua conta no Twitter, sem confirmar a morte do miliciano na opera��o.
Ecko teve pris�o preventiva decretada em fevereiro de 2019. O Disque Den�ncia, entidade sem fins lucrativos que recebe den�ncias an�nimas por telefone, oferecia uma recompensa de R$ 10 mil por informa��es que levassem a sua captura.
No pedido de pris�o de 2019, o grupo de Ecko � descrito como "organiza��o criminosa" com "estrutura ordenada e caracterizada pela divis�o de tarefas". A atua��o do Bonde do Ecko se espalha por um grande territ�rio da zona oeste da capital, em bairros como Santa Cruz, Campo Grande, Cosmos, Paci�ncia e Sepetiba, e chegou a outras cidades da regi�o metropolitana, como Itagua�, Nova Igua�u e Serop�dica.
Investiga��es passadas mostram que o Bonde do Ecko � sucessor da Liga da Justi�a, uma das mais antigas mil�cias do Rio, desde que esses grupos majoritariamente formados por policiais militares, bombeiros e homens egressos dessas for�as de seguran�a passaram a se organizar como tal no in�cio dos anos 2000.
Os irm�os e ex-policiais Natalino e Jerominho Guimar�es, ex-deputado estadual e ex-vereador, respectivamente, s�o acusados de fundar a Liga da Justi�a. Presos, ficaram 11 anos na cadeia, at� serem soltos em 2018. Com a pris�o dos irm�os ex-policiais, entre 2007 e 2008, a Liga da Justi�a deu os primeiros passos rumo uma associa��o com traficantes de drogas, uma virada na forma de atuar desses grupos.
Na origem, no in�cio dos anos 2000, as mil�cias ficaram conhecidas por formar grupos armados que combatiam os traficantes nas favelas, especialmente na zona oeste, e passavam a dominar as localidades, com poder armado. Por um lado, ofereceriam seguran�a aos moradores. Por outro, controlariam atividades ilegais como transporte clandestino por vans, venda de botij�o de g�s, acesso a TV a cabo e internet clandestina.
O estudo Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro, divulgado em outubro do ano passado, apontou que grupos milicianos do Rio j� controlam 57% do territ�rio da capital fluminense. As tr�s fac��es do tr�fico carioca t�m, somadas, o dom�nio de 15%. O levantamento foi feito por meio de uma parceria entre o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF, o N�cleo de Estudos da Viol�ncia da USP, o Disque-Den�ncia e as plataformas Fogo Cruzado e Pista News.
A associa��o com o tr�fico come�ou com a entrada de traficantes na Liga da Justi�a. Considerado hoje o grupo miliciano mais forte do Rio, o Bonde do Ecko � uma esp�cie de continua��o da Liga da Justi�a e j� expandiu sua atua��o para munic�pios da regi�o metropolitana, principalmente na Baixada Fluminense.