
Em v�rios outros experimentos tamb�m publicados na internet, � poss�vel ver que basta um pouco de umidade para que uma moeda, �m� ou qualquer objeto pequeno e leve fique grudado no bra�o de qualquer pessoa – tendo ela tomado ou n�o a vacina.
Al�m disso, o �nico metal presente na composi��o das vacinas – em dose baix�ssima – � o hidr�xido de alum�nio, que n�o tem capacidade magn�tica nessa propor��o.
O Instituto Butantan, respons�vel pela fabrica��o da Coronavac, tamb�m j� desmentiu as alega��es.
O Comprova entrou em contato com a mulher que aparece no v�deo e com a autora do post no Facebook, mas n�o teve retorno at� a publica��o desta verifica��o.
Como verificamos?
Tentamos entrar em contato com a idosa que aparece no v�deo que viralizou, para checar se ela fez o “experimento” acreditando mesmo nele ou se, de forma proposital, adotou algum truque. Encontramos o perfil dela no Facebook, com as informa��es que ela mesma fornece no v�deo, mas ela n�o respondeu aos nossos contatos por mensagem na rede social. A usu�ria que publicou o v�deo tamb�m foi contatada pela plataforma.
Depois, buscamos outras publica��es online sobre o assunto, e encontramos um post do Centro de Refer�ncia para o Ensino da F�sica, publicado em maio, que j� explicava a impossibilidade da hip�tese de uma “vacina magn�tica”.
Tamb�m encontramos outros v�deos publicados na internet por pessoas que provaram que � poss�vel fazer o truque mesmo sem estar vacinado contra a covid-19.
Buscamos ainda o posicionamento do Instituto Butantan, respons�vel pela fabrica��o da Coronavac no Brasil.
Por fim, consultamos outras verifica��es publicadas por checadores brasileiros e de outros pa�ses sobre o assunto.
O Comprova fez esta verifica��o baseado em informa��es cient�ficas e dados oficiais sobre o novo coronav�rus e a covid-19 dispon�veis no dia 14 de junho de 2021.
Verifica��o
No v�deo que viralizou, a idosa, que se apresenta como Matilde Rodrigues, da cidade de Salto do Pirapora, em S�o Paulo, diz ter tomado as duas doses da Coronavac – uma em cada bra�o. Ent�o, ela faz um “experimento”, colocando uma moeda de um real sobre o local onde supostamente foi imunizada. A moeda adere � pele nesses pontos, mas n�o gruda em outras partes do bra�o. Por isto, ela afirma que a vacina “deve ter algum �m�”.
Ades�o � pele
Em maio, os professores do Centro de Refer�ncia para o Ensino da F�sica, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CREF/URFGS), Fernando Kokobun e Fernando Lang da Silveira, fizeram um post com explica��es do que pode provocar a ades�o de uma moeda ou outros objetos met�licos ou magn�ticos � pele.
Em um v�deo, os professores mostram que uma moeda de 50 centavos adere facilmente ao bra�o de uma pessoa, em local onde n�o havia sido aplicada nenhuma vacina. O efeito, segundo eles, � produzido “sem magnetismo algum, apenas com uma leve hidrata��o do local (caso a pele esteja seca) onde se deseja a ades�o da moeda. Se a pele estiver seca, basta passar um pano �mido no local, para que a moeda, levemente pressionada � pele hidratada, tenha ader�ncia suficiente para ali ficar”.
No Twitter, o m�dico e doutorando da Universidade de Oxford, no Reino Unido, Ricardo Parolin, tamb�m publicou um v�deo, mostrando que, mesmo sem ter tomado a vacina, foi capaz de provocar a ades�o de uma moeda ao pr�prio bra�o, passando antes uma toalha levemente molhada no local.
Para os professores do CREF/UFRGS, todo o boato � uma “teoria conspirat�ria”, e tudo n�o passa de um “comum efeito de ades�o propiciado por for�as intermoleculares”.
Composi��o da vacina
O �nico componente met�lico da vacina do Butantan e do laborat�rio Sinovac � o hidr�xido de alum�nio. De acordo com a institui��o brasileira, trata-se de um “componente adjuvante, seguro, aprovado e utilizado h� d�cadas”, que n�o causa problemas de sa�de. Os adjuvantes s�o compostos que estimulam a produ��o dos anticorpos e melhoram a resposta imune do organismo ap�s a vacina��o.
“Segundo o diretor de ensaios cl�nicos do Instituto Butantan, Ricardo Palacios, materiais paramagn�ticos como o alum�nio fazem parte da composi��o do corpo humano e s� podem ser influenciados magneticamente por for�as muito potentes, como as usadas nos aparelhos de resson�ncia magn�tica nuclear”, diz a publica��o no site do Butantan.
E o diretor ainda complementa: “Em situa��es cotidianas, as pessoas n�o se exp�em a essas grandes for�as magn�ticas. A quantidade de alum�nio existente na composi��o do corpo humano e a exposi��o di�ria por ingest�o � muito maior que a administrada na vacina, que n�o � capaz de alterar significativamente a propor��o de alum�nio de uma pessoa”.
Kokobun e Lang da Silveira, do CREF/UFRGS, apontam ainda que a quantidade da subst�ncia presente em uma dose de vacina � um mil�simo da encontrada em comprimidos de anti�cido – que n�o possuem qualquer efeito magn�tico.
Todos os poss�veis efeitos colaterais gerados pela Coronavac, que n�o incluem magnetismo, est�o descritos na bula do imunizante.
Por que investigamos?
O Comprova verifica, em sua quarta fase, conte�dos sobre a pandemia ou pol�ticas p�blicas do governo federal que tenham viralizado nas redes sociais.
O v�deo em quest�o acumula mais de 40 mil intera��es em um �nico post no Facebook, e j� foi compartilhado diversas outras vezes em outras plataformas, como o Twitter, Youtube, Instagram e Whatsapp. Outros v�deos semelhantes, com as mesmas alega��es, tamb�m se espalham por todas essas redes, inclusive em outros pa�ses, aumentando a desconfian�a do p�blico com as vacinas – apontadas por especialistas como a principal medida para solucionar a pandemia.
O Comprova j� concluiu que era falso um boato que associava a imuniza��o ao c�ncer, danos gen�ticos e ‘homossexualismo’ e que a OMS n�o recomendou uma terceira aplica��o da CoronaVac.
Outros conte�dos sobre a suposta “vacina magn�tica” — seja a Coronavac ou o imunizante da AstraZeneca — j� foram desmentidos no Brasil pelo Estad�o, G1, Aos Fatos, AFP e UOL. Fora do pa�s, o tema tamb�m foi checado pela BBC, Verifica, Animal Politico, FactCheck.org e Maldita.
Falso, para o Comprova, � o conte�do inventado e divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira.