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Pre�o do seguro dos carros usados acompanha sua valoriza��o no mercado

Escassez de ve�culos novos aqueceu a procura pelos usados. Custo das pe�as de reposi��o � outro fator que contribui para elevar o pre�o da prote��o veicular


11/10/2021 10:22

Preço do seguro dos carros usados aumentou
(foto: Mario Tama/AFP)
A falta de carros novos no mercado, pela escassez de insumos provocada pela pandemia e a consequente alta do d�lar frente ao real, valoriza o produto e tamb�m eleva a demanda por usados e seminovos. No entanto, um detalhe que vem passando despercebido � que, com essa conjuntura adversa, a ap�lice de seguros tamb�m fica mais salgada para todos. Isso porque, nos c�lculos atuariais para avaliar o valor das ap�lices, as seguradoras levam em considera��o, entre outros itens, o custo das pe�as de reposi��o, que est� nas alturas.

Um conjunto de fatores acendeu o alerta dos que procuram por carros usados nas concession�rias. Os consumidores, aos poucos, est�o come�ando a perceber mudan�as estruturais, segundo S�rgio Ricardo de Magalh�es Souza, consultor t�cnico de seguros e coordenador do programa de p�s-gradua��o em seguros da Universidade de Petr�polis (Ipetec). Ele chama a aten��o para os fatores sens�veis que v�o onerando o bolso do comprador.

“Usando como refer�ncia um Ford Fiesta do ano de 2014, que valia R$ 28 mil em 2020, hoje, custa R$ 36 mil. E o seguro, que estava em torno de R$ 1,2 mil, atualmente, n�o sai por menos de R$ 1,5 mil”, conta Magalh�es Souza. Mesmo com poucos carros na rua (novos e usados), n�o somente pela pandemia, mas pelos constantes aumentos da gasolina, o sumi�o dos componentes — alguns importados — e a log�stica de transporte fazem a diferen�a. “O custo de manuten��o � um fator que est� no radar das empresas de seguro”, conta Souza.

Os semicondutores (chips usados em diferentes mecanismos do carro) est�o entre os que mais aumentaram — mais de 200% em alguns casos, segundo a KPMG. Para se ter uma ideia, dependendo do modelo, cada carro tem mais de mil. Desse total, 30% est�o nos dispositivos de seguran�a; 25%, em conectividade; 30%, em itens de conforto e conveni�ncia; 15%, no trem de for�a, explicam t�cnicos do setor. A crise dos chips come�ou em 2020 e n�o foi resolvida. Segundo o presidente da Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, a previs�o � de a que se estenda at� o fim do ano.

Luiz M�rio Rutowitsch, presidente do Clube dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (CCS-RJ), assinala que o ponto mais importante a ser considerado � a sinistralidade (acidentes, roubo e furto, principalmente). “A flexibiliza��o do distanciamento social, al�m da conviv�ncia com a demanda por pe�as, n�o resolveu a quest�o do aumento do desemprego e tamb�m trouxe, embora de forma discreta, um certo retorno da viol�ncia no geral e contra motoristas, em particular”, esclarece. Isso tamb�m provocou uma rean�lise das �reas de maior risco.

“S�o dados muito c�clicos. Muitas vezes, os �ndices de roubo sobem em uma regi�o. O pre�o sobe. No ano seguinte, se aquele local passou por algum projeto de seguran�a p�blica, os moradores dali voltam a ter o valor do seguro com reajustes menores. Mas tamb�m h� outros fatos, como o perfil do comprador e o modelo do carro. A sinistralidade n�o � s� da pessoa. � da carteira, j� que esse � um setor que tem o princ�pio da mutualidade, ou seja, cada um paga um pouco para cobrir o risco rec�proco”, diz Rutowitsch.

Jeniffer Elaina da Silva, especialista em seguros, lembra que os carros usados est�o andando pelas ruas e ficando mais valorizados, por�m, muitos dos propriet�rios acham que, por n�o serem novos, n�o chamam a aten��o e est�o isentos de roubo ou outro tipo de problema. “A verdade � que qualquer ve�culo pode sofrer um sinistro, e o seguro auto ser� de grande valia caso isso aconte�a. Existem diferentes modalidades de seguro que podem ser contratadas, por isso � preciso escolher aquela que melhor atenda �s necessidades do motorista”, aconselha.


Regulamenta��o

Assuntos que v�m h� anos causando pol�mica, ao serem debatidos, s�o o uso de pe�as de reposi��o recondicionadas e a flexibiliza��o dos produtos oferecidos pelas empresas seguradoras, para adequar �s necessidades mais urgentes e ao or�amento do comprador. Se por um lado, as pr�ticas tendem a reduzir o valor do seguro, por outro, a cobertura fica mais restrita e � preciso cuidados para saber se a pe�a � mesmo de confian�a. Em agosto �ltimo, a Superintend�ncia de Seguros Privados (Susep) regulamentou o uso de pe�as usadas.

Na Circular nº 639/2021, a Susep detalha que, “no caso de utiliza��o de pe�as usadas, dever�o constar da rela��o informa��es sobre a proced�ncia, condi��es e garantia das pe�as”. Luiz M�rio Rutowitsch aprova a iniciativa. Ele entende que a flexibiliza��o ou a cria��o de produtos adequados a cada perfil vai facilitar a contrata��o do seguro. “Quanto �s pe�as recondicionadas, � importante destacar que n�o significa que a pe�a esteja ruim ou que vai prejudicar aquele ve�culo, porque a ideia � que haja um registro de todas elas”, contou.

Tanto Rutowitsch quanto S�rgio Ricardo de Magalh�es Souza citam exemplos semelhantes: de um carro que, eventualmente, bateu de frente e teve perda total para a seguradora. “N�o � qualquer pe�a. E nada vai ser feito sem que o consumidor autorize. Se o sinistro foi na dianteira de um carro zero-quil�metro, muitas vezes, a suspens�o traseira, as pe�as de freio, entre outras, est�o intactas. Se o cliente consentir, ser� usada uma pe�a recondicionada com garantia, que ser� vendida a um pre�o menor”, explica Souza.


Vari�veis importantes

O pre�o do seguro varia de uma seguradora para outra e de acordo com o perfil do segurado e o n�vel de risco. Se o segurado tiver garagem, a tend�ncia � ter um seguro mais barato, porque a probabilidade de o carro ser furtado, em tese, � menor, explicam os especialistas. Os principais itens que influenciam no valor s�o: �ndice de roubo do modelo; idade do motorista; sexo; estado civil; local de resid�ncia; tempo de habilita��o; hist�rico de dire��o; local de estacionamento; itens de seguran�a instalados no carro; h�bitos de dire��o; coberturas contratadas; e tipo de franquia, entre outros.

Para os analistas do setor, n�o existe uma f�rmula m�gica para deixar o seguro mais barato, mas algumas estrat�gias podem ser usadas para economizar. Ter um rastreador e alarme no carro faz com que ele seja menos visado pelos bandidos, j� que, no caso de arrombamento, se o equipamento dispara, acaba chamando a aten��o de quem est� pr�ximo. J� o rastreador facilitar� a localiza��o caso seja levado. Ter a ajuda de um corretor para escolher o melhor seguro tamb�m ajuda. O profissional pode dar dicas das coberturas necess�rias, apresentar propostas diferentes e auxiliar na contrata��o.

Por fim, se a ideia � n�o gastar muito, pesquisar � sempre a melhor solu��o. Fa�a cota��o em diferentes seguradoras e compare as propostas. Dessa forma, pode poupar um bom dinheiro, uma vez que os valores podem oscilar bastante. Depois de conhecer o pre�o do seguro dos carros usados, ficar� mais f�cil de organizar o seu or�amento para manter o seu ve�culo. (VB)


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