
Dono de um ponto na feira livre que fica ao redor do Santu�rio a mais de 15 anos, o Nilson Sampaio passou dez meses fechado por causa da pandemia. "N�s retornamos em maio deste ano, sem vender praticamente nada", come�a a contar e j� interrompe a conversa para atender uma fam�lia, "desculpa, � que n�o est� dando ningu�m, quando aparece tenho que atender".
O comerciante observa que a quantidade de gente � maior do que ele esperava, mas que isso n�o significa aumento nas vendas. "O pessoal n�o vem como era antigamente, gastando um pouco mais, levando uma lembran�a, eles est�o comprando mais o necess�rio e n�o podemos fazer mais nada".
Filha de comerciantes, Rafaela Gon�alves Ribeiro, de 31 anos, trabalha no com�rcio de Aparecida desde os 14 anos. Ela chegou a ter quatro pontos em diferentes lugares da cidade, mas precisou fechar dois endere�os. "A gente teve preju�zo por mais de um ano, e agora come�amos a nos recuperar, mas o movimento n�o voltou ao normal". Rafaela conta que j� esperava uma quantidade menor de visitantes esse ano. "As pessoas ainda est�o com medo, est�o sem dinheiro, est�o endividadas", afirma.
Meire Marcondes administra um dos mais de 200 hot�is e pousadas cadastrados pela prefeitura de Aparecida. O hotel, que fica em frente ao Santu�rio Nacional, ficou fechado por 15 meses e costumava ter todos os quartos ocupados no feriado do dia 12. "No ano passado n�s ficamos com o hotel completamente fechado, foi muito triste ver a cidade inteira fechada, n�s vivemos um deserto", afirma a hoteleira. A situa��o est� um pouco melhor hoje. "N�s estamos com 60% do hotel ocupado, tivemos apenas um cancelamento", conta ela com um sinal de al�vio na voz, "para o m�s de novembro n�s temos mais reservas do que para outubro".
Mesmo com a perspectiva um pouco melhor, Meire ainda custa a acreditar que as coisas v�o melhorar de forma r�pida. "Muitos familiares n�o deixam as pessoas de idade virem para c�, e eles s�o a maioria dos devotos". Para Rafaela a recupera��o vai acontecer a passos lentos. "Vai demorar, mas precisamos acreditar que dias melhores vir�o". J� Sampaio, que trabalha na banca, n�o deixa de ser otimista, mas acredita que a situa��o da cidade s� volta ao normal no feriado do dia 12 do pr�ximo ano.