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Estado de Minas RACISMO

Inqu�rito que investiga Zara por abordagem racista ser� enviado ao MP

Segundo investiga��es, gerente cometeu atitude discriminat�ria contra a delegada Ana Paula Barroso, que � negra, no �ltimo dia 14 de setembro


21/10/2021 11:18 - atualizado 21/10/2021 12:33

Fachada da Loja Zara
(foto: AFP / VALERIE MACON)
O inqu�rito policial que apura um caso de racismo na loja Zara em um shopping de Fortaleza, no Cear�, revelou que o estabelecimento emitia um sinal sonoro, alertando quando pessoas "fora do padr�o da grife" entravam no local, ser� encaminhado ao Minist�rio P�blico (MP). O gerente da loja, Bruno Filipe Sim�es Ant�nio, de 32 anos, � de naturalidade portuguesa e foi indiciado pela pol�cia pelo crime de racismo. A pena � reclus�o de 1 a 3 anos.

O assessor jur�dico da Associa��o dos Delegados de Pol�cia do Cear�, Leandro Vasques, afirma que ainda caber� a��o de danos morais. "Vamos aguardar a manifesta��o do Minist�rio P�blico e, paralelo a isso, vamos manejar a a��o reparat�ria de dano moral indenizat�ria. A assessoria jur�dica n�o descansar� enquanto n�o assistir � repara��o deste dano, bem como a condena��o do infrator deste crime imprescrit�vel e inafian��vel", declarou Vasques.

Segundo as investiga��es da pol�cia, o gerente cometeu atitude discriminat�ria contra a delegada Ana Paula Barroso, que � negra, no �ltimo dia 14 de setembro. As imagens do circuito interno mostram o momento em que a v�tima � impedida de entrar no estabelecimento.

Segundo a delegada Janaina Siebra, duas testemunhas, que s�o ex-funcion�rias da Zara, confirmaram que a loja emitia um sinal sonoro, alertando "Zara Zerou", quando pessoas "fora do padr�o da grife" entravam na loja. "Ficou constatado que existia este c�digo interno. Ent�o, a partir do momento em que um cliente entrava na loja e a equipe de profissionais suspeitasse da forma de se vestir ou da cor da pele, o c�digo era utilizado e aquela pessoa deixaria de ser um simples cliente para se tornar um suspeito. Existia essa pr�tica discriminat�ria muito severa, que chocou todos n�s", relata a delegada.

Ainda de acordo com a pol�cia, as imagens foram cruciais para a finaliza��o do inqu�rito. "A loja foi resistente em ceder essas imagens. Ela se recusou por tr�s vezes a nos repassar. Diante disso, foi necess�rio representar pela busca e apreens�o e ap�s a an�lise, constatamos o tratamento diferenciado a pessoas na mesma circunst�ncia", explica Siebra.

As imagens mostram que momentos antes e depois de Ana Paula ser impedida de entrar na Zara, outros clientes em situa��o semelhante, sem uso correto da m�scara e consumindo alimentos, foram atendidos no estabelecimento.

'Protocolos de prote��o � sa�de'

Em nota, a Zara Brasil disse que n�o teve acesso ao relat�rio da autoridade policial at� sua divulga��o nos meios de comunica��o e afirmou que vai colaborar com as autoridades para "esclarecer que a atua��o da loja durante a pandemia se fundamenta na aplica��o dos protocolos de prote��o � sa�de, j� que o decreto governamental em vigor estabelece a obrigatoriedade do uso de m�scaras em ambientes p�blicos". Qualquer outra interpreta��o, prossegue a rede, "n�o somente se afasta da realidade como tamb�m n�o reflete a pol�tica da empresa".

A Zara Brasil destacou ainda contar com 1,8 mil pessoas de diversas ra�as e etnias, identidades de g�nero, orienta��o sexual, religi�o e cultura. Afirmou tamb�m n�o tolerar "nenhum tipo de discrimina��o e para a qual a diversidade, a multiculturalidade e o respeito s�o valores inerentes e insepar�veis da cultura corporativa. Acrescentou ainda recha�ar "qualquer forma de racismo, que deve ser combatido com a m�xima seriedade em todos os aspectos".


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