Estudo realizado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) confirmou como sendo de tubar�o o ataque sofrido por uma idosa de 79 anos, moradora de Piranguinho, Sul de Minas, na segunda-feira, 15, em Ubatuba, litoral norte de S�o Paulo. Ela se banhava na Praia Central quando foi ferida. Foi o segundo ataque registrado em praias da cidade tur�stica em menos de um m�s. No dia 3 de novembro, um turista franc�s foi mordido por um tubar�o na Praia do Lamberto, mais distante do centro.
O pesquisador da Unesp, Otto Bismark, especialista em tubar�es, examinou fotos do ferimento causado pelo ataque e v�deos da praia em que a turista nadava, a mais movimentada da cidade. Segundo ele, as les�es podem ter sido produzidas pelo tubar�o-tigre ou o cabe�a-chata, esp�cie de porte m�dio.
A extens�o e formato da ferida coincidem com as caracter�sticas da mordida dessas esp�cies. Embora o tubar�o-tigre possa chegar a 6 metros de comprimento e o cabe�a-chata atinja at� 3,5 m, o peixe que atacou a idosa � menor, podendo medir cerca de um metro ou pouco mais. As duas esp�cies s�o comuns no litoral paulista e se alimentam de sardinhas e at� de peixes maiores.
Os laudos m�dicos e imagens enviadas ao pesquisador mostraram que a idosa teve um corte de cerca de 25 cent�metros na perna. Conforme a prefeitura, ela foi socorrida pelos salva-vidas, levada pelo Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) � Santa Casa e recebeu sutura no ferimento, al�m de medica��o e vacina antitet�nica.
A v�tima, que passava o feriado da Proclama��o da Rep�blica na cidade, retornou com os familiares para Piranguinho, no Sul de Minas, onde reside.
No dia 3 de novembro, feriado de Finados, um turista franc�s tamb�m foi atacado por um tubar�o em Ubatuba. Ele sofreu cortes de at� dez cent�metros na perna e foi atendido em um hospital da Caraguatatuba. A esp�cie do tubar�o que promoveu o ataque ainda n�o foi identificada.
De acordo com o Instituto Argonauta, que monitora as praias da regi�o, at� ent�o, n�o havia registro de ataques de tubar�es na regi�o nos �ltimos 30 anos. Conforme Bismark, nesta �poca do ano esses peixes se aproximam da costa para reprodu��o e em busca de alimentos.
A prefeitura de Ubatuba informou em nota que solicitou laudos t�cnicos junto a especialistas que confirmem que se tratam de ferimentos provocados por tubar�o. "At� o momento n�o tivemos resposta, portanto, n�o � poss�vel afirmar que se tratem de tubar�es", disse, na manh� desta quinta-feira, 18.
As praias, por ora, continuam liberadas para banhistas. "A prefeitura segue alerta e ir� tomar as devidas provid�ncias a partir das defini��es t�cnicas, amparadas no di�logo com pesquisadores acad�micos, vinculados � universidade e demais �rg�os que atuem na �rea de biologia marinha", acrescentou.
Especialistas ponderam que, at� aqui, os ind�cios n�o s�o suficientes para configurar um padr�o de risco. Os ciclos naturais dos animais na busca por alimento e reprodu��o, al�m de mais gente dentro da �gua, podem estar favorecendo os registros vistos neste m�s, apontam pesquisadores.