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Estado de Minas SA�DE

Transg�neros e n�o bin�rios s�o 2% dos brasileiros, diz estudo

Pesquisadores ouviram 6 mil pessoas em 129 cidades de todo o pa�s


22/11/2021 17:30 - atualizado 22/11/2021 17:37

BANDEIRA TRANS
Transg�neros e n�o bin�rios s�o 2% dos brasileiros (foto: PIXABAY/REPRODU��O)
Pesquisa in�dita na Am�rica Latina mostrou que 2% da popula��o brasileira � de pessoas transg�nero ou n�o bin�rias. O estudo foi desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Foram entrevistadas 6 mil pessoas em 129 munic�pios de todas as regi�es do pa�s. Em n�meros absolutos, essa popula��o � de 3 milh�es de indiv�duos.
Segundo os participantes do projeto, os resultados mostram a urg�ncia de pol�ticas de sa�de voltadas para esse p�blico. “Uma pessoa que nasceu mulher, mas que hoje se identifica com o g�nero masculino, um homem trans, vai precisar de uma consulta ginecol�gica”, disse a professora da Faculdade de Medicina de Botucatu Maria Cristina Pereira Lima, autora do artigo. Maria Cristina lembra que, em todo o mundo, a expectativa de vida das pessoas trans � mais baixa.

“� preciso capacitar esses ginecologistas, capacitar os m�dicos, os enfermeiros, os fisioterapeutas, enfim, todos os profissionais para poderem atender essa pessoa em suas necessidades de sa�de. Se a gente n�o fizer isso, esse homem vai evitar os servi�os de sa�de por se sentir hostilizado e, a� sim, aumenta muito a mortalidade”, afirmou.

Os resultados mostram que pessoas identificadas como transg�nero representaram 0,69% e os n�o bin�rios, 1,19%. O termo transg�nero descreve “pessoas que se identificam com um g�nero incongruente ou diferente daquele que lhes foi atribu�do no nascimento”, conforme explica��o da Unesp. J� o termo n�o bin�rio diz respeito a indiv�duos que sentem que sua identidade de g�nero est� fora das identidades masculina e feminina, ou entre elas.

De acordo com Maria Cristina, a propor��o encontrada � similar � de outros pa�ses que disp�em de estudos populacionais nesse sentido, como Estados Unidos e Inglaterra. A pesquisa buscou refer�ncias internacionais para chegar ao c�lculo de 6 mil pessoas que deveriam ser entrevistadas. “N�s usamos os recursos de amostragem [com] que o Instituto Datafolha trabalha para que essa amostra fosse representativa da popula��o do pa�s”, explicou a pesquisadora.

A an�lise dos dados mostrou que o n�mero de indiv�duos transg�neros e n�o bin�rios obedeceu � propor��o da popula��o de cada regi�o do pa�s. Os dados sociodemogr�ficos mostraram ainda que n�o h� diferen�a significativa entre os dados coletados nas capitais e nas cidades do interior. “A gente n�o imaginava que fosse aparecer na mesma propor��o. Isso significa que � preciso desenvolver a��es de forma��o dos profissionais de sa�de em todos os espa�os, em todo pa�s”, ressaltou.

Desdobramentos

Maria Cristina destacou que, embora o estudo tenha sido feito no �mbito da medicina, o dado encontrado � importante para diversos campos cient�ficos. “Outras pesquisas com um recorte antropol�gico, um recorte sociol�gico, s�o necess�rias para aprofundar a compreens�o de como se pode ter uma sociedade mais inclusiva, que valorize as potencialidades das pessoas, independente do fato de elas serem transg�nero ou cisg�nero.”

Segundo a m�dica, pol�ticas p�blicas podem e devem ser desenvolvidas. “O ano que vem � um ano de elei��o e a gente deve encaminhar para alguns atores, parlamentares, para que eles se envolvam com essa quest�o e coloquem nas suas pautas de proposi��es”, afirmou.

A pesquisadora destacou, entre as medidas poss�veis, a��es afirmativas para pessoas identificadas como transg�nero, al�m de pol�ticas de sa�de que atendam as necessidades de transforma��o corporal. “Em outros pa�ses, temos muitos dados de pessoas que querem fazer a transi��o para outro g�nero e que se automedicam. A gente tem que ter pol�ticas p�blicas voltadas para isso.”

A Associa��o Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) listou os servi�os do Sistema �nico de Sa�de (SUS) que prestam esse atendimento. Para Maria Cristina, quanto mais se falar sobre a realidade das pessoas trans e dos n�o bin�rios, mais se conseguir� transformar o mundo em um mundo inclusivo, em que as pessoas se sintam acolhidas e tenham um lugar.


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