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Estado de Minas FOME E EDUCA��O

'Ou ia pra aula ou comia': como inseguran�a alimentar est� prejudicando universit�rios brasileiros

Pesquisas j� realizadas em institui��es de ensino superior mostram que inseguran�a alimentar entre os estudantes � preocupante, passando de 80% dos entrevistados em alguns levantamentos.


24/11/2021 08:07 - atualizado 24/11/2021 09:55

Ao sair com sua bicicleta para fazer entregas de comida a servi�o de um aplicativo, a universit�ria Franciele Rodrigues, 29 anos, "reza" para receber algum pagamento em dinheiro — e, com isso, ter ela mesma alguma quantia em m�os para garantir sua alimenta��o para os pr�ximos dias.

Ela concilia a gradua��o em fonoaudiologia na Universidade Federal de Ci�ncias da Sa�de de Porto Alegre (UFCSPA) com bicos de entregadora na capital ga�cha porque, desde que deixou de viver com sua fam�lia na periferia de Porto Alegre e se tornou universit�ria, "o bicho pegou" na tentativa de atender sozinha suas demandas de estudo, moradia e sustento.

Tudo isso se reflete em uma situa��o que ela conta j� durar anos: ela vem comendo pouco e mal, o que j� gerou consequ�ncias para sua sa�de.

"Entrar na faculdade representou deixar de trabalhar e deixar de ter cuidado com minha sa�de. Quando sa� da casa dos meus pais e entrei na universidade, foi a primeira vez que precisei racionar comida para ter por mais tempo e diminuir a qualidade da minha dieta para ter o que comer no dia seguinte", contou Franciele por telefone � BBC News Brasil, dizendo j� ter passado alguns dias sem comer nada nessa trajet�ria, al�m de ter tido anemia.

"Durante a pandemia, piorou essa quest�o da alimenta��o. O pre�o das coisas aumentou muito."


Franciele sobe escada carregando mochila de delivery e bicicleta
Para complementar a renda, a universit�ria Franciele faz entregas de bicicleta (foto: Tiago Coelho/BBC)

Situa��es como a narrada por Franciele, de inseguran�a alimentar entre universit�rios, t�m ganhado a aten��o de pesquisadores no Brasil e no exterior.

N�o h� dados nacionais ou de diferentes anos que possam demonstrar um aumento recente na inseguran�a alimentar destes estudantes no Brasil, mas pesquisadores da �rea sugerem que a piora em indicadores econ�micos, cortes or�ament�rios para as universidades e a pandemia podem ter agravado o problema. Este per�odo trouxe como consequ�ncia, por exemplo, o fechamento de restaurantes universit�rios (RU).

Por isso, diversas institui��es anunciaram estar coletando informa��es e realizando pesquisas com estudantes sobre a quest�o alimentar deles durante a pandemia, como na Universidade de S�o Paulo (USP) e nas universidade federais de Uberl�ndia (UFU), do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), do Acre (UFAC), Rio Grande do Norte (UFRN), Mato Grosso (UFMT) e Paran� (UFPR).

Algumas resultados j� foram publicados. Um artigo cient�fico de mar�o mostrou que 84,5% de 84 estudantes morando no Conjunto Residencial da USP (CRUSP) entrevistados online tinham algum n�vel de inseguran�a alimentar — definida por ao menos uma resposta afirmativa a perguntas como "nos �ltimos 3 meses, a comida acabou antes que voc� tivesse dinheiro para comprar mais?", "ficou sem dinheiro para ter uma alimenta��o saud�vel e variada?" ou "sentiu fome, mas n�o comeu porque n�o podia comprar comida suficiente?".

J� na disserta��o de mestrado da nutricionista Nat�lia Caldas Martins na Universidade de Fortaleza (Unifor), verificou-se que 84,3% de 428 universit�rios da rede p�blica da Bahia e do Cear� apresentaram algum grau de inseguran�a alimentar na pandemia — 35,7% leve, 23,6% moderado e 25% grave.

Estes universit�rios fazem parte de uma grande parcela da popula��o brasileira em inseguran�a alimentar: eram 116,8 milh�es de pessoas nessa situa��o no pa�s em 2020, segundo estimou o Inqu�rito Nacional sobre Inseguran�a Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19. De acordo com a pesquisa, a parcela da popula��o afetada cresceu significativamente nos �ltimos dois anos.

Caf� em falta e rem�dio para dormir e n�o sentir fome

Quando conversou com a BBC News Brasil, Franciele Rodrigues, que mora com o namorado, hoje desempregado, contou que a �nica prote�na que eles tinha em casa naquela semana era ovo — e, mesmo assim, esse estava sendo racionado.

"Ontem, a gente comeu ovo meio-dia e de noite, s� um arrozinho com feij�o para ter (ovo) no almo�o hoje", disse.

Na sua universidade, a UFCSPA, n�o h� um restaurante universit�rio — a exist�ncia deles n�o � obrigat�ria por lei. Mas Franciele conta com bolsa alimenta��o de R$ 300 mensais, al�m de R$ 400 de aux�lio-moradia.

Sem conseguir um emprego por conta da rotina de aulas e estudos e com aluguel e outras despesas a pagar, esse valor � insuficiente para se manter, ela diz.

"No primeiro m�s de faculdade, fiquei sem dinheiro porque a bolsa demorou a sair. Teve dias que eu n�o comi. Ou ia pra aula, ou comia."


Franciele de bicicleta pedalando na rua, com mochila de delivery
'A gente n�o sabe se vai sair dinheiro no aplicativo', diz estudante de fonoaudiologia sobre os motivos para racionar comida na semana (foto: Tiago Coelho/BBC)

Com a pandemia, o namorado, que trabalhava em um restaurante, perdeu o emprego. Sem as aulas presenciais, ela deixou de conseguir vender lanchinhos e sucos que vendia na faculdade, perdendo mais um bocado de renda. Em 2020, a universidade organizou a entrega de cestas b�sicas mensais para alunos com vulnerabilidades como ela, mas Franciele diz que neste ano deixou de receber a doa��o.

Hoje, at� o caf� est� faltando em casa, e as frutas s�o raridade. Por outro lado, ovos, salsichas e hamb�rgueres congelados passaram a protagonizar as refei��es.

"Pulamos o caf� da manh�. Costumamos almo�ar e jantar", conta Franciele, dizendo j� ter perdido uma disciplina quando as aulas eram presenciais, por n�o ter o que comer. "Hoje, vejo que a situa��o est� horr�vel mesmo para quem n�o pega assist�ncia estudantil."

Para a estudante de turismo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Juliana Castro, 21 anos, uma solu��o para conter a fome devido a refei��es puladas tem sido dormir — �s vezes atrav�s de rem�dios para isso. Durante sua trajet�ria universit�ria iniciada no segundo semestre de 2018, ela recebeu bolsas por alguns meses, n�o conseguiu empregos para complementar a renda e hoje conta estar endividada. Como essa situa��o financeira afeta diretamente sua alimenta��o, ela conta ter perdido quase 20kg nos �ltimos dois meses.

"Posso te dizer que o semestre passado eu passei acho que porque Deus quis. Eu n�o consegui ler texto, escrever ent�o era fora de s�rie", conta Juliana, que nasceu na pequena cidade de Palma (MG) e mora hoje em um alojamento da UFJF. "N�o consigo me concentrar para fazer as coisas, fico com indisposi��o, cansa�o. J� desmaiei por ficar sem comer. Fico com a barriga e a cabe�a doendo de fome."

"Nos dias que eu n�o como nada, literalmente nada, eu s� durmo. �s vezes eu tomo rem�dio para dormir, porque dormindo eu n�o sinto fome."

Desde o in�cio da faculdade, a estudante teve a ajuda de amigos, que dividem com ela compras ou emprestam o dinheiro ou o cart�o; e recebeu por algum tempo algumas bolsas, sempre com valores abaixo de um sal�rio m�nimo.

Juliana conta que durante dois anos recebeu uma bolsa vinculada ao Plano Nacional de Assist�ncia Estudantil (PNAES), mas a vig�ncia do benef�cio acabou. Ela tamb�m recebeu por alguns meses uma bolsa bancada por emendas parlamentares destinadas � Diretoria de Imagem Institucional da UFJF, precisando em contrapartida trabalhar em projetos de extens�o. Entretanto, os pagamentos desta s�o irregulares.

Em nota, a UFJF afirmou que "dada a origem dos recursos — emenda parlamentar — o pagamento da bolsa dependia do envio de recursos financeiros pelo Congresso, o que n�o ocorreu de forma linear e seguindo prazos pr�-estabelecidos".

A universidade afirmou que as bolsas pagas a alunos de gradua��o tinham at� junho o valor de R$ 400, mas esses valores precisaram ser reduzidos para R$ 300 "em virtude das restri��es or�ament�rias �s quais as universidades brasileiras foram submetidas".

J� a UFCSPA, onde estuda Franciele Rodrigues, afirmou em nota enviada � reportagem que est� construindo um restaurante universit�rio, com previs�o para abertura em 2022: "(…) cabe informar que a UFCSPA se tornou universidade federal em 2008, e desde ent�o esta demanda (por um restaurante) tem sido apresentada pela comunidade universit�ria, demanda que est� sendo encaminhada pela atual gest�o."

"Salientamos a import�ncia do PNAES que, mesmo com elevados cortes or�ament�rios, em conjunto com demais pol�ticas p�blicas, tem sido um instrumento que colabora na seguran�a alimentar e na perman�ncia estudantil no ensino superior", acrescentou a UFCSPA.

O impacto dos cortes para as universidades


Armário com alguns potes e embalagens de comida
Origem pobre e sa�da da casa das fam�lias torna alguns universit�rios mais vulner�veis � inseguran�a alimentar (foto: Tiago Coelho/BBC)

O Plano Nacional de Assist�ncia Estudantil (PNAES) foi criado em 2010 e repassa verbas a institui��es federais de ensino superior para que estas forne�am, conforme suas pol�ticas internas, assist�ncia aos universit�rios na moradia, alimenta��o, transporte, inclus�o digital, entre outros.

Entretanto, a presidente da Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, diz que estas a��es est�o prejudicadas no contexto de "corte de mais de R$ 1 bilh�o" no or�amento das universidades federais, citando dado da Associa��o Nacional dos Dirigentes das Institui��es Federais de Ensino Superior (Andifes) sobre a diminui��o de verbas entre 2020 e 2021.

A Andifes diz que os recursos para o PNAES j� t�m sido insuficientes nos �ltimos anos, e que idealmente deveriam chegar a R$ 1,5 bilh�o. Entretanto, segundo levantamento da entidade, em 2021 houve a maior redu��o no or�amento para o programa nos �ltimos cinco anos: o valor executado diminuiu 15,78%, caindo de R$ 1 bilh�o em 2020 para R$ 874 milh�es em 2021.

Esses valores s�o nominais — ou seja, n�o consideram a varia��o da infla��o. Portanto, a diminui��o do or�amento � na realidade maior do que 15,78%.

Na outra ponta, isso se reflete na evas�o dos estudantes, segundo a presidente da UNE.

"Uma vez que a crise econ�mica � muito maior agora, e mais estudantes e suas fam�lias perderam rendas, a verba destinada a esses programas e bolsas n�o acompanhou a necessidade. Ainda n�o temos dados sobre a evas�o universit�ria no p�s-pandemia, mas com certeza, eles devem se elevar", escreveu Brelaz � BBC News Brasil.

O Minist�rio da Educa��o n�o atendeu ao pedido de posicionamento da reportagem.

Estudante de Direito, Erisvan Bispo, 43 anos, sabe bem o que � o descompasso entre o valor das bolsas e as necessidades. Ind�gena, ele recebe a Bolsa Perman�ncia no valor de R$ 900 e, no passado, recebia tamb�m aux�lio moradia e alimenta��o.

A Bolsa Perman�ncia foi criada em 2013 pelo governo federal. Trata-se de um aux�lio financeiro destinado sobretudo a universit�rios ind�genas e quilombolas em institui��es federais.

Em 2019, Erisvan precisou optar por alguma das bolsas, pois uma regra da sua universidade, a Federal da Para�ba (UFPB), passou a vedar o ac�mulo de aux�lios estudantis com a Bolsa Perman�ncia. Perto da sua casa em Mamanguape (PB) e no seu campus, n�o h� restaurante universit�rio.

"Acompanhando o aumento do pre�o das coisas, voc� fica perplexo. Quando voc� pensa o quanto de dinheiro entra e o quanto tem que gastar, enlouquece", disse Erisvan � reportagem por telefone. "Direito � um curso que eu preciso me dedicar muito. N�o � imposs�vel estudar e trabalhar, mas para ficar com um coeficiente de rendimento alto, � dif�cil."

"Sem trabalho, eu dependo das pol�ticas sociais."

O "pre�o das coisas", como disse o universit�rio, realmente tem subido consideravelmente na alimenta��o, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). No acumulado dos �ltimos 12 meses, a infla��o nos alimentos e bebidas, medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 11,7%, conforme registrado em outubro. Entre os 10 alimentos que mais tiveram aumento est�o o piment�o (85,37%), a��car refinado (47,8%), mandioca (40,7%), fil� mignon (38%) e tomate (31,99).

Em nota, o professor Alfredo Rangel, pr�-reitor de Assist�ncia e Promo��o ao Estudante da UFPB, afirmou que a universidade conta hoje com quatro restaurantes universit�rios e pretende abrir mais uma unidade em Mamanguape no ano que vem.

Ele acrescentou que, embora a UFPB tenha recebido um or�amento menor para assist�ncia estudantil, a universidade conseguiu manter o valor e o n�mero de bolsas normalmente ofertadas.

Tamb�m com or�amento apertado, no seu caso para bancar aluguel, moradia, internet, transporte e comida, Erisvan diz ter cortado da alimenta��o itens que chama de "sup�rfluos", como iogurte, queijo, biscoito recheado, goma para tapioca e frutas.

"A �nica carne que consigo comer � hamb�rguer, calabresa e salsicha, porque � barato", afirma Erisvan, acrescentando ter perdido peso por conta da combina��o falta de renda e estresse por todo este cen�rio.

Em um futuro pr�ximo, ele diz depositar esperan�a em oportunidades de est�gio remunerado e, a longo prazo, nos frutos que sua carreira pode trazer.

"�s vezes, por conta dos cortes (na educa��o superior), sinto revolta. Mas tamb�m sou muito grato por estar na universidade. Eu n�o acordo reclamando, lamentando… Eu sei que estou passando dificuldades para ter uma melhoria de vida. Acredito que algo de bom vai acontecer depois que eu me formar, depois da carteirinha da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)."

Vulnerabilidade da 'primeira gera��o'

Erisvan diz ter uma origem "paup�rrima" e � o primeiro da fam�lia a ir para a universidade. Nascido em uma aldeia na serra do Ororub�, em Pernambuco, ele e a fam�lia migraram para S�o Paulo (SP) fugindo de conflitos por terra. Ele morou cerca de 30 anos na capital paulista e depois resolveu voltar a morar e estudar no Nordeste.

Assim como ele, Franciele Rodrigues e Juliana Castro tamb�m s�o da primeira gera��o de suas fam�lias a ir para a universidade.

Apesar de vir dos Estados Unidos, um dos maiores estudos j� feitos sobre a inseguran�a alimentar nas universidades mostrou que estudantes de "primeira gera��o" — ou seja, cujos pais n�o tinham ensino superior —, aqueles com n�veis socioecon�micos mais baixos, al�m de imigrantes e pessoas trans eram mais vulner�veis ao problema.

A pesquisa publicada em 2019, intitulada College and University Basic Needs Insecurity e realizada pelo Hope Center, entrevistou 86 mil estudantes em 123 universidades. Deste total, 45% foram considerados como sofrendo de inseguran�a alimentar nos 30 dias anteriores.


Franciele de máscara contra a covid-19, em frente a banca de frutas
Franciele, assim como outros entrevistados, est� na primeira gera��o da fam�lia a ir para a universidade (foto: Tiago Coelho/BBC)

A nutricionista T�nia Aparecida de Ara�jo � uma das autores da pesquisa sobre a inseguran�a alimentar entre alunos vivendo no Conjunto Residencial da USP (Crusp) durante a pandemia. Ela diz que neste e em outros estudos realizados no Brasil, a baixa renda foi um dos fatores mais importantes para a inseguran�a alimentar dos universit�rios.

Dos alunos considerados em inseguran�a alimentar no Crusp, 92,6% tinham renda considerada insuficiente.

Para Ara�jo, � justamente a chegada de estudantes de baixa renda � universidade nas �ltimas d�cadas, movimento que ela atribui a pol�ticas de inclus�o dos governos petistas de Luiz In�cio Lula da Silva (2003-2011) e Dilma Rousseff (2011-2016), que impulsionou a inseguran�a alimentar nas universidades como tema de pesquisa.

"A gente tem agora mais pessoas de baixa renda entrando na universidade, o que � muito positivo, porque s�o ciclos de pobreza que podem ser quebrados. Mas antes, os universit�rios, principalmente de universidades p�blicas, eram de uma classe m�dia branca. Agora, a gente realmente tem que dar aten��o �s pol�ticas p�blicas para garantir, entre outras coisas, a seguran�a alimentar e nutricional desses estudantes", diz a pesquisadora, doutora em sa�de p�blica pela USP.

A nutricionista aponta que, al�m da origem socioecon�mica, os universit�rios ficam mais vulner�veis � inseguran�a alimentar � medida que deixam de ter redes de apoio como a alimenta��o e moradia na casa da fam�lia. Tendo que se virar sozinhos, muitos apelam �s comidas ultraprocessadas como hamb�rgueres e macarr�o instant�neo porque s�o r�pidas, pr�ticas e baratas.

Ela tamb�m ressalta a import�ncia dos restaurantes universit�rios mas diz que n�o deve-se esperar que eles contemplem integralmente todas as refei��es dos alunos. Desejar comer em outros lugares al�m deles � leg�timo — e em alguns casos necess�rio, como no caso de Juliana Castro, que teve problemas de intoler�ncia a v�rios alimentos frequentes no card�pio do RU da sua universidade, como leite e carne de porco.

"A gente acha que a pessoa vulner�vel tem que aceitar qualquer coisa, mas todo mundo tem direito de fazer suas escolhas alimentares. Por mais que tenha o restaurante universit�rio, � muito dif�cil voc� manter uma gradua��o fazendo todas as refei��es, almo�o e janta em um restaurante", diz T�nia Aparecida de Ara�jo, apontando para a import�ncia das bolsas de aux�lio, al�m dos RUs.

Para ela, os estudos t�m se voltado para as universidades p�blicas justamente porque estas t�m maior propens�o a realizar pesquisas cient�ficas — mas aponta que investigar a situa��o dos estudantes de faculdades particulares � tamb�m urgente, j� que a presen�a de alunos de baixa renda nestas � grande, al�m do forte comprometimento financeiro que as mensalidades e financiamentos representam para eles.

Bruna Brelaz, da UNE, tamb�m aponta para diferen�as entre os tipos de institui��o. Enquanto as universidades federais contam o PNAES e a Bolsa Perman�ncia, mesmo que aplicados de forma insuficiente na sua avalia��o, as estaduais t�m pol�ticas e a��es variando de acordo com a unidade federativa.

"Na nossa opini�o, � preciso leis, decretos tamb�m estaduais, para garantir a manuten��o desses direitos, al�m da regulamenta��o e constante fiscaliza��o para as devidas condi��es de disponibiliza��o deles", diz a presidente da UNE.

"J� nas universidades privadas, temos como realidade a falta de regulamenta��o, que dessa forma, n�o garante refei��es com pre�o acess�vel, por exemplo", acrescenta. "Se alguma universidade privada institui esses restaurantes para estudantes ou vale alimenta��o � por iniciativa pr�pria, mas sem haver uma regulamenta��o ou levantamento oficial."

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