
PORTO ALEGRE, RS - O tribunal do j�ri condenou os quatro r�us julgados por homic�dio e tentativa de homic�dio pelas mortes causadas pelo inc�ndio na boate Kiss.
O inc�ndio ocorrido em Santa Maria (RS) na madrugada de 27 de janeiro de 2013 deixou 242 mortos e mais de 600 feridos. A maioria das v�timas morreu por asfixia devido a gases t�xicos liberados pela queima da espuma que havia no palco, segundo per�cias.
O julgamento, que come�ou no �ltimo dia 1º, � o mais longo da hist�ria do Judici�rio ga�cho. O caso foi desaforado de Santa Maria para Porto Alegre, depois que defesas questionaram forma��o de j�ri imparcial na cidade onde boa parte da popula��o foi afetada pelo fato.
Os quatro r�us s�o os ent�o s�cios da boate Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira - que tocava no local na noite do inc�ndio - Marcelo de Jesus dos Santos (vocalista) e Luciano Bonilha Le�o (assistente de palco). Ele foram acusados por homic�dio e tentativa de homic�dio simples por dolo eventual pelas mortes ocorridas na trag�dia.
Spohr, s�cio-propriet�rio da boate, apontado como a pessoa respons�vel pelas decis�es na boate e que era conhecido como "Kiko da Kiss" na cidade, disse durante interrogat�rio no j�ri que foi dele a decis�o de colocar a espuma.
Spohr alegou estar seguindo a indica��o de um engenheiro, apesar de que o projeto encaminhado ao Minist�rio P�blico, no TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que tratava dos problemas de vazamento de som da boate, n�o citar o material. O engenheiro autor do projeto, Miguel �ngelo Pedroso, disse ao j�ri que n�o indicou a espuma porque ela n�o serve para isolamento ac�stico, apenas conforto.
Hoffmann entrou na sociedade quando o TAC ainda estava em discuss�o e diz ter suspendido o neg�cio por uns meses at� ver o problema solucionado. Era o �nico dos r�us que n�o estava na boate no momento do inc�ndio.
A defesa de Hoffmann questionou a pessoas que falaram ao j�ri sobre a presen�a dele na boate ou se sabiam que ele era um dos donos, antes da trag�dia. A maioria disse nunca t�-lo visto no local, enquanto outros relataram sua presen�a nas obras da reforma para o TAC e na tarde que antecedeu a trag�dia.
Hoffmann disse durante o interrogat�rio que n�o sabia que havia espuma no local e n�o sabia que a banda Gurizada Fandangueira se apresentaria na Kiss, j� que agenda era com Spohr -depoimentos afirmaram que o grupo usou pirotecnia em outra boate dele dias antes, a Absinto.
Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda, era quem tinha o artefato pirot�cnico nas m�os e que pode t�-lo aproximado da espuma come�ando o inc�ndio. Ele negou no interrogat�rio que estivesse pulando com o artefato, mas testemunhas relataram que ele levantava os bra�os quando cantava "alto, em cima", trecho de uma m�sica do cantor Naldo.
Luciano Bonilha Le�o, assistente de palco da banda, que confirmou ter sido o respons�vel por comprar o artefato pirot�cnico, por coloc�-lo na luva/munhequeira que Marcelo usava e por acion�-lo durante a apresenta��o.