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Estado de Minas MUSEU

Museu Nacional receber� tubar�o-martelo encontrado no Rio de Janeiro

Animal preso a redes de pesca j� estava morto quando encontrado


05/01/2022 18:20

No dia 23 de dezembro, �s v�speras do Natal, o pesquisador do Museu Emilio Goeldi, em Bel�m (PA), Alberto Akama, visitava pescadores na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, apenas por curiosidade, para observar os peixes capturados nas redes.

Nesse dia, uma surpresa: um tubar�o-martelo havia ficado enroscado em uma rede de pesca e j� estava sem vida quando foi encontrado. Ciente do valor do achado, Akama prontamente entrou em contato com o Museu Nacional do Rio de Janeiro, onde o tubar�o passar� a fazer parte do acervo em exposi��o.

Visitar os pescadores da Col�nia Z-13, na praia de Copacabana, para observar os peixes � rotina para Akama. Dessa vez, ele saiu com os pescadores C�sar, Edson e Mois�s. O tubar�o-martelo estava na rede, pr�ximo �s Ilhas Cagarras, na altura de Ipanema. “Foi uma captura acidental”, conta Akama. “O tubar�o se enroscou na rede e acabou morrendo”.

Foram necess�rias tr�s pessoas para carregar o animal, que pesa mais de 100 quilogramas (kg) e tem 2,5 metros. “N�o � uma coisa rara encontrar tubar�es, mas esse foi o maior que foi pescado no ano, com certeza”, diz. Akama logo pensou que seria interessante para o Museu Nacional do Rio de Janeiro contar com um exemplar de tubar�o-martelo encontrado no mar carioca.

O animal representa tamb�m, de acordo com o pesquisador, a recupera��o do meio ambiente. O local onde foi encontrado � pr�ximo � Unidade de Conserva��o Monumento Natural das Ilhas Cagarras, criada pela Lei 12.229 em 2010. A unidade est� localizada a aproximadamente 5 quil�metros da praia de Ipanema e � parte do cart�o postal do Rio.

“[O local] estava bem deteriorado. A partir do momento que se torna monumento, foram retiradas toneladas de entulho, sujeira e lixo que as pessoas tinham deixado. Agora, as condi��es do monumento s�o diferentes”, explica, Akama. “[O tubar�o] tem esse significado muito importante de que a vida marinha volta se voltarmos a cuidar”.

Riscos a banhistas


No mesmo dia em que foi encontrado, o tubar�o-martelo da esp�cie Sphyrna lewini foi encaminhado ao museu. Akama entrou em contato com o amigo e colega de profiss�o Marcelo Britto, que � professor no Museu Nacional e especialista em peixes.

Britto, explica que o tubar�o � tamb�m um registro hist�rico. “Ele � testemunho da ocorr�ncia dessa esp�cie nas �guas litor�neas do Rio de Janeiro. A preserva��o vai permitir que diversas gera��es possam verificar isso”, diz.

Segundo o professor, n�o � comum encontrar tubar�es-martelo no litoral carioca, ainda mais desse porte. Uma das hip�teses, de acordo com Britto, � que ele tenha sido atra�do por algum cardume de peixes que ca�ava. Como se trata de um animal que precisa se mover com frequ�ncia, ter se enroscado na rede pode ter feito com que n�o tivesse oxigena��o suficiente.

Britto conta ainda que a esp�cie n�o oferece risco aos banhistas uma vez que, apesar de serem avistadas da costa, as Ilhas Cagarras est�o distantes da praia. Al�m disso, comparadas a outras esp�cies de tubar�o, s�o raros os acidentes e ataques envolvendo tubar�es-martelo.  

A conserva��o deste exemplar em formol ser� poss�vel porque, no ano passado, o museu adquiriu um tanque especial para armazenar o corpo de Margarida, tubar�o f�mea da esp�cie mangona.

Margarida foi o primeiro grande tubar�o a viver no AquaRio, aqu�rio p�blico situado no bairro da Gamboa, na Zona Central da cidade. Agora, segundo Britto, os dois tubar�es dividir�o o tanque.

Recomposi��o do acervo


Segundo o diretor do museu Alexandre Kellner, o tubar�o chega ao museu por conta de uma conjun��o de fatores: a pessoa certa, no lugar certo, e no momento em que a institui��o est� em campanha para a recomposi��o de seu acervo. Caso isso n�o tivesse ocorrido, “possivelmente, o tubar�o teria sido descartado”, diz Kellner.

Vinculado � Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Museu Nacional localiza-se na Quinta da Boa Vista e � a mais antiga institui��o cient�fica do Brasil. Foi fundado por D.Jo�o VI em 1818.

Em 2018, um inc�ndio de grandes propor��es arrasou exemplares raros, como esqueletos de animais pr�-hist�ricos, artefatos etnogr�ficos e m�mias.

Em uma �rea total de 21 mil metros quadrados (m²), sendo 11.417 m² de �rea constru�da, o Pa�o de S�o Crist�v�o abrigava aproximadamente 5 mil itens nas salas de exposi��o e 3,5 milh�es de itens no acervo da se��o de Mem�ria e Arquivo. De acordo com Kellner, o museu perdeu, no inc�ndio, 85% do acervo.

O diretor da institui��o ressalta que o museu segue em intensa campanha para a recomposi��o do acervo. 


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