
A avalia��o foi feita pelo ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, neste s�bado. "Estou com a equipe do Minist�rio da Sa�de analisando a �ltima semana epidemiol�gica do pa�s. Tivemos aumento de casos causado pela covid-19, e ainda n�o chegamos no pico da onda causada pela �micron. O enfrentamento contra a doen�a continua", disse, pelas redes sociais.
O infectologista do Hospital Bras�lia/Dasa Andr� Bon explica que as estimativas do pico em uma nova onda do v�rus s�o baseadas no comportamento da variante em outros pa�ses, mas tamb�m no aumento de casos no pr�prio pa�s. No entanto, ele ressalta que o tamanho do Brasil pode fazer com que estados e cidades vivam essa alta m�xima em momentos distintos.
"Como o Brasil � muito grande, acontecem picos em diferentes cidades em momentos diferentes. Por exemplo, � poss�vel que Rio e S�o Paulo j� tenham passado por momentos piores do que est�o passando agora. Bras�lia talvez esteja atingindo seu pico", explica.
"Como o Brasil � muito grande, acontecem picos em diferentes cidades em momentos diferentes. Por exemplo, � poss�vel que Rio e S�o Paulo j� tenham passado por momentos piores do que est�o passando agora. Bras�lia talvez esteja atingindo seu pico", explica.
Exemplo citado pelo infectologista, o estado de S�o Paulo come�a a ver as novas interna��es por covid-19 come�arem a cair desde o in�cio de fevereiro. A m�dia m�vel de novas interna��es pela doen�a no estado caiu 9,5% da �ltima semana de janeiro para a primeira deste m�s. Essa m�dia estava em alta no estado desde 13 de dezembro, quando os casos da �micron come�aram a ser revelados no Brasil.
O professor de epidemiologia da Universidade de Bras�lia (UnB) Mauro Sanchez tamb�m espera que a variante se comporte como em outros pa�ses, e, ap�s o pico, venha uma estabilidade dos casos. O m�dico tamb�m enfatiza, por�m, que o v�rus se comporta diferente em cada regi�o. "A velocidade da queda que � a grande quest�o, mas, provavelmente, no fim de mar�o a gente deve estar em n�veis melhores", prev�.
Mesmo que a variante �micron cause infec��es menos graves devido � vacina��o da maioria da popula��o brasileira, os m�dicos apontam que essa incid�ncia muito alta de novos diagn�sticos ainda pressionar� o sistema de sa�de. Por isso, o infectologista do Hospital Bras�lia/Dasa alerta que os estados ainda poder�o observar a ocupa��o hospitalar aumentar de maneira significativa. "Apesar dessa variante causar menos casos graves, um n�mero absurdo de infec��es confirmadas se torna um n�mero razoavelmente grande de casos graves", pontua.
Mortalidade
Outra preocupa��o de especialistas com a variante predominante no Brasil � o aumento do n�mero de mortes que ainda ser� visto. A previs�o � de que os casos fatais pela covid-19 ainda cres�am no m�s de fevereiro. Isso porque o plat� dos �bitos acontece, normalmente, uma ou duas semanas ap�s o de casos. O progn�stico foi feito pelo m�dico infectologista da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) e ex-diretor do Departamento de Imuniza��o e Doen�as Transmiss�veis do Minist�rio da Sa�de Julio Croda, nas redes sociais.
"Estaremos atingindo o plat� de casos novos associado a �micron nesta semana. Geralmente o dos �bitos em uma ou duas semanas. Durante todo o m�s de fevereiro ainda teremos muitos �bitos. M�scaras, distanciamento e vacinas s�o essenciais nesse momento", ponderou. Com isso, a letalidade da doen�a deve aumentar no m�s de fevereiro. "Geralmente, no come�o da onda, voc� tem um aumento de casos sem aumento de �bitos. Posteriormente na segunda parte da onda, voc� proporcionalmente tem mais �bitos que casos", completou Croda.
Passado o pico de casos e mortes da nova onda provocada pela variante �micron, especialistas ponderam que a pandemia pode arrefecer. "A associa��o de uma cobertura vacinal cada vez maior com uma cepa muito transmiss�vel e menos grave pode levar a um arrefecimento da pandemia", indica Bon.
Mauro Sanchez explica que a esperan�a � de melhoras nos n�veis ap�s o pico da �micron, porque grande parte da popula��o estar� protegida com a vacina e com os anticorpos depois do pr�prio v�rus. "A esperan�a � que a imunidade da vacina combinada com a imunidade conferida pela infec��o — a infec��o vai ter acontecido numa propor��o muito grande da popula��o. O n�mero de casos reportados n�o representa nem de perto o que est� acontecendo. Porque n�o h� capacidade de testagem hoje para detectar todo mundo. At� porque de 80% a 90% dos casos s�o assintom�ticos", detalha o epidemiologista.
*Estagi�ria sob supervis�o de Roberto Fonseca
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