Ap�s um fim de semana de terror, a fam�lia do adolescente de 14 anos que foi agredido no N�cleo Bandeirante, no �ltimo s�bado, espera por justi�a. A vida do jovem mudou completamente ap�s ser agredido pelo vizinho Victor de Sales Batista, 27, quando brincava na quadra de esportes no bairro Vila Nova Divineia. O caso foi descoberto ap�s a divulga��o das imagens nas redes sociais.
O advogado de defesa de Victor Batista afirma que o cliente vai se apresentar � 11ª Delegacia de Pol�cia da regi�o at� a pr�xima sexta-feira. "Ele vai prestar todas as informa��es para a autoridade policial ap�s a defesa ter acesso � �ntegra da acusa��o", disse Guilherme Alves, respons�vel pelo caso.
Por telefone, a advogada da m�e do adolescente, Andrea Quadros, diz que ela est� muito abalada. De acordo com Andrea, no momento, n�o ser�o revelados detalhes do caso, embora os procedimentos legais estejam sendo adotados, mas que foi registrado o boletim de ocorr�ncia.
Na segunda-feira, ap�s a repercuss�o das imagens, Victor Batista foi identificado e vizinhos chegaram a cercar a casa do suspeito exigindo explica��es, mas familiares afirmaram que ele n�o estava em casa.
Apesar da identifica��o pela Pol�cia Civil (PCDF), ele � suspeito de les�o corporal, que � uma contraven��o penal, ou seja, crime de menor potencial ofensivo, que n�o resulta em pris�o preventiva. Segundo a Justi�a do DF, para esses casos a pena m�xima prevista n�o ultrapassa dois anos.
Hist�rico agressivo
O hist�rico de descontrole de Victor n�o � novo. Em 5 de novembro de 2016, a Pol�cia Militar foi acionada para averiguar uma ocorr�ncia de "vias de fato" entre ele e a irm�. Ele desferiu um tapa contra a mo�a ap�s uma discuss�o. Levados � Delegacia da Crian�a e Adolescente (Deam 2), a irm� desistiu de denunciar Victor.
No ano passado, outra ocorr�ncia foi registrada, novamente contra a irm�. Em 28 de agosto, a PMDF foi acionada para averiguar um crime de amea�a. Dessa vez a jovem registrou uma representa��o contra o irm�o. Com isso, Victor foi enquadrado pela Lei Maria da Penha e firmou o termo de compromisso para comparecer em ju�zo quando solicitado.
Vizinhos afirmam que trata-se de um homem sisudo que n�o interage, saindo geralmente, para fazer caminhadas. Sobre a v�tima, contam que � apenas um adolescente que gosta de brincar. "A gente tem um grupo no celular, e vamos aos fins de semana para o campo brincar, mas, dessa vez, aconteceu isso (o espancamento)", relatou um morador, que n�o quis se identificar. A reportagem confirmou que o garoto tem Transtorno do D�ficit de Aten��o e Hiperatividade (TDAH).
Repercuss�o do caso
Ontem, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), destacou a necessidade de medidas mais r�gidas para combater esse tipo de crime. "N�o adianta s� a pol�cia ir atr�s e prender, porque a Justi�a, no outro dia, solta", opinou o chefe do Executivo local. Para Ibaneis, pessoas como o suspeito do espancamento, protagonizam casos de viol�ncia que deixam a sociedade "entristecida".
O governador destacou que as puni��es ainda s�o dif�ceis. "O poder judici�rio tem sido muito benevolente com essas pessoas e a gente tem que apertar um pouquinho mais de todos os lados", completou. As declara��es foram feitas durante visita para instala��o de aparelhos de resson�ncia magn�tica no Hospital da Crian�a de Bras�lia Jos� Alencar (HCB). Ibaneis avaliou o trabalho da Pol�cia Militar (PMDF) como efetivo para resolu��o dos casos.
A Comiss�o de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, �tica e Decoro Parlamentar da C�mara Legislativa (CLDF) tamb�m reagiu e protocolou, ontem, um of�cio ao governo local. No pedido ao secret�rio de Justi�a e Cidadania do DF, Jaime Santana, o presidente da comiss�o, deputado F�bio Felix (Psol), solicita o acompanhamento psicossocial da m�e e do adolescente agredido.