
O monumento ficava em uma cal�ada, paralelo � rua, constru�da de forma a n�o impedir a circula��o de pessoas nem de ve�culos. Em v�deos divulgados nas redes sociais, aparecem cerca de dez policiais, com coletes � prova de bala, retirando as placas com p�s-de-cabra, e depois amarrando a constru��o com uma corda ao caveir�o, que puxa a parede, que se quebra ao cair no ch�o.
Em nota, a Pol�cia Civil explicou a decis�o de derrubar o monumento: “A Pol�cia Civil, por meio da 25ª DP (Engenho Novo) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), retirou, na tarde desta quarta-feira (11/05), o memorial ilegal constru�do em homenagem aos 27 traficantes mortos em confronto com a Pol�cia Civil durante opera��o na comunidade do Jacarezinho, ocorrida em 6 de maio de 2021. Durante a dilig�ncia tamb�m foi realizada per�cia no local e no material apreendido formalmente”.
A pol�cia alega que os 27 mortos na opera��o tinham “passagem pela pol�cia” e “envolvimento comprovado com atividades criminosas” e que a constru��o n�o tinha autoriza��o da prefeitura. Diz tamb�m que a vi�va do policial n�o autorizou a inclus�o do nome dele “junto com o nome dos traficantes”.
Prefeitura
Procurada para responder sobre qual �rg�o municipal concede autoriza��o para constru��o e derrubada de monumentos na cidade, a Secretaria de Ordem P�blica e a Prefeitura encaminharam a solicita��o para a Secretaria de Conserva��o, que, por sua vez, informou apenas que “desconhece essa iniciativa”.
Direito � mem�ria
O Observat�rio Cidade Integrada, que re�ne organiza��es sociais com atua��o nas favelas e um dos respons�veis pela constru��o do memorial, divulgou nota lembrando que a inaugura��o do memorial fez parte das atividades promovidas pelo observat�rio no Jacarezinho.
O texto refor�a que as opera��es da chamada “guerra �s drogas” fazem v�timas civis e entre os policiais nas incurs�es, “que s� t�m como foco territ�rios pobres e negros”.
“Enquanto a viol�ncia for a �nica resposta do Estado �s popula��es vulnerabilizadas, a sociedade civil continuar� se articulando em prol dos direitos humanos para defender estes espa�os. Entretanto, acreditamos que isso dever� ser feito atrav�s do di�logo e constru��o de pol�ticas p�blicas em conjunto com institui��es como a Defensoria P�blica, como fizemos at� o momento”, diz o Observat�rio Cidade Integrada.
O diretor da Federa��o de Favelas do Rio de Janeiro (Faferj), Der� Gomes, disse que o memorial foi criado para acolher as fam�lias das v�timas da opera��o. Para ele, a a��o policial de ontem foi arbitr�ria e ilegal, j� que n�o houve nenhuma manifesta��o judicial a respeito da constru��o.
"A gente entende isso como um ataque, n�o s� � mem�ria dessas pessoas, mas um ataque aos familiares dessas pessoas, um ataque �s favelas", disse.
