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Estado de Minas ATENTADO MORTAL

Tenho medo de a justi�a n�o ser feita, diz m�e de garota morta em Aracruz (ES)

Selena estudava em uma das duas escolas que foram alvos de ataques a tiros feitos por um adolescente de 16 anos, que foi apreendido


28/11/2022 08:27 - atualizado 28/11/2022 08:59

Selena entre os pais
Selena entre os pais (foto: Arquivo pessoal)
Na �ltima sexta-feira (25), horas antes de ser morta em um ataque a tiros em Aracruz, no Esp�rito Santo, Selena Sagrillo Zuccolotto, 12, foi levada para o col�gio pelo pai de carro.

Ir de carona com o pai para a escola n�o era um h�bito da menina, conta sua m�e, Thais Fanttini. Como o bairro em que vivia era muito tranquilo, Selena costumava ir de bicicleta para a escola, mas devido ao tempo chuvoso naquele dia ela foi de carro.

Selena estudava no Centro Educacional Praia de Coqueiral, uma das duas escolas que foram alvos de ataques a tiros feitos por um adolescente de 16 anos, que foi apreendido. Quatro pessoas morreram -a garota e tr�s professoras do col�gio estadual Primo Bitti.

 

A m�e n�o estava na cidade no dia, pois trabalhava na Bahia, para onde a fam�lia planejava se mudar em 2023. Faltavam apenas tr�s provas para a estudante terminar o sexto ano do col�gio, a m�e tinha reunido os documentos necess�rios para a transfer�ncia de matr�cula no novo endere�o e o pai j� tinha combinado a sa�da dele do emprego.

Mas tudo veio abaixo na sexta. "Eu vi as mensagens desesperadas do meu marido no grupo dos pais da escola procurando a Selena. Em seguida, minha irm� me ligou. Foi total desespero", relata a m�e, que conversou com a reportagem por meio de mensagens de texto.

Selena era simp�tica, alegre e tratava a todos com carinho, conta a m�e. A garota gostava de criar hist�rias que tinha o desejo de, no futuro, transformar em anima��o. Para isso, costumava passar os dias desenhando personagens. Ao lado do pai, discutia os detalhes da narrativa, a ordem cronol�gica e os acontecimentos.

"Voltar para casa e encontrar seus desenhos, sabendo que nunca verei a anima��o que ela criaria, � muito muito sofrido", afirma Thais, que lembra que a menina gostava de jogar Minecraft e Roblox, pintar e andar de bicicleta.

 

Em alguns dias, a menina pedia para sair mais cedo de casa para poder dar uma volta a mais de bicicleta. "Tivemos v�rias conversas sobre s� sair no hor�rio certo para escola. Ela se sentia amada e segura aqui no bairro."

Ap�s a trag�dia, a m�e afirma esperar que a partida da sua filha n�o tenha sido em v�o. "Espero que Selena espalhe a mensagem do amor, da alegria. Ela amava estudar. Que todas as crian�as estejam seguras em seus ambientes de educa��o", diz.

Ela tamb�m cobra puni��o ao atirador, que � filho de um policial militar e usava emblemas nazistas durante o ataque. A pol�cia investiga como ele teve acesso �s armas e se recebeu treinamento.

"Tenho medo da justi�a n�o ser feita", diz Thais. "Um menino de 16 anos que sabia dirigir o carro perfeitamente, sabia manejar uma arma perfeitamente. Ele usava uma su�stica no bra�o. Quem ensinou?"

Quando pequena, em um momento de tristeza, Selena ouviu da m�e: "Minha filha, seu cora��o � feito de metade do meu cora��o com a metade do cora��o de seu pai. N�o fique triste, pois o que entra no seu cora��o, tamb�m entra nos cora��es da mam�e e do papai."

Depois disso, a menina pedia v�rias vezes � m�e que repetisse para ela do que seu cora��o era feito.

"Foi esse cora��o que parou de bater com um tiro", afirma Thais. "Meu cora��o e do meu marido quase n�o t�m mais for�as sem a Selena."


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