
A opera��o, no entanto, segue cautelosa pelo risco de novos desabamentos no local, que soma 4.500 metros quadrados de �rea afetada e, apesar dos trabalhos de remo��o, cerca de 5.000 metros c�bicos de terra ainda precisam ser retirados.
O cesso � �rea de busca de, pelo menos, 30 desaparecidos � feito com maquin�rio pesado, como guinchos e caminh�es, mas as autoridades n�o descartam a possibilidade de rompimento da pista por causa da quantidade de terra que caiu sobre a rodovia.
A drenagem dos pontos alagados ajuda a minimizar os riscos, mas a amea�a �s equipes de busca � constante. Dezenas de bombeiros, c�es farejadores e drones com sensores de calor ajudam na localiza��o das v�timas.
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At� agora, seis pessoas foram resgatadas com vida e dois corpos foram localizados. Apenas um deles foi identificado.
De acordo com o Gabinete de Crise criado pelo Governo do Estado para acompanhar os trabalhos, cerca de 7.000 metros quadrados de massa terrosa foram retirados do local.
"Por causa do grande volume de terra, ainda n�o � poss�vel especificar com exatid�o a quantidade de ve�culos e v�timas que podem estar soterrados no local", informou o governo.
Nesta quinta-feira (1º), o governador Ratinho J�nior (PSD) esteve no local da trag�dia e disse que as equipes mais especializadas do estado, "a elite dos servidores", trabalham no atendimento. Segundo ele, os t�cnicos conseguiram avan�ar na limpeza da pista no sentido norte, o que deve permitir o avan�o na opera��o.
A concession�ria Arteris Litoral Sul, respons�vel pelo trecho afetado, destaca que o atendimento � ocorr�ncia � prioridade nesse momento, que n�o est� medindo esfor�os e que as equipes est�o totalmente mobilizadas para fornecer o suporte e log�stica para o resgate.
"A Arteris ressalta que possui um programa permanente de monitoramento de encostas e que o trecho em que aconteceu o deslizamento � acompanhado periodicamente, sendo parte de suas obriga��es contratuais. Neste momento, qualquer afirma��o sobre as causas do deslizamento seria prematura, pois n�o contaria com o embasamento t�cnico necess�rio", afirma, em nota.
O acesso ao litoral do Paran� est� totalmente interditado pela BR-376 e nesta manh� foi liberado o acesso parcial pela BR-277, que tamb�m foi atingida por deslizamentos de terra e estava totalmente interditada at� a tarde de ontem. Segundo o governo, a rodovia passou por limpeza e foi liberada em pista simples do quil�metro 39 ao 42, tanto no sentido litoral quanto no sentido Curitiba.
A Estrada da Graciosa (PR-410), outro acesso ao litoral do estado, tamb�m est� totalmente interditada por tempo indeterminado, j� que apresenta deslizamentos em variados pontos. Desta forma, n�o � rota alternativa para os motoristas.
INSUMOS
As chuvas causaram enchentes em 12 cidades paranaenses. As mais atingidas foram: Antonina, Arauc�ria, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Curitiba, Guaraque�aba, Guaratuba, Itaperu�u, Morretes, Piraquara, Quatro Barras e S�o Jos� dos Pinhais.
At� a manh� desta quinta, s�o 4.280 pessoas atingidas pelos alagamentos, sendo 1.057 desalojadas e 22 desabrigadas, segundo a Defesa Civil. Uma casa ficou totalmente destru�da em Antonina e outras 647 foram danificadas.
Com o bloqueio nas estradas, o governo precisou escoltar caminh�es pela BR-277, parcialmente liberada, para envio de insumos �s fam�lias atingidas no litoral.
A carga tem cerca de 900 volumes, com 42 itens, como medicamentos, soro, material de primeiros socorros, cilindros de oxig�nio, aventais, desinfetantes, m�scaras, luvas e �lcool em gel. Os materiais ser�o armazenados numa base log�stica na 1ª Regional de Sa�de, em Paranagu�.
Tamb�m est�o no local cinco veterin�rios. Avi�es auxiliam na opera��o, especialmente no transporte de pacientes em atendimento de emerg�ncia.
A medida visa expandir a capacidade de atendimento aos afetados pela chuva, mas segundo o governo n�o houve desabastecimento at� agora.
No Porto de Paranagu�, principal corredor de exporta��o e importa��o do sul do pa�s, onde chegam cerca de 400 caminh�es por dia, a expectativa � de que o fluxo retome os agendamentos ap�s a libera��o parcial da BR-277.
PREVIS�O
A chuva persistente no Paran� desde s�bado deu uma leve tr�gua na manh� desta quinta, mas o tempo abafado e inst�vel favorece novas pancadas de chuva, como explica o meteorologista Fernando Mendes, do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paran�).
De acordo com ele, o acumulado de �gua nos �ltimos dias foi superior ao registrado durante todo o m�s de novembro. Isso se deve a um sistema de baixa press�o que favorece a vinda de umidade do oceano para o continente, possibilitando a forma��o de nuvens durante v�rios dias, o que manteve as chuvas persistentes.
"Com isso, tivemos acumulados e precipita��o bastante significativos entre a Regi�o Metropolitana de Curitiba e o Litoral do estado", pontua Mendes.
Em Paranagu�, por exemplo, onde a m�dia mensal � de 130 mil�metros de chuva, o registro foi de 270 mil�metros, sendo que a maior parte desse volume ocorreu nos �ltimos dias.
"Nos pontos de encosta, na Serra do Mar [onde houve o deslizamento] pode ter tido situa��es de chuva isolada, o que pode ter contribu�do para carga maior de �gua no solo", pontua o meteorologista.