Na manh� desta sexta, dezenas de motociclistas percorreram as ruas da em um ato em homenagem �s v�timas. Motoristas de ve�culos de guinchos tamb�m participam, com placas de luto coladas nos vidros dos ve�culos.
Com bal�es brancos amarrados nas motos, os motociclistas seguiram por ruas da cidade em buzina�o. Na regi�o central, eles paralisaram o ato para fazer uma ora��o e um minuto de sil�ncio.
Motoboy h� sete anos, Jean Pereira conta que eles resolveram organizar o ato porque souberam que o homem de 25 anos que matou as crian�as tamb�m trabalharia com moto.
"Como envolveu a nossa categoria, como o rapaz era motoboy, a gente quis mostrar para o povo que a gente n�o � deste n�vel, que a gente repudia qualquer tipo de viol�ncia", disse Pereira.
O motoboy Lenon Roncalio disse que j� viu o agressor, mas que nunca chegaram a conversar. "A gente resolveu fazer um pedido de desculpa � popula��o. Porque a gente depende disso, do servi�o da moto. N�o somos monstros. Estamos fazendo nosso trabalho. Somos pais de fam�lia", afirmou.
Por volta das 10h30, a carreata chegou � creche. De m�os dadas, o grupo fez uma ora��o na rua em frente.
Tamb�m houve aplausos em homenagem �s v�timas, e bal�es brancos foram soltos.
Crian�as de 4 a 7 anos e filhos �nicos
De idades entre 4 e 7 anos, Bernardo Pabst da Cunha, Bernardo Cunha Machado, Larissa Maia Toldo e Enzo Barbosa tinham em comum o fato de serem filhos �nicos e de terem sido todos "muito desejados pelos pais", relatam pessoas pr�ximas. Outras quatro crian�as feridas no ataque precisaram ser hospitalizadas e tiveram alta m�dica.
O Cantinho Bom Pastor � tocado h� quase 15 anos por um casal. O dono do espa�o, Aparecido Albertoni Vicente, trabalha de motorista, levando e buscando quase 30 crian�as todo dia, das 6h30 at� as 19h30.
"Os dois Bernardos e a Larissa estavam desde beb�s com a gente. O Enzo entrou este ano. Eles eram todos tranquilos, participavam de tudo. A gente � uma fam�lia aqui", conta ele.
Os corpos das quatro v�timas foram enterrados nesta quinta-feira (6) sob forte como��o, al�m de ora��es e aplausos. O grupo de motoboys enviou coroas de flores para os vel�rios das quatro crian�as.
Desde o in�cio da noite de quarta, a despedida das v�timas gerou uma vig�lia na porta da escola e reuniu familiares e moradores da cidade no vel�rio.
O ataque
O ataque ocorreu na manh� de quarta. Segundo as investiga��es, o homem de 25 anos chegou � escola em uma moto, pulou o muro e escolheu as v�timas aleatoriamente. Ao perceber que as professoras correram para proteger as demais crian�as, ele tentou fugir pulando novamente o muro. Em seguida, se entregou.
O autor n�o tem aparentemente nenhuma liga��o com a creche, conforme a apura��o.
A motiva��o para o ataque ainda � investigada, mas, para a pol�cia, trata-se de um "caso isolado", n�o conectado a outros atentados.