Passageiros que se revoltaram com a expuls�o de uma mulher negra do voo de voo que sa�a de Salvador com destino a S�o Paulo criaram um grupo para ajudar a defend�-la. A informa��o foi confirmada ao Correio Braziliense pela jornalista Elaine Hazin, que presenciou a pris�o da passageira, identificada como Samatha, e compartilhou a situa��o nas redes sociais, em relato emocionado.
A jornalista afirmou “n�o ter d�vidas” de que a a��o teve motiva��o racista. “O racismo � uma doen�a, tem que ser tratado", continua. Na vis�o de Elaine e de outros passageiros que estavam na aeronave, houve racismo por parte dos funcion�rios da companhia. “N�s criamos um grupo com 25 passageiros que testemunharam o ocorrido e estamos nos mobilizando. H� inclusive advogados no grupo”, afirma Elaine, que contatou, ela mesma, o apresentador Manoel Soares, do programa Encontro, da Rede Globo, que ajudou no processo de libera��o de Samantha da delegacia do aeroporto.
De acordo com Elaine, que estava na aeronave, o voo j� estava atrasado em mais de uma hora antes mesmo do in�cio do embarque. Ainda segundo a jornalista, uma vez dentro da aeronave, Samantha (a coordenadora de educa��o retirada do voo) estava sentada duas cadeiras � frente e tentava encontrar um lugar para colocar a mochila. Os pedidos de ajuda foram ignorados pela tripula��o, cuja �nica resposta foi pedir � passageira que despachasse a bagagem.

Mesmo depois disso, de acordo com a jornalista, o voo ainda passou uma hora em solo, sem que nenhum funcion�rio da companhia informasse o motivo de o avi�o n�o sair. Ela relata que, com o ar-condicionado da aeronave desligado, havia passageiros passando mal com a demora e classifica a situa��o como "um horror".
Foi nesse momento de tens�o que os tr�s agentes da Pol�cia Federal apareceram, para a surpresa de todos. De acordo com Elaine, os policiais diziam apenas “estar cumprindo ordens do comandante” e se recusaram a dar quaisquer explica��es. Neste ponto, como mostram as imagens, Samantha diz que n�o sair� da aeronave e protesta contra a atitude dos policiais e da companhia a�rea. Depois de alguns minutos de tens�o, a mulher � retirada da aeronave e � seguida por Elaine e uma outra passageira, que logo s�o enviadas de volta ao avi�o.
A companhia alegou quest�es de seguran�a para justificar a retirada da passageira da aeronave e informou que segue apurando "cuidadosamente detalhes do caso". Samantha foi liberada da delegacia do aeorporto ap�s assinar termo circunstanciado.
Confira a �ntegra da nota da GOL:
"A GOL informa que, durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador - Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos Clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripula��o, uma Cliente n�o aceitou a coloca��o da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados �s malas e, por medida de seguran�a operacional, n�o p�de seguir no voo.
Lamentamos os transtornos causados aos Clientes, mas refor�amos que, por medidas de Seguran�a, nosso valor n�mero 1, as acomoda��es das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exce��es. A Companhia ressalta ainda que busca continuamente formas de evitar o ocorrido e oferecer a melhor experi�ncia a quem escolhe voar com a GOL e segue apurando cuidadosamente os detalhes do caso."