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Estado de Minas COMBATE AO PRECONCEITO

Caso L�o Lins: ativistas rebatem ideia de que 'humor � humor'

Na quarta-feira (17), F�bio Porchat afirmou que � contra as piadas ofensivas que L�o faz, mas que, 'enquanto n�o for crime, pode'


19/05/2023 16:00 - atualizado 19/05/2023 16:08
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Imagem de Leo Lins em show
O posicionamento dos humoristas repercutiu entre internautas e integrantes da causa antirracista e do movimento LGBTQIAP+ (foto: Reprodu��o/Instagram)

A discuss�o em torno da censura ao v�deo do humorista L�o Lins, em que ele faz piadas com minorias sociais, continua. Fabio Porchat, Antonio Tabet e Danilo Gentili foram alguns dos comediantes que defenderam o colega e disseram ser contra a decis�o do Minist�rio P�blico, que determinou a retirada do especial de com�dia "Perturbador" do YouTube.

 

Na quarta-feira (17), Porchat afirmou que � contra as piadas ofensivas que L�o faz, mas que, "enquanto n�o for crime, pode". O posicionamento dos humoristas repercutiu entre internautas e integrantes da causa antirracista e do movimento LGBTQIAP+, que afirmam n�o ser engra�ado um conte�do que relativiza a hist�ria do Brasil e reflete problemas hist�ricos.

 

AD Junior, comunicador antirracista e apresentador do programa Trace Trends (Multishow), diz que o problema surge quando L�o usa um crime contra a humanidade - a escravid�o - como piada, e afirma acreditar que o holocausto choca mais o brasileiro em compara��o � um problema com consequ�ncias ainda atuais.

 

"Se voc� � uma pessoa consciente sobre os problemas da sociedade, jamais faria essa piada. O negro continua a sofrer as consequ�ncias disso. Conte�dos com crime contra a humanidade n�o deveriam ser aceit�veis. Como vai ser enga�ado falar sobre o desemprego e sobre 'a �poca que nascia com trabalho'? N�o � sobre censurar, � conscientizar que essa pessoa faz piada com aquilo que nos d�i todos os dias". E questiona: "Por que a dor de uns d�i mais que a de outros?"

 

Junior afirma ainda que o humorista deveria pensar e aplicar limites ao conte�do que oferta e que o especial reflete um problema de car�ter de L�o. "Humor n�o � humor, estamos no s�culo 21, as pessoas precisam entender que n�o � engra�ado fazer piadas com grupos �tnicos. Onde est� a consci�ncia desse ser humano que consegue achar gra�a na realidade de pessoas pretas, que relembra a escravid�o?"

O presidente da Alian�a Nacional LGBTQIAP+, Toni Reis endossa a opini�o de Junior e diz que o criador da piada tem que ter como par�metro a dignidade humana. "Humor, como qualquer forma de arte, tem que ter liberdade de cria��o. Essas piadas e viol�ncias se naturalizam e s�o vistas como normais. Quando voc� naturaliza a viol�ncia que esses grupos sofrem, essas pessoas se tornam objetos. Uma das t�ticas do nazismo foi desumanizar os judeus", afirma.

 

Reis complementa que, mesmo que n�o mate fisicamente, a fala "afia a faca". "A partir disso, um perpetuador de um ato criminoso se sente tranquilo com o que fez."


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