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Estado de Minas PAI DA AVIA��O

Santos Dumont, 150 anos: as aventuras (e desventuras) do 'pai da avia��o'

Em pouco mais de uma d�cada, o piloto brasileiro idealizou, construiu e testou 22 m�quinas voadoras, entre bal�es, dirig�veis e aeroplanos.


19/07/2023 19:10 - atualizado 20/07/2023 08:51
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Alberto Santos Dumont
(foto: Divulga��o)
Quando crian�a, a brincadeira favorita de Alberto Santos Dumont era “Passarinho voa?”. Numa roda de amigos, algu�m pergunta: “Passarinho voa?”, e todos respondem: “Sim!”. E o jogo continua: “Abelha voa?”, “Galinha voa?”, e assim por diante.

L� pelas tantas, para confundir, algu�m indaga: “Cachorro voa?”. Se algu�m erra a resposta, paga uma prenda. Certo dia, ao ouvir “Homem voa?”, Santos Dumont cravou: “Sim!”, para espanto de todos. Logo, sob protestos e vaias, quiseram que ele oferecesse a palma da m�o em sacrif�cio para levar uns tapas dos amigos.


Diante da zombaria do grupo, provocou: “Nunca leram J�lio Verne?”, quis saber o leitor precoce de cl�ssicos da literatura universal, como Cinco Semanas num Bal�o, Viagem ao Centro da Terra e Vinte Mil L�guas Submarinas.


Quando completou 18 anos, o futuro “pai da avia��o” trocou S�o Paulo por Paris. Na capital francesa, sonhava voar como os p�ssaros. Para realizar seu sonho, estudou, entre outras disciplinas, f�sica, eletricidade e mec�nica, e construiu, em pouco mais de dez anos, 22 m�quinas voadoras, como bal�es, dirig�veis e aeroplanos.

Ao sabor dos ventos

Em 1898, ele deu asas � primeira de suas inven��es: Brasil, um bal�o inflado a hidrog�nio, feito de seda japonesa e com seis metros de di�metro. No dia 4 de julho de 1898, at� ganhou altitude, mas n�o voou. Motivo: falta de vento.


Seu segundo bal�o, batizado de Am�rica, j� podia transportar alguns passageiros. Ganhou o primeiro lugar em uma competi��o do Aeroclube da Fran�a. Ao contr�rio do modelo anterior, permaneceu no ar por quase 24 horas.


“At� a virada do s�culo 20, o balonismo era o �nico meio de transporte a�reo que existia. O problema � que, dentro de um bal�o, voc� s� controla a altitude”, explica o cineasta Fernando Acquarone, diretor da miniss�rie Santos Dumont, da HBO.


“Foi o primeiro homem a conseguir voar em qualquer dire��o, sem ficar � merc� dos ventos. Aos 28 anos, ele conseguiu realizar um dos desejos mais antigos da humanidade”.


João Pedro Zappa como Santos Dumont na minissérie da HBO
Jo�o Pedro Zappa como Santos Dumont na miniss�rie da HBO (foto: Divulga��o)

Desventuras em s�rie

Ainda em 1898, Santos Dumont construiu seu primeiro dirig�vel – modelo que, como o nome j� diz, pode ser dirigido ou controlado. Caiu no segundo voo. N�o desistiu e deu vida ao dirig�vel nº 2. Caiu na primeira tentativa.


No ano seguinte, criou o de nº 3. A cada novo invento, dava um n�mero diferente. E realizava pequenos ajustes.


� �poca, cansado de encher o bal�o de hidrog�nio toda vez que precisava testar seu dirig�vel, criou o primeiro hangar – mais do que um galp�o para abrigar suas geringon�as infladas, o local funcionava como oficina mec�nica.


Santos Dumont a bordo de um de dois muitos dirigíveis que inventou
Santos Dumont a bordo de um dos muitos dirig�veis que inventou (foto: Divulga��o FAB)


Com o dirig�vel de nº 5, chegou a contornar a Torre Eiffel, mas, no dia 8 de agosto de 1901, se chocou contra o Hotel Trocadero e ficou dependurado em seu cesto de vime a 20 metros de altura. Foi salvo pelos bombeiros.


Com o dirig�vel de nº 6, tentou atravessar o Mediterr�neo, mas n�o conseguiu. Por pouco, n�o morreu afogado.


“Ao longo de sua carreira, Santos Dumont sofreu incont�veis acidentes. O importante � que ele sabia como cair. Tinha uma agilidade incr�vel e quase n�o se machucava. Na pior das hip�teses, ficava atordoado e nada mais”, afirma o f�sico Henrique Lins de Barros, pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas F�sicas (CBPF) e autor de Santos Dumont – O Homem Voa! (Contraponto).

'O bandeirante dos ares'

No dia 19 de outubro de 1901, realizou sua primeira fa�anha: decolou de Saint Cloud, nos arredores de Paris, deu a volta na Torre Eiffel (ou seja, contra e a favor do vento) e retornou ao ponto de partida em menos de 30 minutos.


Conquistou o Pr�mio Deutsch e recebeu 100 mil francos. Como n�o precisava do dinheiro – era filho de um rico fazendeiro conhecido como “Rei do Caf�” –, doou o pr�mio aos mec�nicos de sua oficina e aos pobres de Paris.


Recebeu telegrama de congratula��es de outro g�nio inventivo: o norte-americano Thomas Edison (1847-1931). “Bandeirante dos ares!”, elogiou o “pai” da l�mpada el�trica.


E de Pedro, um amigo de inf�ncia: “Voc� se lembra, caro Alberto, do tempo em que brinc�vamos de “Passarinho voa?”. Voc� tinha raz�o em levantar o dedo, pois acaba de demonstr�-lo voando por cima da torre Eiffel”.


Alberto Santos Dumont, o Pai da Aviação
Em pouco mais de uma d�cada, o piloto brasileiro idealizou, construiu e testou, ele mesmo, 22 m�quinas voadoras, entre bal�es, dirig�veis e aeroplanos (foto: Divulga��o FAB)

Quando n�o estava em seu hangar construindo novas aeronaves ou consertando as antigas, Santos Dumont gostava de se aventurar em voos noturnos, descer no meio de uma corrida de cavalos ou, ent�o, deixar uma mulher, A�da de Acosta (1884-1962), pilotar, sozinha, seu dirig�vel. Reza a lenda que a socialite de origem cubana era uma paix�o plat�nica do piloto brasileiro, que nunca se casou ou teve filhos.


“Santos Dumont tirava onda”, brinca o cineasta Estev�o Ciavatta, de Mais Leve Que o Ar – A Inf�ncia de Alberto Santos Dumont (Matrix). “Em 1903, durante o anivers�rio da Queda da Bastilha, sobrevoou um desfile militar em plena Champs-�lys�es. Se Paris era a capital do mundo, Santos Dumont era o homem mais famoso do mundo”.

'Um playboy sui generis'

Naquele ano, criou o dirig�vel de nº 9, que ganhou o apelido de Baladeuse. Seu volante foi constru�do com roda de bicicleta. Pequeno e f�cil de manobrar, Santos Dumont usava o primeiro carro a�reo do mundo para passear.


“Santos Dumont tinha mesa reservada em qualquer restaurante de Paris. Amarrava o bal�o a uma �rvore, descia por uma escada de corda e, terminado o jantar, voltava para casa. A cidade parava para v�-lo passar. Era um playboy sui generis”, define o jornalista e escritor M�rcio Souza, autor de O Brasileiro Voador (Record).


Os inventos seguintes, de nº 10, 11 e 12, podem ser considerados prot�tipos de �nibus-voador (com capacidade para dez passageiros), hidroavi�o e helic�ptero, respectivamente.

O de nº 13, constru�do em 1905, foi destru�do durante uma tempestade.

Um inventor na ABL

Entre uma inven��o e outra, Santos Dumont escreveu, em franc�s, o primeiro volume de sua autobiografia, Dans L’air (1904) – lan�ado no Brasil sob o t�tulo de Os Meus Bal�es (1938). Quatorze anos depois, publicou o segundo volume, O Que Eu Vi, O Que N�s Veremos (1918).


Segundo ocupante da cadeira de n�mero 38 da Academia Brasileira de Letras (ABL), Santos Dumont foi eleito imortal em 4 de junho de 1931, para ocupar o lugar de Gra�a Aranha, mas n�o chegou a tomar posse.


Do outro lado do Atl�ntico, os irm�os Wilbur (1867-1912) e Orville Wright (1871-1948) tamb�m quebravam a cabe�a para construir uma aeronave mais pesada que o ar. No dia 17 de dezembro de 1903, os dois levantaram voo, a bordo do aeroplano Flyer, na praia de Kitty Hawk, na Carolina do Norte.


“Quando os Wright convocaram a imprensa para provar que o aparelho deles voava, s� conseguiram levantar voo com ajuda de uma catapulta”, observa o jornalista Fernando Jorge, de As Lutas, a Gl�ria e o Mart�rio de Santos Dumont (Harper Collins). “� como se colocasse uma pedra em um bodoque, puxasse o el�stico e a jogasse longe”.

'Ave de rapina'

Em 1906, Santos Dumont voltou a escrever seu nome na hist�ria da avia��o ao criar o 14-Bis. Ao contr�rio dos modelos anteriores, o mais recente n�o era um dirig�vel, mas um aeroplano do tipo “canard” (“pato”, em franc�s), que tem o leme na parte da frente e as asas maiores na parte de tr�s.


Para construir a aeronave, em pouco mais de um m�s, usou papel de seda, hastes de bambu, peda�os de madeira e algumas pe�as de metal, como um motor de lancha. O 14-Bis tinha 10 metros de comprimento, 4,81 de altura e 11,5 de envergadura. E pesava 240 quilos. Os franceses apelidaram-no de “Oiseau de proie” (“Ave de rapina”).


14 Bis, a mais famosa das criações de Santos Dumont
14-Bis, a mais famosa das cria��es de Santos Dumont (foto: Divulga��o FAB)

Com sua mais nova inven��o, Santos Dumont fez dois voos memor�veis: no dia 23 de outubro, quando, a tr�s metros do ch�o, percorreu 60 metros em sete segundos, e no dia 12 de novembro, quando, a seis metros de altura, percorreu uma dist�ncia tr�s vezes maior, de 220 metros, ambos no Campo de Bagatelle, em Paris.

 


Entre os milhares de curiosos que assistiram ao voo do dia 12, membros da Federa��o Aeron�utica Internacional (FAI). �, portanto, o primeiro voo registrado e reconhecido da hist�ria da avia��o.


Santos Dumont n�o parou ali. At� 1909, construiu mais oito modelos. Aos quatro �ltimos, deu o nome de Demoiselle (“donzela”), o primeiro ultraleve da hist�ria.


O sucessor do 14-Bis chegou a alcan�ar a velocidade de 96 quil�metros por hora. No dia 8 de abril de 1909, percorreu 2,5 mil metros a 20 metros de altura.


Santos Dumont n�o patenteou suas inven��es. Colocou � disposi��o de quem quisesse reproduzi-las. Por essa raz�o, Demoiselle � considerada a primeira aeronave a ser fabricada em s�rie. Foram constru�dos mais de 40 exemplares.


Em 1910, por recomenda��o m�dica, se aposentou como piloto. Desconfia-se que sofria de esclerose m�ltipla.

Um ref�gio na serra

Fachada da Casa de Santos Dumont em Petrópolis
Fachada da casa de Santos Dumont em Petr�polis (foto: Divulga��o PMP)

Em 1918, escolheu a cidade de Petr�polis, na serra fluminense, como resid�ncia de ver�o. Construiu, em apenas tr�s meses, uma casa apelidada de “Encantada”.


Alguns dos m�veis da casa, projetada pelo arquiteto Eduardo Pederneiras, foram pensados para exercer m�ltiplas fun��es. A mesa, por exemplo. Durante o dia, era escrivaninha. � noite, virava uma cama.

Os degraus das escadas s�o recortados no formato de raquete para facilitar a subida e evitar quedas. No banheiro, outra de suas incont�veis inven��es: o chuveiro de �gua quente.


Interior da Casa de Santos Dumont em Petrópolis
A resid�ncia virou um museu com mais de 200 itens (foto: Divulga��o PMP)

A mais famosa delas, com exce��o do 14-Bis, � o rel�gio de pulso. Segundo bi�grafos, teria pedido a um amigo, o joalheiro Louis Cartier (1875-1942), que fizesse um. Criou, ent�o, um quadrado com pulseira de couro. Com o rel�gio de bolso, Santos Dumont n�o conseguia pilotar e cronometrar o tempo de voo ao mesmo tempo.


Cartier, ali�s, n�o era o �nico amigo famoso de Santos Dumont. Volta e meia, o piloto brasileiro sa�a para jantar no Maxim’s, seu restaurante favorito, com a princesa Isabel (1846-1921), que assinou a Lei �urea, ou com o engenheiro Gustave Eiffel (1832-1923), que projetou a Torre Eiffel.


Interior da Casa de Santos Dumont em Petrópolis 2
O Museu Casa de Santos recebe uma m�dia de 10 mil visitas por m�s (foto: Divulga��o PMP)

“S�o, ao todo, mais de 200 itens, entre cartas, moedas e livros, boa parte deles doados por familiares e historiadores. Mas, a maior atra��o da casa �, sem d�vida, o chap�u”, garante Cl�udio Gomide, gerente do Museu Casa de Santos Dumont, em Petr�polis, que reabre ao p�blico no pr�ximo dia 20 e recebe uma m�dia de 10 mil visitas por m�s.


Segundo os bi�grafos de Santos Dumont, ele era baixinho – algo em torno de 1,52 metro de altura – e pesava 50 quilos. Para disfar�ar sua baixa estatura, usava um chap�u panam�, terno de gola alta e sapatos de sola grossa.


Tanto a fazenda Cabangu, na pequena Palmira (MG), onde nasceu, em 20 de julho de 1873, quanto a Encantada, sua resid�ncia de ver�o em Petr�polis, viraram museus. Hoje, sua cidade natal se chama Santos Dumont.


Chapéu de Panamá usado por Santos Dumont
O chap�u de Panam� usado por Santos Dumont � a principal atra��o (foto: Divulga��o PMP)

'Inven��o coletiva'

Sobre a pol�mica envolvendo a “paternidade” da avia��o, Santos Dumont escreveu, em O Homem Mec�nico: “Os partid�rios dos irm�os Wright afirmam que foram eles que voaram na Am�rica do Norte de 1903 a 1908. Esses voos pareciam ter ocorrido perto de Dayton, num campo ao longo de uma linha de bonde”. Escrito em 1929, o manuscrito O Homem Mec�nico s� foi descoberto 75 anos depois por um sobrinho-neto.


“N�o posso deixar de ficar profundamente estupefato por essa reivindica��o rid�cula”, prossegue Santos Dumont. “� inexplic�vel que os irm�os Wright pudessem ter realizado in�meros voos durante tr�s anos e meio sem terem sido observados por um �nico jornalista da perspicaz imprensa norte-americana que tivesse se dado o trabalho de assisti-los e de produzir a melhor reportagem da �poca”, conclui.


Na opini�o do jornalista Paul Hoffman, autor de Asas da Loucura (Record), a reivindica��o n�o � assim t�o rid�cula. “Existe um amplo consenso entre os pesquisadores, exceto por alguns poucos brasileiros, de que os Irm�os Wright inventaram o primeiro avi�o a motor control�vel e bem-sucedido do mundo. Embora houvesse testemunhas de seus primeiros voos em 1903, eles n�o estavam atr�s de publicidade e, a princ�pio, voaram na obscuridade”.


Cartão de Visitas de Santos Dumont no acervo do Museu Aeroespacial
Cart�o de visitas de Santos Dumont no acervo do Museu Aeroespacial (foto: Divulga��o FAB)

“Santos Dumont s� conseguiu voar tr�s anos depois e, quando conseguiu, o fez de maneira chamativa e em busca de publicidade. Por essa raz�o, atraiu legi�es de f�s e ganhou as manchetes dos jornais”.


Autor de Conex�o Wright – Santos Dumont: A Verdadeira Hist�ria da Inven��o do Avi�o (Record), Salvador Nogueira prop�e um meio-termo. “O avi�o n�o tem um �nico pai. Foi uma inven��o coletiva”, defende o jornalista.


“Se voc� olhar para os primeiros Flyers ou para o 14-Bis, eram m�quinas bem diferentes do que hoje reconhecemos como avi�o. Foi uma combina��o de inova��es produzidas por aqueles pioneiros que deu � luz o avi�o moderno”.

Guerra entre irm�os

No dia 23 de julho de 1932, Santos Dumont foi encontrado morto, enforcado com duas gravatas, no banheiro de seu quarto no Hotel de La Plage, no Guaruj� (SP). At� hoje, n�o se sabe ao certo o que teria levado o “pai da avia��o” a cometer suic�dio. Uma das hip�teses � a de que ele teria entrado em depress�o ao ver seu principal invento usado como m�quina de guerra na Revolu��o Constitucionalista de 1932.


“Nunca pensei que fosse causar derramamento de sangue entre irm�os”, teria dito ao ascensorista do hotel, Olympio Peres Munhoz, minutos antes de sair do elevador. “O que eu fiz?”. Por mais de 20 anos, acreditou-se que Santos Dumont teria morrido de um “colapso card�aco”, como atestava sua certid�o de �bito.


Seu cora��o foi guardado em um pequeno cofre de ouro e no formato de esfera celeste no Museu Aeroespacial, no Campo dos Afonsos, e seu corpo sepultado no Cemit�rio S�o Jo�o Batista, em Botafogo, ambos no Rio de Janeiro.


Coração de Santos Dumont guardado num cofre de ouro no acervo do Museu Aeroespacial
Aqui est� guardado o cora��o de Santos Dumont (foto: Divulga��o FAB)

Uma curiosidade: foi o pr�prio Santos Dumont quem mandou erguer o jazigo, ornamentado pela est�tua em bronze de �caro, ao lado dos pais, Henrique e Francisca. “Ficou muito bonito”, escreveu ao sobrinho Alberto, em 19 de outubro de 1923. “N�o podia ser mais a meu gosto”.


Entre outras homenagens, Santos Dumont virou nome de rua, pra�a e aeroporto. Em 1973, no centen�rio de seu nascimento, a Uni�o Astron�mica Internacional (IAU, na sigla em ingl�s) deu o nome do inventor brasileiro a uma cratera lunar de 8,8 km de di�metro, que fica pr�xima ao local de pouso da miss�o Apollo 15.


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