
Isso significa que, no intervalo analisado, o n�mero de pessoas consideradas pobres por esse crit�rio foi reduzido de 84,1 milh�es para 46,2 milh�es. Houve, portanto, melhora nas condi��es de vida de quase 38 milh�es de brasileiros.
Esta � a primeira vez que o IBGE divulgou, ainda de forma experimental, a "evolu��o dos indicadores n�o monet�rios de pobreza e qualidade de vida no Brasil".
�ndice de Pobreza Multidimensional n�o Monet�rio
Os dados foram levantados com base na POF (Pesquisa de Or�amentos Familiares), realizada com 65 mil pessoas, entrevistadas presencialmente em suas resid�ncias, distribu�das proporcionalmente em rela��o � popula��o de cada estado. A primeira coleta de informa��es ocorreu no intervalo de 12 meses, entre 2008 e 2009, e foi repetida entre 2017 e 2018.
A an�lise �, portanto, sobre per�odo anterior � pandemia de COVID-19, iniciada em mar�o de 2020, e que pode ter apresentado impacto em indicadores utilizados para a media��o da pobreza e vulnerabilidade.
Para aferir o grau de pobreza com base nessa nova vari�vel, o IBGE criou um novo �ndice. O chamado IPM-NM (�ndice de Pobreza Multidimensional n�o Monet�rio) caiu de 6,7, em 2008-2009 para 2,3 em 2017-2018. Quanto menor � o indicador, melhor � a qualidade de vida da popula��o.
Leia tamb�m: 3,4 milh�es saem da pobreza nas metr�poles brasileiras em 2022
Embora registre significativa melhora em termos gerais, o recorte do �ndice por crit�rios de cor e g�nero da pessoa de refer�ncia da fam�lia mostra que as desigualdades persistem.
O IPM-NM de brancos recuou de 3,3 para 1,1 (-62,1%), enquanto entre pretos e pardos, cedeu de 9,6 para 3,2 (-66,6%). Homens tiveram redu��o do �ndice de pobreza de 6,6 para 2,1 (-68,5%), enquanto o de mulheres caiu de 6,8 para 2,7 (60,9%).
A aus�ncia de uma s�rie hist�rica mais longa prejudica a compreens�o plena do que esses indicadores representam na aferi��o da pobreza, mas apontam uma relevante melhora na situa��o.
"S�o melhorias estruturais, o que mostra um novo pa�s desde 2008-2009, s�o melhoras sens�veis nas pol�ticas p�blicas e aquelas que n�o v�m de pol�ticas p�blicas, que retratam uma condi��o da sociedade de se estruturar a longo prazo", comentou Leonardo Oliveira, gerente da pesquisa.
Ao iniciar uma s�rie estat�stica que desconsidera a renda para avaliar a pobreza, o IBGE procura evitar distor��es pontuais que a remunera��o no momento da pesquisa pode provocar na avalia��o geral da qualidade de vida.
O estudo para identificar algum grau de pobreza ou de vulnerabilidade avalia cerca de 50 indicadores, n�o monet�rios, divididos em seis dimens�es: moradia, acesso aos servi�os de utilidade p�blica, sa�de e alimenta��o, educa��o, acesso aos servi�os financeiros e padr�o de vida, al�m do tempo gasto com transporte e lazer.
De acordo com esses crit�rios, uma pessoa que est� momentaneamente sem renda ainda poderia ser exclu�da da rela��o de pobreza, caso tenha acesso a condi��es satisfat�rias para tr�s ou mais dimens�es avaliadas.
As pessoas s�o consideradas em situa��o de pobreza quando a pesquisa detecta perdas e priva��es de qualidade de vida equivalentes a pelo menos duas dimens�es inteiras. Quando h� detec��o de pobreza em apenas uma dimens�o, diz-se que h� situa��o de vulnerabilidade.
O IBGE considera a possibilidade de iniciar uma nova POF ainda em 2023, o que poderia aferir com maior precis�o os efeitos da pandemia sobre a condi��o das fam�lias.