No caso amaz�nico, foram registrados 563,09 km² de desmatamento no �ltimo m�s, a menor taxa para agosto desde 2019, que foi o primeiro ano do governo Jair Bolsonaro (PL) e o m�s de agosto recordista de desmatamento, segundo a s�rie hist�rica recente. Em agosto de 2022, a taxa ficou em 1661,02 km².
J� no cerrado, a derrubada foi de 462,72 km² de mata, contra 451,81 km² em agosto do ano passado.
Os dados s�o provenientes do programa Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), atualizados nesta sexta-feira (8/9). Apesar de o Deter ter como fun��o principal o aux�lio a a��es de combate ao desmatamento, suas informa��es podem ser utilizadas para verificar as tend�ncias de desmatamento. A s�rie hist�rica recente do Deter tem in�cio em 2015 para a Amaz�nia e 2018 para o cerrado.
A Amaz�nia vem registrando quedas de desmatamento consecutivas desde abril. Os dados positivos para o bioma no �ltimo agosto foram adiantados durante um evento no Pal�cio do Planalto para comemorar o Dia da Amaz�nia, com a presen�a do presidente Lula (PT). Na mesma ocasi�o, o presidente anunciou a demarca��o de duas terras ind�genas, ambas na Amaz�nia e um novo programa que prev� repasse de at� R$ 600 milh�es do Fundo Amaz�nia a munic�pios para a��es de combate ao desmatamento.
Sob Bolsonaro, o n�vel de desmatamento na Amaz�nia vinha sendo cr�tico. Mesmo com a destrui��o crescente, o ex-presidente Bolsonaro, aliados e apoiadores minimizavam a situa��o. O governo anterior tamb�m acabou com o PPCDAm (Plano de A��o para Preven��o e Controle do Desmatamento na Amaz�nia), programa que tinha tido import�ncia central para redu��o da destrui��o da floresta em anos anteriores.
Um novo PPCDAm j� foi anunciado pelo governo Lula.
Al�m do desmatamento, as queimadas tamb�m tiveram queda expressiva em rela��o a agosto do ano passado. Foram detectados 17.373 focos de calor no bioma no m�s passado; em agosto de 2022 foram 33.116, o que significa uma redu��o de 47%.
Cerrado continua com desmate crescente
Ao mesmo tempo, por�m, o cerrado vive uma situa��o um tanto diferente da vista na Amaz�nia. Desde o in�cio do ano, os dados de devasta��o do cerrado t�m, em sua maioria, sido t�o elevados quanto ou maiores do que os vistos nos �ltimos anos no bioma. Cinco meses (fevereiro, abril, maio, julho e agosto) superaram o desmate dos mesmos meses do ano passado. Maio, especificamente, teve registro de mais de 1.300 km² de desmatamento, quase o dobro do visto no mesmo m�s do ano anterior e agosto bateu recorde.
Apesar do crescimento no desmate, as queimadas de agosto tiveram uma redu��o consider�vel em compara��o ao mesmo m�s do ano anterior. No m�s passado, foram registrados 6.850 focos de calor no cerrado; em agosto do ano passado, foram 10.567. Uma redu��o de 35%.
Vale destacar que o C�digo Florestal de 2012 aponta diferentes cen�rios para os dois biomas. Propriedades privadas no cerrado, bioma que concentra intensa atividade agropecu�ria, podem desmatar -ap�s autoriza��o pelos �rg�os ambientais competentes- �reas maiores do que o permitido na Amaz�nia.
Enquanto na Amaz�nia as propriedades devem conservar em p� (o que � chamado de reserva legal) 80% da �rea das propriedades privadas, para o cerrado esse valor � de 20% ou de 35% (caso de �reas de cerrado localizadas na Amaz�nia Legal).
O Minist�rio do Meio Ambiente e Mudan�a do Clima tem feito reuni�es com os estados que comp�em o cerrado em busca de constru��o de propostas para a redu��o no desmatamento. O minist�rio tamb�m prev� o lan�amento do PPCerrado (Plano de A��o para Preven��o e Controle do Desmatamento no Cerrado) em outubro.
Recentemente, ao falar sobre o assunto, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudan�a do Clima, disse que a situa��o no cerrado � complexa e levantou uma possibilidade de mudan�a de legisla��o para o bioma.
"No caso do cerrado, h� quase que uma acomoda��o, porque pode explorar [por lei] 80% [da floresta]. Ent�o a ci�ncia precisa dizer qual a base de sustenta��o e a base de suporte [da explora��o] do bioma", disse Marina.