
Com um espet�culo de horror, o crime organizado mostrou que, longe de ser um poder paralelo, � a for�a implac�vel no Rio de Janeiro - com tent�culos espalhados pelo pa�s -, ante uma seguran�a p�blica inoperante, que acumula sucessivos fracassos no combate �s fac��es. Dezessete horas depois da chacina de tr�s m�dicos na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense, o chamado "tribunal do crime" executou os quatro supostos assassinos dos ortopedistas.
"� um problema do Brasil, e temos que parar de achar que � pontual. S� conseguiremos ter sucesso no combate � criminalidade se for um combate de todos: estados, governo federal e prefeituras. N�o � uma briga de traficantes e milicianos", discursou o governado do Rio, Cl�udio Castro (PL). "� uma verdadeira m�fia, que tem entrado nas institui��es, nos Poderes, no com�rcio, nos servi�os, inclusive no sistema financeiro nacional."
Castro prometeu que as investiga��es seguir�o para a identifica��o de todos os envolvidos. "Iremos at� o fim para combater essas organiza��es criminosas, essas m�fias. Aqui no estado, cumpriremos com a nossa responsabilidade e enfrentaremos de forma implac�vel essas organiza��es criminosas", enfatizou. "N�o retrocederemos um mil�metro sequer para essas m�fias. N�o existe crime por engano, e o estado n�o vai recuar."
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O secret�rio-executivo do Minist�rio da Justi�a, Ricardo Cappelli, que estava na coletiva, ressaltou que o governo federal vai ampliar a parceria entre o Executivo fluminense e a Pol�cia Federal. "O ministro Fl�vio Dino determinou, e n�s vamos ampliar as a��es de intelig�ncia aqui no estado do Rio de Janeiro", prometeu. Ele fez quest�o de ressaltar a necessidade de uni�o das esferas governamentais, independentemente de ideologias.
O governador refor�ou a declara��o de Cappelli. "� importante deixar claro: eu n�o apoiei o presidente Lula, ele n�o me apoiou. Isso n�o � uma quest�o pol�tica, isso � uma quest�o de seguran�a p�blica".
Castro disse que a investiga��o da Pol�cia Civil obteve, em menos de 12 horas, a confirma��o dos autores do crime brutal contra os m�dicos, mas que as for�as do estado foram surpreendidas pela a��o das "m�fias" com seu "pseudotribunal do crime", que eliminou os executores.
"O que nos parece � que at� eles se indignaram com a a��o dos seus pr�prios e fizeram essa puni��o interna. Temos de achar, inclusive, quem cometeu esse segundo assassinato. O estado n�o se abala. � �bvio que eles j� sabiam quem tinha sido, foram � frente e puniram", destacou. "Tem que ver se foram todos, se tinha mais gente envolvida, a investiga��o n�o muda em nada", garantiu.
O chefe do Executivo fluminense descartou qualquer motiva��o pol�tica envolvendo o fuzilamento dos ortopedistas. Inicialmente, havia a suspeita de que as mortes poderiam ser um "recado" por causa da atua��o pol�tica da deputada S�mia Bomfim (PSol-SP), irm� de uma das v�timas, Diego Ralf Bomfim, ou do deputado Glauber Braga (PSol-RJ), marido da parlamentar.
A hip�tese, no entanto, foi descartada horas depois da chacina, quando a pol�cia constatou que Perseu de Almeida foi confundido com Taillon de Alc�ntara Pereira Barbosa, filho do miliciano Dalmir Pereira Barbosa. (Colaborou Henrique Fregonasse)