
Segundo um laudo da Pol�cia Civil do Distrito Federal (PCDF), a crian�a teve hemorragia e rompimento do p�ncreas, seguida de choque hipovol�mico (situa��o de emerg�ncia decorrente da perda de grande quantidade de l�quidos e sangue) em decorr�ncia de agress�es no abd�men causadas pelo pr�prio pai.
O menino apresentava ainda dois ferimentos na regi�o dos olhos, al�m de v�rias marcas de viol�ncia pelo corpo. O Correio antecipou a identidade de Wagner Pereira, que foi preso ap�s confessar o crime na delegacia. A crian�a morava com os pais na quadra 17, do conjunto B, no Parano�.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) foi acionado e, quando chegou no local, constatou o �bito. De acordo com relatos de uma vizinha da crian�a, ela ouvia constantemente o menino chorar muito, gritar pedindo ajuda e socorro em situa��es em que aparentava estar sofrendo algum tipo de agress�o.
De acordo com o delegado adjunto da 6ª Delegacia de Pol�cia (Parano�), Bruno Cunha Carvalho, a per�cia identificou a exist�ncia de m�ltiplas les�es decorrentes no corpo da crian�a. A m�e do menino, Patr�cia Viriato da Silva, 25, est� gr�vida de oito meses e afirmou aos investigadores que tanto ela, quanto o filho morto, sofriam agress�es constantes por parte de Wagner.
Agress�o
A m�e da crian�a disse aos investigadores que o marido agredia o filho porque tinha problemas psicol�gicos. Tamb�m revelou que ele tinha a inten��o de punir alguma eventual desobedi�ncia do menino, mas ela o impedia. Por�m, reiterou aos delegados que tinha medo de Wagner, porque queria manter o casamento. Patr�cia chegou a registrar um boletim de ocorr�ncia, com base na Lei Maria da Penha - apesar disso, retirou a queixa logo em seguida.
Conforme Patr�cia destacou, no dia crime ela saiu de casa, por volta das 6h, e foi at� a Universidade de Bras�lia (UnB), onde cursa ci�ncias sociais. Relatou tamb�m que deixou o filho bem mas, por volta de 7h30, recebeu mensagem de texto do marido informando que a crian�a passava mal. Ao retornar de imediato para casa, percebeu que o garoto estava morto e acionou o Corpo de Bombeiros.
Oitiva
O delegado disse que o pai confessou, durante oitiva, que agrediu a crian�a em outras ocasi�es. Naquele dia, ele contou aos investigadores que bateu no filho com tapas no rosto e na regi�o do abd�men. De acordo com o delegado, Wagner n�o demonstrou nenhum tipo de rea��o na hora do interrogat�rio, nem qualquer tipo de sentimento.
"� uma pessoa que n�o apresenta qualquer sinal de arrependimento ou remorso. Confirmou que agrediu o filho na noite anterior. Diante das declara��es, ele foi indiciado por homic�dio qualificado, tortura, motivo f�til e redu��o da capacidade de resist�ncia da v�tima e est� a disposi��o da Justi�a. Se condenado, pode pegar uma pena de 12 a 30 anos de pris�o", afirmou.
"Seguimos com as investiga��es para apurar se a m�e tem participa��o no ocorrido, ainda que de forma omissiva, e s� ent�o poderemos falar em indiciamento. No momento n�o h� argumento ou prova para fazermos um flagrante contra ela", pontuou o adjunto da 6ª DP.
