Mercado Novo atinge outro patamar na vanguarda cultural de BH

Os cobog�s que revestem as paredes externas s�o a marca registrada do Mercado Novo. Feitos em cer�mica, eles deixam entrar a luz, renovam o ar, criam uma atmosfera intimista e, ainda,  conferem um ar modernista ao pr�dio, que ap�s d�cadas de abandono renasce como templo da gastronomia e cultura na capital, que a cada ano ganha destaque nacional pela preocupa��o de espa�os esquecidos e, hoje, � refer�ncia de vanguarda cultural no Centro de BH. 

Nesse ambiente, o ceramista Gl�ucio Galv�o se inspirou ao criar a logo que se encontra no letreiro luminoso em frente ao seu atelier/loja rec�m-inaugurado no 3º piso do Mercado Novo. "Os cobog�s s�o �cones da arquitetura modernista deste local. Me impressionei com essa parede vazada desde a �poca em que meu pai trabalhava aqui no mercado nos anos de 1980. A arte est� presente no cora��o do Mercado Novo. Tempos mais tarde, vejo que aqui � um lugar altamente 'instagram�vel'. Cada canto, corredor e paredes s�o lugares perfeitos para um click para postar nas redes sociais de fotos', emociona-se o ceramista.

 

De frente para os blocos de argila vazados do corredor D, a nova loja do terceiro piso exp�e pe�as em cer�mica de extrema leveza e beleza. Algumas remetem ao sagrado, com a inspira��o nos santos cat�licos, como o quadro de S�o Francisco. Existe, tamb�m, a presen�a de amuletos da f� isl�mica e do hebraico na preciosidade do Hams� ( M�o de F�tima). Outras pe�as s�o ornamentais, como espelhos, mandalas e delicadas folhas e jarros em terracota. Para os amantes da gastronomia, a linha de pratos, cuias e cubas s�o um chamariz para quem quer dar um toque de Chef naquele jantar gastr� em casa. 

"Meu S�o Francisco, 'chiquinho', � meu sucesso de vendas. � o preferido do meu p�blico. Tenho encomendas e mais encomendas. Sinto que os clientes se identificam com as cores esmaltadas na pe�a. Vejo nele um artigo sagrado que imprimo um pouco da minha f�", diz Gl�ucio

Formado em Gest�o em marketing, Gl�ucio fez um desvio de rota h� cerca de 3 anos quando descobriu e apaixonou-se pela cer�mica. Em uma viagem � Espanha, em 2018, descobriu a arte da azulejaria e essa descoberta foi o pontap� para a guinada profissional. 

" Sou fascinado pela hist�ria da cer�mica. Ela � milenar, est� presente do oriente ao ocidente. Admiro as formas e cores das pe�as produzidas na China e Jap�o, mas o que mais me encantou foi uma viagem que fiz � Espanha e tive o prazer conhecer um pouco mais da t�cnica da azulejaria desenvolvida no pa�s h� s�culos. Aprecio a t�cnica desenvolvida e implementada pelos mouros na Pen�nsula Ib�rica.� surreal de lindo".

O Mercado foi um dos v�rios empreendimentos de Belo Horizonte que tiveram que fechar as portas quando foi decretado o estado de pandemia pelo Novo Coronav�rus em mar�o de 2020. Gl�ucio foi um dos artistas que teve que adiar seus planos e esperar o momento certo de colocar em pr�tica seu antigo sonho - abrir sua loja no Mercado Novo. "A diminui��o do n�mero de casos de COVID-19 na capital mineira e o aumento da popula��o vacinada foram decisivos para a retomada dos neg�cios. O que eu mais desejo � a volta da vida de todos ao "novo normal", finaliza.

  

Quem entra pela rampa do estacionamento, depara-se com uma arquitetura em forma de caixote, com uma ilumina��o prec�ria e, ao mesmo tempo, impressionante. O estilo modernista confere uma sensa��o de estar em cen�rio do filme Asas do desejo, de Wim Wenders. Em determinadas horas do dia, a luz difusa, ao entrar pelos cobog�s de cer�mica, cria uma atmosfera surreal. A sensa��o � que veremos o embate dos anjos Damiel e Cassiel, personagens ic�nicos da obra-prima do cineasta alem�o, abrindo as suas asas sobre os visitantes do local: uma mo�ada descolada, low profile, apaixonada pelos ambientes alternativos espalhados pela capital mineira.

 

 

Em 2010, foi inaugurado no terceiro piso do local o Mercado das Borboletas. Misto de boate e centro cultural, o espa�o art�stico ganhou for�a na cena underground da capital mineira por virar point de uma galera jovem e alternativa. Desde ent�o, a lagarta saiu do casulo e registrou a metamorfose dos espa�os superiores, fadados ao esquecimento no Centro de BH. A �rea de 9 mil metros quadrados nunca teve finalidade alguma e se encontrava abandonada desde que o inacabado pr�dio fora erguido, em 1962. Poeira, descaso e entulho sempre tomaram conta do local. O Mercado das Borboletas bateu as asas e fechou as portas, mas deixou um legado como abre-alas para a nova gera��o de empreendedores - ao todo, cerca de 310 novos neg�cios ser�o instalados no terceiro do piso do Mercado Novo - bares, restaurantes, lojas descoladas, est�dios de tatuagens, oficinas de restauro de m�veis, brech�s, floras (Flora de Verdade),barbearias e tantos outros ref�gios de artistas vision�rios que redescobriram o novo point cultural que faltava na capital mineira.

 

 

 

Al�m do ceramista Gl�ucio Galv�o outros 150 empreededores particpam da retomada e revitaliza��o do Mercado Novo, veja alguns:

 

Com�rcio de arranjos e buqu�s com flores naturais. Arranjos personalizados e decora��o de eventos. Assinatura Floral. Entregamos em Belo Horizonte/MG e Regi�o Metropolitana.

Instagram: @floradeverdade 

A Easy Brand � uma empresa especializada em Branding e Design, trazendo ao mercado novo uma de suas pontas de cria��o de conte�do. O espa�o ir� trazer possibilidades para desenvolvimento de Lives, Podcasts, Vlogs, V�deos Promocionais, Fotografia de produto, etc. A id�ia do est�dio � comtemplar a conex�o com o meio, com o hipercentro de Belo Horizonte e principalmente com o Mercado Novo, um polo tur�stico de BH.

Instagram: 

@easybrand_bh

 

 

Durante muito tempo, o local n�o conseguiu se firmar nos andares superiores como ponto comercial na cidade. Ficou conhecido como Mercado das Gr�ficas, que ocupava nos dois primeiros andares mais de 65 estabelecimentos do tipo. Nas �ltimas d�cadas, cerca de 300 neg�cios estabeleceram-se no Mercado Novo, como lojas de embalagens, de uniformes e consertos de roupas. Al�m de sebos, barbearia e lanchonetes. Mas, o que pouca gente sabe, no t�rreo funciona uma mini Ceasa. Esse centro de abastecimento abre suas portas j� na madrugada, por volta das 2h. No local, um vaiv�m de vendedores e compradores de verduras, frutas e legumes circula entre as bancas. E chegando pr�ximo ao hor�rio do almo�o, o Mercado Novo ferve por conta dos pre�os baixos encontrados nos restaurantes do local.

 

Constru�do na d�cada de 1960 como complemento do Mercado Municipal de BH, o chamado Mercado Novo nunca foi de fato inaugurado. Naquele ano, a construtora faliu e a obra n�o chegou a ser conclu�da. Tal como alguns de seus corredores, a hist�ria do Mercado Novo � obscura. O pr�dio foi projetado para ser um dos mais modernos da Am�rica Latina. Em parceria com a iniciativa privada, foi erguido no terreno onde funcionava uma oficina especializada em tr�lebus e bondes. Entretanto, n�o foi totalmente acabado e, depois que a construtora faliu, os comerciantes que investiram no espa�o mudaram os rumos para o Mercado Central. A partir da�, sucessivos problemas passaram a fazer parte da vida do lugar, como a presen�a de intermedi�rios e atravessadores exercendo com�rcio ilegal e concorr�ncia desonesta, conforme descrito no livro Belo Horizonte e Com�rcio - 100 anos de hist�ria, da Funda��o Jo�o Pinheiro.

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