A economia brasileira mostrou recupera��o no terceiro trimestre diante do relaxamento das medidas de conten��o ao novo coronav�rus e o aux�lio emergencial pago pelo governo, mas insuficiente para compensar a perda hist�rica, de 10,2%, nos tr�s meses anteriores, impactados pela pandemia. O IBC-Br (�ndice de Atividade Econ�mica do Banco Central), considerado uma pr�via do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 1,3% em setembro ante o m�s anterior, acima da proje��o de 1%.
Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, o pa�s come�a a dar os primeiros passos a fim de sair da recess�o. Mas os resultados obtidos at� agora ainda est�o longe de trazer o pa�s para a superf�cie. O setor de servi�o, um dos que mais empregam no pa�s, registrou avan�o de 1,8% entre agosto e setembro. Foi o quarto resultado positivo consecutivo, com ganho acumulado de 13,4%, por�m, abaixo das perdas acumuladas de 19,8% de fevereiro a maio. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), o volume de servi�os est� 18,3% abaixo do recorde hist�rico, alcan�ado em novembro de 2014, e 8% menor do que o de fevereiro deste ano.
Tamb�m em setembro, a Pesquisa Mensal de Com�rcio mostrou que as vendas no varejo tiveram alta de 0,6%, o quinto resultado positivo seguido, apesar de indicar uma desacelera��o diante das altas registradas em agosto (3,1%), junho (8,7%) e maio (12,2%). A atividade industrial, por sua vez, apresentou desempenho positivo, com alta de 2,6% de agosto para setembro. Em 11 estados, entre os 15 pesquisados, houve amplia��o da produ��o ap�s as necess�rias paralisa��es impostas pela COVID-19.
At� os investidores estrangeiros, que tinham batido em retirada, voltaram a investir na Bolsa de Valores de S�o Paulo. Os sinais justificam o otimismo do ministro. Mas n�o s�o garantia de que o ritmo de recupera��o ser� de acordo com suas expectativas. H� uma evidente desarmonia entre os projetos da equipe econ�mica e a resposta pol�tica do Congresso Nacional. Falta uma lideran�a que leve os congressistas a aprovar as medidas indispens�veis para tirar o pa�s da cr�tica situa��o em que se encontra.
Ainda que a campanha para as elei��es municipais de amanh� tenha interferido na atividade legislativa, n�o houve empenho da base parlamentar de apoio ao governo para cumprir a agenda apresentada pela equipe econ�mica. Hoje, h� d�vidas sobre a aprova��o da Lei de Diretrizes Or�ament�rias (LDO) e do pr�prio Or�amento da Uni�o para 2021.
A reforma administrativa, considerada uma das mais importantes para o equil�brio das contas p�blicas, apesar de restrita ao Executivo, adormece no Congresso.
A reforma tribut�ria est� longe de obter consenso para que seja apreciada e votada. Diante dessa in�rcia, o Brasil corre o risco de repetir em 2021 o mais do mesmo, postergando o reencontro com o desenvolvimento social e econ�mico t�o necess�rio. O pa�s sofre com 14 milh�es de desempregados e o aumento da fome e da mis�ria, que o mant�m como o nono mais desigual do mundo. Felizmente, ainda � poss�vel reverter esse quadro. Basta vontade pol�tica.