Marcelo Aro
Deputado federal (PP-MG), jornalista e advogado
O aux�lio emergencial que come�ou a ser distribu�do na semana passada pelo governo federal com valores que variam de R$ 150 a R$ 375 � insuficiente para contornar os impactos da pandemia de COVID-19 na vida do cidad�o brasileiro. Afetadas financeira, emocional e psicologicamente pelo desemprego, pelo isolamento e pela falta de perspectivas a curto prazo, centenas de milhares de fam�lias enfrentam a fome e o medo da morte pelo coronav�rus. Se a intensifica��o da vacina��o traz novas esperan�as de futuro, o presente ainda � uma inc�gnita para quem depende da ajuda de R$ 150 do governo para sobreviver. Afinal, uma cesta b�sica em Minas Gerais n�o sai por menos de R$ 500 por fam�lia.
Uma das grandes experi�ncias que tive neste segundo mandato de deputado federal por Minas Gerais foi ter relatado a primeira edi��o do aux�lio emergencial, em 2020, na C�mara dos Deputados. Um tema de extrema import�ncia para o povo brasileiro e para a economia da na��o. Uma tarefa que me demandou muito estudo e dedica��o para entender n�o apenas as quest�es sociais envolvidas, mas tamb�m os impactos financeiros, or�ament�rios e econ�micos diretamente relacionados com a concess�o desse benef�cio para as pessoas mais carentes de Minas e de todas as regi�es do pa�s.

Na �poca, nossos argumentos ajudaram a convencer o governo federal, em especial o presidente Jair Bolsonaro, de que o valor de R$ 200 defendido pelo ministro Paulo Guedes n�o seria suficiente para atenuar as afli��es das fam�lias carentes. Foi atrav�s do nosso relat�rio e gra�as � sensibilidade do Parlamento brasileiro que conseguimos aprovar um aux�lio emergencial de R$ 600. Hoje, o governo oferece �s v�timas da pandemia um valor quatro vezes inferior ao proposto por mim no Congresso Nacional em 2020. A justificativa de que as contas p�blicas n�o v�o bem deveria refor�ar, a meu ver, uma postura inversa. Afinal, nenhum pa�s cresce sem seu povo. E sem alimento n�o h� pessoas, n�o h� economia, n�o h� desenvolvimento. Um pensamento que, segundo a imprensa, � compartilhado tamb�m pelo vice-presidente da Rep�blica, Hamilton Mour�o, para quem o aux�lio que relatei jamais deveria ter sido suspenso.
Muito se falou sobre o custo expressivo do programa: R$ 300 bilh�es ou 4% do nosso PIB. Hoje, pesquisas indicam que foi justamente aquele primeiro aux�lio emergencial que impediu uma retra��o ainda maior da nossa economia. A expectativa girava numa redu��o entre 8,4% e 14,8%, mas gra�as ao programa o resultado final do PIB esperado para 2021 est� na casa dos 4,5%. A l�gica � simples. A popula��o de baixa renda gasta quase todo o seu dinheiro em consumo, o principal componente do nosso PIB. Com o dinheiro gasto na padaria, por exemplo, o padeiro mant�m sua fam�lia e honra seus compromissos com o distribuidor da farinha de trigo. Esse paga o fabricante, que paga os agricultores e assim por diante em toda a cadeia produtiva, preservando empregos e gerando impostos.
Com a experi�ncia de uma relatoria t�o importante, posso afirmar que este momento exige ainda mais esfor�os de todos os dirigentes do nosso pa�s para encontrarmos uma solu��o que amplie o valor do aux�lio emergencial aos patamares do ano passado. � hora de abrirmos os cofres com responsabilidade e criatividade, valendo-nos de uma gest�o administrativa mais competente e dos ativos dispon�veis, com a realiza��o de leil�es de �reas remanescentes do pr�-sal, privatiza��es, concess�es de rodovias e aeroportos, entre outros, para que o Brasil se capitalize e seu povo sobreviva. Vivemos em tempos de calamidade e de guerra contra um v�rus que mata sem piedade ou distin��o de ra�a, classe ou cor. Tempos extremos que requerem coragem e compromisso de todos, em especial dos governantes. Aux�lio emergencial de R$ 600, j�!