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Estado de Minas editorial

Ciranda imperfeita num pa�s de risco

A decis�o de turbinar os juros b�sicos da economia como mecanismo de controle da infla��o torna o cr�dito mais caro, o que significa menos investimentos


03/11/2021 04:00

O Brasil projetado nos computadores dos investidores se distancia r�pido do pa�s que o governo tenta vender como economia em franca recupera��o, seguindo o que os economistas chamam de crescimento em “V”, representa��o de vertiginosa expans�o ap�s queda. Na semana passada, em mais uma de suas coloca��es inadequadas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, classificou de “conversinha” as previs�es que v�m indicando inflex�o das taxas de expans�o do PIB e aumento da infla��o.
 
Guedes insiste num cen�rio descolado dos rumos dos indicadores econ�micos e vai na contram�o do pr�prio Banco Central, sem convencer sobre a tese de que “cada um vai fazer o seu trabalho” pelo crescimento. Ao que parece ser uma prega��o em deserto, a autoridade monet�ria promoveu o maior aumento da taxa b�sica de juros em quase duas d�cadas, enquanto o Pal�cio do Planalto avan�a o sinal do gasto p�blico.
 
A deteriora��o das contas do governo, que articulou a libera��o de bilh�es em ano eleitoral, leva a taxa b�sica de juros da economia de 6,25% ao ano para 7,5% anuais, ao n�vel mais alto dos �ltimos quatro anos. Com surpresa, a Federa��o das Ind�strias do Rio de Janeiro considerou o aperto exagerado pela simples raz�o de que a infla��o elevada n�o resulta de demanda da po- pula��o. Em seu comunicado, o Comit� de Pol�tica Monet�ria apresentou como justificativa a piora do quadro fiscal.
 
A expectativa � de que a Selic encerre 2021 em 9,25% ao ano. Para 2022, pela primeira vez, espera-se que a taxa rompa os dois d�gitos e fique em 10,25%. As previs�es de infla��o subiram pela 30ª semana, agora de 8,96% a 9,17% neste ano e de 4,40% a 4,55% em 2022. S�o n�meros bem superiores ao centro da meta de 3,75% em 2021.
 
Outros pa�ses, como o Brasil, convivem com crise de insumos, a exemplo da energia el�trica, e a retomada da economia mundial pressiona a oferta dos combust�veis, traduzida na eleva��o dos pre�os do petr�leo. A diferen�a est� nas incertezas pol�tica e fiscal irradiadas do Pal�cio do Planalto e que alimentam os reajustes decorrentes do custo de mat�rias-primas e seus reflexos na desvaloriza��o do real frente ao d�lar.
 
Esse desafio, no entanto, s� parece ser percebido e combatido pelo BC. Enquanto isso, o ministro defende o drible no teto de gastos, o adiamento do acerto dos precat�rios e desconhece as dificuldades que os juros mais caros v�o impor a um pa�s que necessita crescer. A diretriz que os analistas de bancos e corretoras sinalizam � de que Selic n�o ter� volta e deve alcan�ar dois d�gitos no ano que vem.
 
A falta de converg�ncia no discurso do governo se agrava quando o BC promove arrocho monet�rio que os brasileiros n�o viam h� anos, uma esp�cie de tiro no p�, j� que o Brasil precisa � de crescer e transformar recupera��o de emprego, frente a 2020, em abertura sustent�vel de vagas. N�o aquelas dominadas pela informalidade, mas as oportunidades capazes de frear a desocupa��o com oportunidades de trabalho que n�o venham precarizar as condi��es do trabalhador.
 
A ciranda que complica a situa��o do pa�s est� formada. A mesma decis�o de turbinar os juros b�sicos da economia como mecanismo de controle da infla��o torna o cr�dito mais caro, o que significa menos investimentos, empregos e consumo. � um tipo de luxo inaceit�vel num pa�s combalido pelo drama de mais de 600 mil mortos pelo coronav�rus, uma popula��o de 31,1 milh�es, entre desempregados e subocupados, e mais de 581 mil empregadores que fecharam seus neg�cios nos �ltimos dois anos, segundo o IBGE.


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