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Estado de Minas artigo

Mas quem salva os bombeiros?

Antes de ser um salvador, o bombeiro � um ser humano como qualquer outro que ele resgata


30/01/2022 04:00

Nivaldo Soares
Diretor do Departamento do Bombeiro Militar da Associa��o dos Oficiais da Pol�cia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais

N�o � incomum se deparar com discursos que atrelem o trabalho do bombeiro a gestos heroicos, seres capazes de salvar vidas. Somos tidos como protagonistas nas piores trag�dias, figuras confi�veis e imbat�veis; afinal, podemos ajudar at� mesmo por meio de uma liga��o. Claro, n�s somos treinados para atuar em quaisquer tipos de salvamentos, de inc�ndios a calamidades, do resgate de seres humanos a gatinhos presos em �rvores. Mas, se n�s salvamos a popula��o, quem nos salva?

Neste m�s, a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) passou a reconhecer a s�ndrome de burnout como uma doen�a ocupacional, isto �, “resultante de um estresse cr�nico associado ao trabalho”. Por termos como miss�o b�sica a preserva��o da vida, do meio ambiente e do patrim�nio, estamos sujeitos a riscos inerentes � atividade, que podem ser f�sicos, biol�gicos, mec�nicos ou psicossociais.

Tanto uma exposi��o a subst�ncias qu�micas, o manuseamento de cargas, a agressividade e potencial viol�ncia daqueles que consideram a nossa presen�a inoportuna quanto os turnos prolongados ou a viv�ncia frequente de trag�dias causam danos ocupacionais e adoecimento � classe. Como exemplo, no Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), podemos citar a opera��o em Brumadinho, que completou tr�s anos, assim como as buscas em Capit�lio ou nos in�meros munic�pios mineiros atingidos pelas fortes chuvas, que causaram inunda��o e desabamentos.

S�o imensur�veis os impactos dessa profiss�o, que demanda de seus agentes tamanha exig�ncia f�sica, cognitiva, social e emocional. Ao estarem cara a cara com cenas fortes, como a morte iminente, os bombeiros precisam lidar com situa��es traum�ticas em seu cotidiano e, muitas vezes, sem suporte adequado. Os bombeiros e policiais militares est�o entre os 10 profissionais que mais se exp�em a acidentes por agentes biol�gicos.

Pensando nisso, a Associa��o dos Oficiais da Pol�cia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (AOPMBM) criou o Departamento do Bombeiro Militar, cuja miss�o � o        olhar atento, a escuta ativa das principais demandas e a defesa exclusiva dos bombeiros militares mineiros, verdadeiros patrim�nios do estado.

Mas � preciso ir al�m: o estado � respons�vel pela corpora��o e a valoriza��o desses profissionais, que v�o desde a viabiliza��o de sal�rios justos, condizentes com a profiss�o, quanto o fornecimento de recursos e elementos adequados e imprescind�veis ao trabalho, como viaturas e equipamentos de prote��o individual e um trabalho preventivo para que a forte carga afetiva n�o ultrapasse as fronteiras do trabalho e inunde a vida familiar e social.

N�o obstante, a profiss�o precisa ser desconstru�da diante da popula��o. O bombeiro � tido como her�i e, justamente por isso, � um dos profissionais dos quais a sociedade e o poder p�blico n�o admitem falhas. Mas, antes de ser um salvador, o bombeiro � um ser humano como qualquer outro que ele resgata. Um profissional que tem medos, d�vidas e ang�stias e que � incapaz de salvar tudo e todos. Um trabalhador que, no final do dia, tamb�m precisa ser salvo.


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