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Economia brasileira entre a cruz e a espada

Os maiores vil�es da infla��o brasileira no ano passado foram os combust�veis, que podem continuar pressionando os pre�os em 2022


02/03/2022 04:00

Sacha Calmon
Advogado, coordenador da especializa��o em direito tribut�rio da Faculdades Milton Campos, ex-professor titular da UFMG e UFRJ

Ilustração
Ilustra��o

Rosana Hessel em excelente an�lise nos diz: “Ap�s 27 anos do lan�amento do Plano Real, quem pensava que o drag�o inflacion�rio estava dominado se enganou completamente. Em 2021, a alta do custo de vida voltou para a casa dos dois d�gitos, pela primeira vez desde fevereiro de 2016. E, de acordo com especialistas, n�o ser� f�cil fazer o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a infla��o oficial, voltar ao controle neste ano”.

O IPCA registrou alta de 10,74% no acumulado em 12 meses at� novembro. A pr�via da infla��o oficial, o IPCA 15, encerrou dezembro em 10,42%. Com isso, o Brasil tem a terceira maior infla��o entre os pa�ses do G20 –grupo das 19 maiores economias desenvolvidas e emergentes. A Argentina lidera o ranking com a carestia acumulando alta de 51,2% em 12 meses. A Turquia, em segundo lugar, registra infla��o de a 21,3%. O governo Bolsonaro � respons�vel por esse descontrole, em que pese ter feito poucos investimentos na infraestrutura, sa�de e educa��o.

Os maiores vil�es da infla��o brasileira no ano passado foram os combust�veis, que podem continuar pressionando os pre�os em 2022, pois o d�lar continuar� em torno de R$ 5,60, segundo previs�es do mercado. Pelas proje��es dos especialistas ouvidos pela reportagem, o IPCA continuar� em dois d�gitos at� abril ou maio, devido � s�rie de reajustes de pre�os que normalmente ocorrem no in�cio de cada ano e � indexa��o elevada da economia.

Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, "o BC n�o conseguir� cumprir a meta sem elevar muito os juros e levar o pa�s a uma nova recess�o". Pelas estimativas do mercado apontadas no boletim Focus do Banco Central, em 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) dever� crescer 0,48%, mas grandes bancos, como Credit Suisse e Ita� Unibanco, n�o descartam queda de 0,5%.

Carlos Thadeu de Freitas Gomes, ex-diretor do BC e economista-chefe da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC), acredita que o IPCA, em 2022, dever� ficar entre 5,5% e 6%, mas n�o descarta um percentual maior. "O juro real tende a ficar acima de 6%, o que vai ser bastante desafiador para a economia crescer".

A economista-chefe do Credit Suisse no Brasil, Solange Srour, prev� queda de 0,5% no PIB e infla��o de 6% neste ano. Ela faz um alerta para a in�rcia inflacion�ria devido, principalmente, � deteriora��o na �rea fiscal. "Mesmo com a desacelera��o da economia, ser� dif�cil para a infla��o retroceder em 2022", frisa. A economista n�o poupa cr�ticas ao abandono da �ncora fiscal ap�s a mudan�a no c�lculo do teto de gastos, que foi ampliado em mais de R$ 60 bilh�es. Agora, diz, ser� um "desafio enorme" para o governo recuperar o discurso da consolida��o fiscal em pleno ano de elei��es, que tudo indica perdur�.

Como as ind�strias s�o os maiores consumidores de energia, a difus�o � elevada e a infla��o, persistente", alerta o economista Andr� Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Get�lio Vargas (FGV Ibre).

Segundo dados do IBGE, o pre�o da gasolina disparou 50,78% em 12 meses e o do etanol, 69,40%. A energia el�trica subiu 31,87% no mesmo per�odo. Esses n�meros mostram que a infla��o de 2021 � mais reflexo da alta dos pre�os administrados do que do aumento da demanda.”

Tem muito pre�o que ser� orientado pela infla��o de 2021, como mensalidades escolares, sal�rios, contratos de loca��o, que devem dificultar uma desacelera��o da infla��o para a meta", afirma Braz. Essa conta, inclui, ainda, aumento nas passagens de �nibus urbanos.

“O �nico alento � que o volume de chuvas recente pode fazer o pre�o da energia recuar a partir de maio, quando est� prevista a mudan�a do patamar da bandeira tarif�ria. Mas, como a energia � custo para o setor de servi�os, e com os juros em alta, o ambiente de incerteza n�o dever� atrair muito investimento", destaca o especialista da FGV. Para ele, a alta dos juros nos Estados Unidos tamb�m ajudar� na sa�da de investimentos de mercados emergentes, como o Brasil.

Em suma, o governo Bolsonaro, al�m de ser decepcionante em termos de desenvolvimento econ�mico e ascens�o social da imensa popula��o que vive com at� cinco sal�rios m�nimos, introduziu na pol�tica uma praga que n�o t�nhamos, o �dio aos advers�rios, a transformar a pol�tica em confrontos quase militares, al�m de atingi-los com cal�nias e difama��es agressivas.

Nada de bom podemos esperar em 2022 nem depois (carryover) ou seja a proje��o de detritos e sujeiras deste governo, ap�s as elei��es, para 2023. Devemos pensar em fluxos e n�o em fatos (que s� mostram o retrato do aqui e do agora!).

Sempre fomos o pa�s do futuro, mas sempre crescemos, mais ou menos. Agora n�o, estamos como “rabo de cavalo”. Sim, crescemos mais para baixo. Em 2022 a economia (PIB bruto) voltar� a 2014. Haja incompet�ncia...
 


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