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Estado de Minas editorial

A venda da Eletrobras e as contas de luz

Teme-se que a tens�o em torno da disputa pela Presid�ncia da Rep�blica acabe sendo um grande obst�culo para a concretiza��o do leil�o de venda


19/05/2022 04:00


O Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) aprovou o processo de privatiza��o da Eletrobras. A venda da maior empresa de energia da Am�rica Latina vinha se arrastando h� meses, envolta em muitas d�vidas sobre a legitimidade da opera��o. Agora, a maior miss�o do governo ser� convencer os investidores de que assumir o controle acion�rio da companhia � um bom neg�cio. Ser� de grande valia tamb�m mostrar para a sociedade que benef�cios ela ter� com a transfer�ncia da empresa � iniciativa privada. A redu��o das tarifas de eletricidade n�o pode ficar na promessa.
 
� importante ressaltar que, durante a tramita��o do projeto de privatiza��o da Eletrobras no Congresso, v�rios jabutis foram inseridos, o mais relevante deles, a obrigatoriedade de que os futuros donos da empresa contratem uma s�rie de termel�tricas movidas a g�s. O problema � que essas t�rmicas ser�o instaladas em �reas remotas, sem nenhuma infraestrutura e sem gasodutos para abastec�-las. Os investimentos necess�rios para essas usinas s�o de R$ 100 bilh�es at� 2030. N�o h� d�vidas de que esse custo ser� repassado para as contas de luz. Ou seja, se, num primeiro momento, as tarifas podem cair, ao longo do tempo, os consumidores ser�o punidos com reajustes seguidos.
 
Dentro do governo e entre os donos do dinheiro h� apreens�o quanto ao prazo para a desestatiza��o da Eletrobras. Muitos d�o como limite o m�s de agosto, quando come�ar� oficialmente a campanha eleitoral. Teme-se que a tens�o em torno da disputa pela Presid�ncia da Rep�blica acabe sendo um grande obst�culo para a concretiza��o do leil�o de venda. Os investidores, todos sabem, andam muito arredios em rela��o ao Brasil, sobretudo por causa dos ataques �s institui��es democr�ticas. O medo � tanto que, neste ano, n�o houve nenhum lan�amento de a��es na Bolsa de Valores de S�o Paulo.
 
Um neg�cio do tamanho da privatiza��o da Eletrobras, que pode movimentar pelo menos R$ 70 bilh�es, segundo as estimativas do Minist�rio da Economia, requer um clima pol�tico e econ�mico de tranquilidade. � tudo o que o Brasil n�o tem hoje. O pa�s sofre com uma forte radicaliza��o, que alimenta a desconfian�a e, por tabela, a infla��o, for�ando o Banco Central a aumentar as taxas de juros. Nesse ambiente nada amig�vel para o capital, a frustra��o pode ser grande para o governo, que, at� agora, n�o conseguiu desestatizar nenhuma empresa de grande porte.
 
O discurso do ministro Paulo Guedes em defesa da privatiza��o da Eletrobras � o de que a opera��o mobilizar� recursos para diversificar a matriz energ�tica do pa�s, tornando a gera��o mais limpa, al�m de recuperar bacias hidrogr�ficas e garantir mais dinheiro at� para a energia nuclear. Ele ressalta, ainda, que, nas m�os do setor privado, a empresa ter� capacidade de investimento anual de R$ 15 bilh�es. Atualmente, os desembolsos n�o passam de R$ 3,5 bilh�es por ano, volume insuficiente para garantir a infraestrutura existente.
 
Daqui por diante, a popula��o deve acompanhar com lupa a desestatiza��o da Eletrobras. No �nico voto contr�rio ao neg�cio no TCU, o ministro Vital do R�go fez uma s�rie de advert�ncias sobre o projeto. Portanto, � fundamental ficar de olho para que surpresas negativas n�o apare�am no meio do caminho. H� detalhes demais no neg�cio, que precisam de transpar�ncia e debate. Xerife do mercado de capitais do Brasil, a Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM) ter� de chancelar a venda da companhia, assim como a sua cong�nere nos Estados Unidos, a Securities Exchange Comission (SEC). Ainda h� tempo de se evitar um mau neg�cio para o pa�s.


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