Em�lia de Castro
Administradora e gestora financeira no mercado de
capitais; s�cia-fundadora da Aspen Investimentos
Em 2020 eram pouco mais de 10 mil. Hoje, s�o mais de 30 mil jovens com menos de 18 anos investindo na Bolsa de Valores e a expectativa � de que o n�mero continue crescendo. Isso porque o jovem tem se interessado cada vez mais (e mais cedo) pelo universo dos investimentos. Do menor de idade ao rec�m-formado, a mudan�a no perfil do investidor em renda vari�vel j� � uma realidade.
Segundo levantamento feito pela B3, cerca de 46% dos investidores da Bolsa t�m entre 15 e 35 anos. Esse jovem est� entrando com menos dinheiro se comparado ao investidor com mais idade, mas chega com mais flexibilidade aos riscos da renda vari�vel.
As justificativas para esse movimento s�o variadas: existe o pequeno investidor, menor de idade, que investe a “mesada” que ganha dos pais ou os ganhos em neg�cios informais; o investidor jovem que j� trabalha e faz aportes pequenos, mas com regularidade. H� tamb�m o investidor rec�m-formado ou trainee – que j� possui uma renda que permite investimentos mensais que v�o render uma certa seguran�a a longo prazo e por �ltimo o investidor j� em idade adulta, na casa dos 30 anos: ele j� est� no mercado de trabalho, com uma profiss�o estabelecida e consegue mesclar objetivos de curto e longo prazo na carteira.
Mesmo com algumas caracter�sticas tra�adas, n�o existe uma ci�ncia exata sobre o investidor brasileiro, mas � fato que o mercado j� se movimenta buscando atender essa “nova” demanda. Os escrit�rios de investimentos e empresas de educa��o financeira contam com profissionais cada vez mais jovens, que falam a l�ngua desse novo perfil de investidor. Nos canais do Youtube, encontramos desde crian�as investidoras ao jovem da periferia que entrou para o mundo da Avenida Faria Lima.
O mercado das a��es acompanha as mudan�as geracionais e acaba sendo moldado por elas. O pensamento do jovem mudou e isso inclui a forma como lida com o dinheiro. O fator tempo, nesse caso, contribui positivamente para que os juros compostos trabalhem por mais tempo ainda para essa parcela da popula��o.
Investir hoje, n�o � mais um "bicho de sete cabe�as" que s� pode ser feito por especialistas ou por quem tem muito dinheiro para pagar algu�m que o fa�a por ele. O aumento no n�mero de investidores jovens reflete tamb�m o aumento na busca pela educa��o financeira, pela prosperidade, pelo empreendedorismo e pela independ�ncia por novos caminhos.
Benef�cios como INSS ao fim da vida n�o s�o mais t�o almejados, t�o pouco fazer carreiras eternas em empregos que n�o os fazem felizes. O ciclo tem mudado e junto a isso a concep��o de que a economia n�o � s� o “lado de l�”. Eles t�m percebido que � mais f�cil atingir os objetivos financeiros – seja enriquecer ou ter uma vida mais confort�vel na velhice – quando se sabe que os aspectos econ�micos e os investimentos podem andar lado a lado em suas carreiras.