Poliana Diniz
Farmac�utica da Drogarias Pacheco
Segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), as hepatites virais s�o consideradas problemas de sa�de p�blica em todo o mundo, respons�veis por 1,3 milh�o de mortes por ano. As diversas formas de transmiss�o s�o o maior desafio no combate � doen�a. E, por nem sempre apresentarem sintomas, muitas pessoas desconhecem ter a infec��o, que pode evoluir por anos sem o diagn�stico e o tratamento adequados. Diante desse cen�rio, � importante refor�ar o alerta contra a doen�a e conhecer as formas de preven��o.
As hepatites virais podem ser causadas por cinco tipos de v�rus, cada um com sua pr�pria forma de transmiss�o e tratamento. De modo geral, as hepatites s�o inflama��es que atingem as c�lulas do f�gado e causam altera��es leves, moderadas ou graves. Trata-se de uma infec��o silenciosa, que n�o apresenta sintomas. Entretanto, quando manifestados, podem causar problemas como cansa�o, febre, mal-estar, tontura, enjoo, v�mitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
A hepatite A � transmitida, principalmente, pela �gua e alimentos contaminados, ou pelo contato com uma pessoa infectada. J� a tipo B, uma das mais predominantes no Brasil, � classificada como uma infec��o sexualmente transmiss�vel, adquirida pelo contato com sangue, s�men ou outros fluidos corporais infectados. Vale lembrar que ambos os tipos podem ser prevenidos por meio de vacina��o.
A hepatite C � a forma mais comum em todo o mundo, considerada uma epidemia pela OMS, pois n�o tem vacina e conta com mais de 380 mil diagn�sticos no Brasil nos �ltimos 20 anos. As formas mais comuns de transmiss�o s�o exposi��o ao sangue infectado, que pode ocorrer pelo uso inadequado de inje��es e atividades sexuais. Inclusive, dados mais recentes do Minist�rio da Sa�de apontam que apenas 56,6% dos jovens brasileiros, com idade entre 15 e 24 anos, afirmam utilizar preservativos.
A hepatite D acomete pessoas j� infectadas pelo tipo B. Ela � considerada a forma mais grave da doen�a, devido � r�pida progress�o para a cirrose e maior risco de c�ncer de f�gado. O cont�gio tamb�m acontece por meio de rela��es sexuais com pessoas infectadas sem o uso de preservativo, de m�e para filho durante a gesta��o ou o parto, e de contato com sangue infectado.
Por sua vez, a hepatite E � mais rara, com cerca de 15 mil casos anuais no Brasil. As formas mais comuns de transmiss�o s�o fecal-oral, por meio de �gua e alimentos contaminados, e o tratamento consiste em cuidados m�dicos e paliativos, com reidrata��o e repouso. Na maioria dos casos, a doen�a se cura naturalmente, entre quatro e seis semanas, mas o tratamento prescrito deve sempre ser respeitado, para evitar que a doen�a evolua e cause complica��es.
Vale ressaltar que todas as pessoas precisam ser testadas pelo menos uma vez na vida para a doen�a. Em caso de situa��o de vulnerabilidade ao cont�gio, a testagem deve ser feita periodicamente, de prefer�ncia sempre que houver exposi��o ao risco de transmiss�o. Para quem j� foi diagnosticado, os principais cuidados a serem tomados s�o: repouso, ingest�o de l�quidos, evitar o consumo de �lcool e de alimentos gordurosos, assim como evitar o uso de medicamentos sem orienta��o m�dica, para n�o sobrecarregar o f�gado. Outros h�bitos tamb�m devem ser refor�ados no cotidiano, como manter bons h�bitos de higiene, usar preservativos nas rela��es sexuais, evitar compartilhar objetos cortantes e perfurantes e contato com sangue que possa estar infectado.
Al�m das precau��es b�sicas, outras medidas mais abrangentes podem ser aliadas na preven��o e erradica��o das hepatites virais. O investimento em saneamento b�sico, por exemplo, � fundamental, sobretudo num pa�s em que muitos domic�lios ainda n�o possuem acesso a tratamento de �gua ou de esgoto. Refor�ar a educa��o sexual e sobre a sa�de humana tamb�m � fundamental, especialmente em rela��o ao uso da camisinha. E, claro, adotar cuidados especiais com a sa�de, tais como a ades�o � vacina��o para as hepatites A e B e a realiza��o de testes r�pidos para detec��o dos v�rus tipo B ou C, dispon�veis no Sistema �nico de Sa�de (SUS).