O empoderamento feminino na constru��o civil

Empoderando-se de profiss�es vistas como masculinas, a pesquisa mais recente do Minist�rio do Trabalho e o Painel da Rela��o  Anual de Informa��es Sociais (Rais) apontou que o n�mero de mulheres que atuam na constru��o civil com carteira assinada passou de 205.033 em 2019 para 216.330 no ano seguinte. Isso representa um crescimento de 5,5%. 

Ao analisarmos os �ltimos 10 anos, o minist�rio compartilhou que o crescimento � de quase 50% na for�a de trabalho feminina. Um exemplo disso � o estado de Minas Gerais, que tem mais de 22 mil mulheres atuando no setor, o que representa 10% da for�a de trabalho do estado. 

O aumento da presen�a feminina segue o crescimento do setor no Brasil. De acordo com o IBGE, o PIB da constru��o, em 2021, obteve aumento de 9,7%, melhor resultado desde 2013, mostrando que o ecossistema continua tendo um forte papel na economia nacional. 

Para que os n�meros continuem favor�veis e a participa��o feminina cres�a, a Comiss�o de Defesa dos Direitos da Mulher na C�mara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 5.358/2020, que visa destinar 5% das vagas operacionais do setor para elas. O projeto ainda vai passar por mais algumas inst�ncias, mas representa uma esperan�a. 

Quando entrei na �rea, h� mais de 20 anos, era muito raro encontrar outras profissionais no canteiro de obras. Elas costumavam ocupar cargos nos escrit�rios, mas eu queria estar em ambos os lugares. Inspirei-me em minha primeira gerente  de planejamento e controle, que enfrentava com for�a e resili�ncia as dificuldades que encontrava. Observando como ela fazia � que aprendi muita coisa e coloquei em pr�tica. 

De l� pra c�, ficou mais f�cil encontrar mulheres nos canteiros, em posi��es que v�o de engenheiras a encarregadas de obra. Elas est�o em todos os lugares. Mas n�o � segredo que muito ainda precisa ser feito, como, por exemplo, oferecer mais posi��es de lideran�a. Com a lideran�a feminina, as empresas v�o ganhar mais resili�ncia, diversidade de pensamento, um olhar meticuloso e atencioso, que s�o caracter�sticas importantes para a constru��o civil. 

Ainda percebo bastante resist�ncia � aceita��o da autoridade t�cnica e da posi��o hier�rquica das mulheres por parte dos mestres, encarregados e demais colaboradores da opera��o. � claro que existe a necessidade de “ser firme” e “se impor”, mas com os incentivos � capacita��o, mais inser��o de trabalhadoras nos canteiros e projetos de lei como o que tramita na C�mara, h� esperan�a. Afinal, n�s mulheres podemos ocupar o cargo que quisermos. Inclusive, colocar as m�os nas obras.