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Estado de Minas artigo

Tra�ar sendas de paz

Juntos poderemos avan�ar na constru��o da paz, na justi�a, pelo respeito � �tica e �s normas, conquistando uma nova ordem social e pol�tico-econ�mica


13/01/2023 04:00





O papa Francisco, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, aponta importante e urgente meta, luz luminosa para dissipar as sombras deste tempo: a tarefa cidad� de tra�ar sendas de paz. Essa miss�o, quando assumida, deve considerar que n�o � poss�vel tra�ar sendas de paz isoladamente: “Ningu�m pode salvar-se sozinho”, eis uma simples e significativa indica��o do papa Francisco, um forte conselho sapiencial. S�o muitos os desafios que, para ser superados, exigem a uni�o de todos. Um exemplo � a pandemia da COVID-19, que desestabilizou a vida cotidiana, transtornando planos e h�bitos. Nas palavras do papa, a pandemia “precipitou a vida de todos no cora��o da noite”. Nessa correnteza de desafios inesperados e exigentes, com consequ�ncias evidentes, est� o recrudescimento das polariza��es, especialmente no cen�rio pol�tico. 

 Verifica-se uma cristaliza��o dos pontos de vista sobre a realidade que comprovadamente levam � falta de consenso sobre a elei��o de prioridades. Assim, s�o acirrados �dios, alimentados por not�cias falsas, dolosas. Esses transtornos fazem com que muitos busquem nas escolhas pol�tico-partid�rias um “porto seguro”, o que agrava, ainda mais, as polariza��es. S�o estabelecidas divis�es at� mesmo dentro das fam�lias, consolidando entendimentos equivocados, respons�veis pelos fanatismos, medos, preconceitos e atentados contra a jovem democracia brasileira. Essas divis�es fazem proliferar um mal-estar generalizado, comprometendo la�os, ferindo o tecido cultural da sociedade. Cresce, consequentemente, a incapacidade para construir riquezas a partir das diferen�as. Com isso, permanecem expostas outras graves feridas da ordem social. Entre essas feridas, n�o h� adequado tratamento para o mapa sombrio da fome na sociedade brasileira.

Por isso, torna-se indispens�vel a ado��o de procedimentos complexos para enfrentar os muitos problemas que amea�am o planeta e, especialmente, a sociedade brasileira. Situa��es graves que apontam a necessidade de um novo despertar social, capaz de inspirar o agir colaborativo, condi��o para que sejam encontradas respostas novas que levem ao desenvolvimento integral. Considerando especificamente a sociedade brasileira, neste momento, � preciso enfrentar a dissemina��o crescente do �dio que est� desconsiderando valores importantes, inclusive a civilidade, que � essencial para a conviv�ncia harm�nica entre os seres humanos. Tornam-se cada vez mais frequentes as barb�ries, as atitudes preconceituosas, os ju�zos equivocados sobre situa��es e pessoas. 
 
 
 
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H� uma sombra que envolve o cora��o de muitos e leva � confus�o mental, desencadeando conclus�es equivocadas, preju�zos de todo tipo. Aqueles que s�o dominados por essa sombra se tornam facilmente manipul�veis, contaminados por um medo paralisante. 

No caminho das polariza��es, onde tudo vira motivo para embates, os sentimentos de derrota e de amargura ganham mais espa�o e s�o fortemente temperados pelo �dio, particularmente quando se considera o contexto pol�tico. Entre as consequ�ncias dessa situa��o est� a mistura indevida e perigosa da f� com o que � espec�fico do campo partid�rio, desvirtuando-a. E a f�, quando desvirtuada, pode at� mesmo perder a sua for�a, que � indispens�vel para a ilumina��o do ser humano. Ora, os graves problemas sociais n�o ser�o vencidos por grupos ou indiv�duos que agem isoladamente, estabelecendo confrontos violentos com aqueles de pensamento e convic��es divergentes. Quando o papa Francisco diz que ningu�m se salva sozinho, ensina que o ser humano n�o pode se isolar, inclusive nos aprisionamentos ideol�gicos que destroem a possibilidade de di�logo entre diferentes. 

A compreens�o de que ningu�m se salva sozinho, indicador inquestion�vel para se conseguir tra�ar sendas de paz na sociedade, diz respeito � interdepend�ncia entre os seres humanos, uns precisando dos outros. Por isso, h� de se trabalhar na promo��o coletiva de valores universais que delineiam o caminho para conquistas civilizat�rias.  Buscar a fraternidade, al�m de empreender a desintoxica��o id�latra e individualista, � cuidar da reg�ncia de entendimentos e dos relacionamentos. Justi�a, conc�rdia e paz s�o bandeiras a serem erguidas e defendidas por todos os cidad�os, com coragem e profundo sentido de altru�smo. Desconsiderar essas prioridades � contribuir para efetivar nefastas consequ�ncias, como os atentados � democracia, o acirramento das disputas entre segmentos da sociedade, entre pessoas, com a produ��o do caos que cresce na aus�ncia do respeito ao pr�ximo. Tamb�m s�o impactadas as institui��es que precisam ser fortalecidas, para dar conta de adequadamente oferecer seus servi�os essenciais � sociedade. 

O papa Francisco sublinha que � urgente colocar sempre em primeiro lugar a palavra “juntos”. Juntos, somente juntos, poderemos avan�ar na constru��o da paz, na garantia da justi�a, pelo respeito � �tica e �s normas, conquistando uma nova ordem social e pol�tico-econ�mica. Os protagonistas dessa mudan�a esperada ser�o aqueles que n�o se deixam contaminar pelo �dio, n�o s�o seus disseminadores, nem cultivam ressentimentos. Invista-se sempre, e cada vez mais, na miss�o de tra�ar sendas de paz, acolhendo a li��o do papa Francisco: “Ningu�m pode se salvar sozinho, todos no mesmo barco”.


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