Com a crise clim�tica, secas prolongadas, chuvas torrenciais e ondas de calor s�o mais frequentes e severas em todo o mundo. No Brasil n�o � diferente. Entretanto, temos a nossa situa��o agravada pelas desigualdades sociais e falta de planejamento dos governos, em todos os n�veis. � preciso prevenir essas ocorr�ncias e socorrer rapidamente as v�timas desses fen�menos clim�ticos e/ou meteorol�gicos.
O que est� acontecendo na Amaz�nia � assustador e inimagin�vel. Os rios est�o t�o baixos que a hidrel�trica de Santo Ant�nio parou de funcionar e os barcos encalham; os igarap�s secaram. Os botos cor-de-rosa e peixes est�o morrendo por causa da seca ou da maior densidade do merc�rio nas �guas contaminadas pelos garimpos ilegais. Inc�ndios criminosos, com objetivo de extrair argila na periferia de Manaus, tornam o ar irrespir�vel na capital do Amazonas.
O aumento da temperatura m�dia do planeta desregula os ciclos naturais do clima. As popula��es em situa��o de vulnerabilidade, principalmente comunidades ribeirinhas e que vivem nas encostas e periferias das cidades, s�o as mais atingidas pelas trag�dias clim�ticas. O desmatamento e as queimadas nos nossos diversos biomas, mas principalmente na Amaz�nia, somam-se, nas cidades, � falta de investimentos na conten��o de encostas e na macrodrenagem de cidades. A conta chega em vidas humanas e grandes preju�zos financeiros.
Da eleva��o dos mares ao aquecimento das temperaturas e furac�es e tornados mais violentos, os impactos das mudan�as clim�ticas est�o piorando. Em todos os continentes, houve aumento das temperaturas. H� dois anos, na Austr�lia, 50 milh�es de hectares foram tomados pelas chamas, 6 mil pr�dios foram destru�dos e 34 pessoas morreram.
No ano de 2020, o Hemisf�rio Norte registrou seu ver�o mais quente da hist�ria em agosto. Na Calif�rnia, os inc�ndios florestais dobraram. Cientistas projetam o descongelamento do Mar �rtico at� 2050. Os furac�es nos Estados Unidos se tornaram mais fortes e mais constantes.
Na China, a cheia do Yangtz� afetou 58 milh�es de pessoas, sendo que 3,8 milh�es ficaram desabrigadas. Mais de 22% das zonas �midas do Pantanal foram queimadas no Brasil, no Paraguai e na Bol�via, um dos biomas de maior diversidade do mundo.
A Tail�ndia tem a pior seca em 40 anos, prejudicando toda a produ��o de alimentos; o calor de 38o derreteu a Sib�ria e provocou milhares de inc�ndios. Na Ba�a de Bengala, na �ndia, o ciclone Ampham causou 118 mortes e US$ 13 bilh�es em danos � infraestrutura.
O planeta sempre teve varia��es de temperatura e desastres naturais, mas n�o como agora: diminui o tempo entre esses eventos e a envergadura deles aumenta. Segundo o Painel Intergovernamental de Mudan�as Clim�ticas (IPCC), ligado � Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), moradores de periferias morrem 15 vezes mais por eventos clim�ticos extremos e o n�mero de pessoas expostas a secas e enchentes em cidades deve dobrar at� 2030.
No Brasil, pessoas negras e mulheres de baixa renda, com at� um sal�rio m�nimo e chefes de fam�lia, s�o as mais afetadas, pelo excesso de chuvas ou pela seca prolongada. Mas os efeitos do aquecimento global s�o agravados pelo desmatamento, a falta de planejamento das cidades e m� gest�o dos res�duos s�lidos.
Em fevereiro deste ano, o Litoral Norte de S�o Paulo enfrentou as piores chuvas j� registradas no Brasil. Choveu 600 mm em apenas 24 horas, nos munic�pios de S�o Sebasti�o e Bertioga, j� havia chovido 600 mm. Morreram 65 pessoas. As inunda��es no Rio Grande Sul produziram imagens espantosas, como lobos marinhos perambulando nas cal�adas de Porto Alegre inundadas pelas �guas do Gua�ba. Milhares de pessoas ficaram desabrigadas.
S� o negacionismo explica a falta de planos de conting�ncia para socorrer prontamente as popula��es flageladas, com resgate, alimentos, roupas, abrigos e assist�ncia m�dica na escala necess�ria. n