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Estado de Minas

A contrarreforma do Ensino M�dio em erup��o no Brasil

Na busca de ser socialmente inclusivo, estamos excluindo uma oportunidade de duas ou tr�s gera��es se tornem independentes e capazes de produzir, e gerar renda


21/11/2023 04:00
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Francisco Borges 
Mestre em educa��o e consultor da Funda��o de Apoio � Tecnologia (FAT)


OMinist�rio da Educa��o est� em cont�nua indefini��o do que pretende propor como base das melhorias essenciais na etapa mais tensa da educa��o do Brasil. Ao menos 46% dos ingressantes do Ensino M�dio n�o chegam ao fim com �xito. Nem mesmo fora da idade ideal. Mais preocupante ainda � que para a popula��o mais pobre, a grande massa de brasileiros, mais de 65% dos alunos evadem ao longo do Ensino M�dio.
 
Al�m destes dados calamitosos, temos outro cen�rio delicado quando falamos do quesito qualidade, pois vemos que a grande maioria dos jovens e adultos chegam ao final do Ensino M�dio despreparados para a continuidade de estudos ou mesmo para uma atividade profissional.
 
A Reforma do Ensino M�dio proposta no ano de 2017, promulgada como a Lei nº 13.415/2017, alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educa��o Nacional e estabeleceu uma mudan�a na estrutura da etapa, ampliando o tempo m�nimo do estudante na escola de 800 horas para 1.000 horas anuais e definindo uma nova organiza��o curricular, mais flex�vel, que contemple uma base curricular comum de 1.800 horas nos 3 anos e 1.200 horas de trilha formativa visando aprimorar os conhecimentos dos alunos em temas que os motivassem.
 
Passados seis anos, j� estamos no terceiro governo. E mais de seis ministros de Educa��o estiveram � frente da pasta neste per�odo. O que vimos foi cair por terra a discuss�o trazida pela proposta de engajar mais os alunos e modificar a metodologia de ensino dando centro ao aluno.
A exemplo da reforma proposta por Calvino e Lutero durante a Idade M�dia, podemos classificar o que acontece hoje na educa��o brasileira como uma contrarreforma populista baseada nos chamamentos p�blicos – que re�nem diversos n�o-especialistas, todos com seus interesses pessoais para discutir temas para a evolu��o da educa��o brasileira em anos futuros.
 
Com a contrarreforma enviada ao Congresso Nacional, o ent�o ministro da Educa��o, Camilo Santana, a exemplo de Pilatos, lavou a sua m�o ouvindo com o mesmo peso categorias profissionais que estavam perdendo oportunidade de ganho, gera��es que n�o est�o preparadas para discutir uma nova realidade e, a exemplo de In�cio de Loyola, prop�e uma condi��o que sustenta o status quo.
 
Passados esses seis anos, per�odo no qual o tema “educa��o e tecnologia” se tornou mais relevante e em que se discute o aprender versus o que se precisa efetivamente saber, voltamos � estaca zero na realidade da educa��o b�sica – etapa Ensino M�dio.
 
Na busca de ser socialmente inclusivo, estamos excluindo uma oportunidade para que mais duas ou tr�s gera��es se tornem independentes e capazes de produzir, gerar renda e se valorizarem como cidad�os. O Estado se esconde atr�s de chamamentos p�blicos para n�o tomar decis�es dif�ceis de atuar sobre o cerne do problema.
 
A forma��o de professores � outro ponto que tangencia a realidade da educa��o ineficiente, por diversos indicadores qualitativos e quantitativos de hoje. E agora a forma��o de docentes e pedagogos na modalidade EaD � a grande vil�, na cabe�a destes. A tese se desfaz facilmente, se lembramos que formamos professores com base em diretrizes curriculares ultrapassadas e que h� profissionais ruins e despreparados desde antes de existir a forma��o � dist�ncia. 
 
Criar dem�nios para serem exorcizados � a pr�tica de l�deres populistas incapazes de resolver o real problema e que trazem problemas paralelos para distra��o da m�dia e da popula��o, ao ganhar tempo na incapacidade de realizar o que precisa.
 
“P�o e circo”, “lavo minhas m�os”, “o status quo versus a inova��o de abordagem” s�o as mensagens mais vistas no setor educacional, que deveria ser o mais estrat�gico para transformar realmente o pa�s. 
A na��o envelhecer� pobre e, assim, a falta de capacidade dos gestores p�blicos ficar� submersa nos desafios sociais cont�nuos e mundanos. Nem Calvino, nem Lutero, nem Pilatos, nem Santo In�cio de Loyola esperavam que cheg�ssemos ao s�culo 21 com estes dilemas t�o importantes.
 
Ao ver que os jovens sofrem pela infelicidade ao serem expostos a metodologias de ensino e estrat�gias curriculares arcaicas, enquanto professores s�o formados com foco em conte�dos (dos quais desconhecem a maior parte) e nem apresentam vis�o para trabalhar temas transversais, percebemos que estamos longe da possibilidade de ter nas escolas o local de forma��o de lideran�as e exponenciais de inova��o.


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