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Estado de Minas LIVRO

Ideias que v�m da �frica para superar a divulga��o exclusiva das tradi��es ancestrais do continente

O historiador Muryatan Barbosa tra�a a hist�ria do pensamento africano contempor�neo em livro


28/08/2020 04:00 - atualizado 28/08/2020 11:53

A primeira obra autoral de um historiador brasileiro sobre o pensamento intelectual africano contempor�neo p�e em xeque a vis�o reducionista ocidental em rela��o � produ��o intelectual nos pa�ses africanos, em boa medida fruto do eurocentrismo e da brutal coloniza��o do continente.

Em A raz�o africana: breve hist�ria do pensamento africano contempor�neo (Todavia), o historiador Muryatan S. Barbosa recupera, em pouco mais de um s�culo de hist�ria, a trilha percorrida pelos intelectuais que surgiram no contexto do avan�o das rela��es de produ��o capitalistas e da divis�o social do trabalho, trazendo a ideia da �frica para o centro de suas reflex�es.

(foto: arquivo pessoal)
(foto: arquivo pessoal)

“Uma sa�da real para a �frica s� vai ser realizada quando ela conseguir concretizar a 
unidade continental, aquele sonho 
pan-africanista da unidade africana. 
Obviamente, num Estado federado, 
em que haja uma possibilidade
 bastante ampla de soberania interna.”

Muryatan Barbosa 
 
“A �frica foi soberana. Sua soberania foi perdida, gradativamente, conforme ela foi se inserindo de forma perif�rica no sistema capitalista atl�ntico, eurocentrado, atingindo seu �pice na instaura��o do colonialismo, em fins do s�culo 19. Desde ent�o, a luta � pela reconquista de tal soberania. E � l�gico que no plano intelectual tamb�m se recoloque essa quest�o, e assim continuar� sendo enquanto essa soberania n�o for realizada plenamente, objetivamente”, sustenta Muryatan S. Barbosa.

Autor de Guerreiro Ramos e o personalismo negro (2015), Muryatan � professor adjunto do bacharelado em ci�ncias e humanidades de rela��es internacionais do programa de p�s-gradua��o em economia pol�tica mundial da Universidade Federal do ABC (UFABC). A seguir, uma entrevista com o autor, que foi consultor da Unesco-Brasil para o programa Brasil-�frica: Hist�rias cruzadas (2011-2012).

Qual � a import�ncia para o Brasil de conhecer o pensamento dos intelectuais africanos que se ocupam dos desafios para o continente?
� sumamente importante por v�rias raz�es. A primeira delas � que o pensamento acad�mico no Brasil ainda � extremamente euroc�ntrico, focado principalmente nas tradi��es francesas, inglesas, alem�s e estadunidenses. Para al�m disso, conhecemos muito pouco sobre o pensamento em outras na��es e, menos ainda, sobre a �frica. Isso, independentemente do campo pol�tico-ideol�gico.

Nossa forma��o acad�mica � feita dessa forma. Essa � uma primeira quest�o que o livro procura contribuir para superar. Quando fiz universidades, tive poucas oportunidades de ler e debater esses autores. Por outro lado, o Brasil tem a maior popula��o afrodescendente do mundo fora da �frica, o que torna esse eurocentrismo mais escandaloso. Ignoramos a �frica sob o ponto de vista intelectual. Temos um conhecimento sobre a �frica, desde o final do s�culo 19.

Mas sempre foi um conhecimento apenas sob a perspectiva �tnica, cultural. Nunca nos demos ao trabalho de entender o que os africanos pensam sobre si mesmos. Para n�s, � muito emblem�tico do nosso racismo o pensamento de que a �frica produz cultura popular, mas n�o pode produzir pensamento intelectual. S� agora, em 2020, temos pela primeira vez um livro autoral sobre o pensamento africano no Brasil. E, at� aqui, foram publicadas duas colet�neas recentes, uma do professor Jos� Rivair Macedo e outra dos professores S�lvio Almeida Carvalho Filho e Washington Santos Nascimento. Fora isso, temos um livro do chileno Eduardo Dev�s-Vald�s, traduzido para o portugu�s. Mas de um autor brasileiro, � o primeiro livro autoral.

O senhor destaca tr�s grandes momentos hist�ricos do pensamento intelectual africano moderno. O que � mais marcante no primeiro per�odo do final do s�culo 19 ao per�odo entreguerras, no in�cio do s�culo 20?
Intitulei esse primeiro momento hist�rico do pensamento africano de Personalidade africana porque sintetiza muito do debate da �poca. Boa parte desse pensamento intelectual � africano e diasp�rico e deve muito ao missionarismo crist�o: a partir da tradi��o crist� e do pensamento europeu, criou os seus pr�prios paradigmas. Essa ideia da personalidade africana resume o debate, querendo dizer que h� valores civilizat�rios africanos, que poderiam formar uma nova �frica.

Essa ideia � muito importante: antes disso, no s�culo 19, sobretudo em decorr�ncia da di�spora, havia a cren�a de que a �frica deveria se modernizar tal como tinham feito os europeus. Mas a ideia da personalidade africana se contrap�s a isso, dizendo que seriam os valores africanos que deveriam ser a base de uma nova �frica. Entre esses valores inclui-se o cristianismo. Da� a import�ncia que dou ao etiopismo, essa �nfase na interpreta��o local africana do cristianismo, com base na Eti�pia.

� uma tradi��o do s�culo 3 depois de Cristo. Esse princ�pio da personalidade africana inverteu o pensamento colonial, passando a dizer que � o Ocidente que teria de se civilizar para a �frica, e n�o o contr�rio.

Quais aspectos civilizat�rios da cultura africana – e que integram essa ideia de personalidade africana – merecem ser destacados?
Fala-se muito do coletivismo africano, alguns interpretam como comunalismo. Mas � a ideia de que a vida tradicional africana nas aldeias � uma vida coletiva. Isso produz uma forma de sociabilidade, uma forma de ver o mundo que � diferente do que se produziu no Ocidente. Existe essa propens�o a ver o todo de forma mais hol�stica e org�nica.

Essa � uma marca citada por diversos autores. Agora, � claro que, quanto mais a �frica se urbaniza, mais question�vel se torna tamb�m a ideia de que se possa produzir uma nova �frica com base nesses valores tradicionais. Para a maioria dos autores, n�o se trata s� de querer continuar nessa tradi��o, mas de projet�-la para o futuro; de criar uma cultura africana baseada nesses princ�pios, que se projete para o futuro. Ent�o, essa ideia da personalidade africana n�o � um romantismo, que defende que se possa viver como h� 200 anos nas aldeias. Mas que se projete uma cultura mais coletiva e solid�ria, tendo em conta os desafios que se colocam para a �frica hoje.



Como os movimentos por igualdade de negros nos Estados Unidos se articulam com os movimentos africanos?
Sempre houve rela��o forte entre �frica, Estados Unidos e Caribe. Agora, os negros nos Estados Unidos, por ter consolidado mais rapidamente os seus movimentos e ter ajudado na forma��o dos movimentos nacionalistas africanos, sempre se julgaram no direito de ter uma voz mais influente nessa comunidade em geral. Os africanos sempre fizeram um esfor�o de ver a si pr�prios.

Ent�o essa distin��o sempre existiu. Mas isso se transforma no tempo: h� per�odos com maior aproxima��o e maior distanciamento. Na �poca das descoloniza��es africanas, foi o contr�rio: elas influenciaram muito os movimentos negros nos Estados Unidos, como a cria��o do Black Panthers, o movimento do poder negro (black power). Ent�o, isso � uma constante, vai e volta. 

O senhor denomina Reino pol�tico o segundo momento do pensamento intelectual africano. O que muda nele a partir das d�cadas de 1950 e 1960?
H� uma mudan�a hist�rica, que n�o se explica s� por mudan�a interna do pensamento africano. A cria��o do nacionalismo africano e dos movimentos de descoloniza��o, que coloca a necessidade de que pudesse construir essa �frica moderna, desenvolvida que se pretendia, a partir de seus valores pr�prios. � um discurso que inova, mas ao mesmo tempo remete ao debate anterior, da personalidade africana. Tanto que muitos dos l�deres africanos v�o tentar construir f�rmulas e projetos que colocam a necessidade de valoriza��o da cultura africana no primeiro plano.

H� uma linhagem pr�pria do pensar africano sobre essas quest�es. Foi o que procurei enfatizar nesse cap�tulo. � claro que isso tamb�m colocava outras quest�es, no plano econ�mico, no plano cultural, mas o que distingue o per�odo � o forte papel da pol�tica partid�ria na mobiliza��o de massas, porque por esse meio poderia se transformar qualitativamente as na��es africanas, produzir o desenvolvimento. Isso tinha uma raz�o de ser no per�odo, n�o s� pelas descoloniza��es, que de fato ocorreram, mas porque esse � um per�odo de expans�o econ�mica mundial.

Ent�o, esse discurso da pol�tica nacionalista, que se torna hegem�nico com o fracasso do pan-africanismo como utopia  concreta, toma a frente e tem legitimidade porque se est� num momento de expans�o mundial. Isso vai da d�cada de 1960 at� o meio da d�cada de 1970, quando se inicia a crise econ�mica mundial e, com ela, come�a a se duvidar da pol�tica como o fator fundamental da vida social.

O que destaca no terceiro momento do pensamento intelectual africano, a partir da d�cada de 70, que � denominada no livro de Autodesenvolvimento?
Esse terceiro momento vem da d�cada de 1970 e se estende at� hoje, cobrindo um tempo hist�rico maior. Temos pelo menos duas ou tr�s gera��es de intelectuais africanos pensando a �frica sob a perspectiva do autodesenvolvimento. � um debate que come�a nos anos 1970 com a economia pol�tica africana, com propostas de reformas estruturais – industrializa��o aut�noma, integra��o regional e continental, melhora da qualidade de vida – e que chega at� hoje de formas diversas.

Para al�m desses elementos, o debate traz hoje novas tem�ticas, como a sustentabilidade, a supera��o das disparidades de g�nero, raciais e �tnicas, a promo��o de uma vis�o cada vez mais end�gena e democr�tica do desenvolvimento. H� percep��es diferentes de como isso poderia ocorrer, mas � um debate que em �ltima inst�ncia remete, l� no in�cio, ao discurso sobre a personalidade africana, no sentido de que � preciso produzir um desenvolvimento n�o s� para as pessoas, mas pelas pessoas, entendendo-se tal como parte de um processo de democratiza��o social mais geral.

Quais as consequ�ncias desse pensamento?
Isso implica pensar o papel das culturas africanas, das mulheres e dos jovens africanos para esse desenvolvimento que se quer alcan�ar. E tudo isso foi retomado n�o s� pela economia pol�tica dos anos 1970, mas tamb�m, e sobretudo, pelas ci�ncias sociais e humanas a partir dos anos 1980. Tamb�m essa �rea do pensamento foi contaminada pela busca de uma reflex�o sobre esse autodesenvolvimento. H� muito clara no pensamento africano a diferen�a entre o desenvolvimento que se faz para as pessoas e o crescimento econ�mico.

Porque a experi�ncia africana dos anos 1960, 1970 e, em parte, dos anos 2000 para c�, mostrou que o crescimento econ�mico n�o se reverte necessariamente em desenvolvimento local e em qualidade de vida. Inclusive, o caso do “milagre brasileiro” � muito citado na �frica como express�o desse fato. Na �frica, os intelectuais complementam e tornam o debate complexo de uma maneira muito prof�cua.

A �frica foi um celeiro para o Ocidente: da m�o de obra, subjugada e tratada como mercadoria pelos pa�ses que dependeram da escravid�o em suas atividades agropecu�rias, � explora��o dos recursos naturais. E mesmo tendo se libertado tardiamente das coloniza��es, ainda � vista com preconceito pelo Ocidente. Quais s�o hoje, para os intelectuais, os principais desafios da �frica?
Existem aqueles que continuam achando que s�o poss�veis solu��es nacionais para melhorar a qualidade de vida das pessoas, produzir desenvolvimento, etc. A rela��o que v�rios pa�ses africanos constru�ram com a China, de 2000 para c�, fortaleceu essa cren�a, porque ela propiciou uma margem de manobra para os pa�ses africanos, que deixaram de ser t�o dependentes da Europa e dos Estados Unidos.

Ent�o, h� um nacionalismo africano, em boa parte da �frica austral, que ainda vem do movimento da descoloniza��o e tem uma percep��o da soberania nacional, em que inclusive a elite tem uma consci�ncia nacional mais forte do que na Am�rica Latina e em especial no Brasil. E, claro, tem a presen�a da China, que os ajuda a crer nisso. Mas acho sinceramente que uma sa�da real para a �frica s� vai ser realizada quando ela conseguir concretizar a unidade continental, aquele sonho pan-africanista da unidade africana. Obviamente, num Estado federado, em que haja uma possibilidade bastante ampla de soberania interna.

A Uni�o Africana tem feito esfor�os louv�veis, mas ainda n�o tem capacidade financeira de ser essa institui��o. Mas ela est� mobilizada e est� fazendo esse trabalho para unificar a �frica em rela��o � sua pol�tica externa, �s quest�es de seguran�a e paz, em rela��o ao campo jur�dico – tenta desenvolver um tribunal africano. Acho que a sa�da da �frica ser� por a�. A unidade, em si, n�o vai resolver os problemas africanos. Mas certamente criar� as condi��es para que esses problemas sejam resolvidos. H� muitas pessoas na �frica convictas disso, mas a quest�o � como chegar l�, e a� estamos no campo da pol�tica.



» A raz�o Africana
» De Muryatan S. Barbosa
» Todavia Editora
» 216 p�ginas
» R$ 59,90. E-book: R$ 36

Mentes brilhantes
Conhe�a a trajet�ria de pensadores que 
refletem sobre a condi��o africana

 
Joseph Ki-Zerbo (1922-2006)
Burkina Faso

Pol�tico e historiador, foi um dos principais pensadores africanos sobre o autodesenvolvimento, ou seja, da ideia de que todo desenvolvimento � algo interno, um salto de si para si em outro n�vel, portanto, um autodesenvolvimento, como tal, algo humano, que implica, para al�m da investiga��o econ�mica, tamb�m a reflex�o sobre a identidade, educa��o, cultura, filosofia, ci�ncia, tecnologia e pol�tica. Dessa forma, uma verdadeira alternativa de desenvolvimento implicaria participa��o popular e democratiza��o social.

� dele a cr�tica aos defensores do chamado desenvolvimento end�geno: “N�o desenvolvemos, desenvolvemo-nos”. As tr�s faces da vida e do trabalho de Ki-Zerbo – historiador, investigador e advogado para o desenvolvimento e pol�tico – est�o interligadas. Sua compreens�o profunda do passado do continente � base para uma filosofia pol�tica que procure estabelecer a estrutura para um diferente e genuinamente africano trajeto de desenvolvimento.

Autor de Para quando a �frica (Pallas Athenas, 2006), foi membro do Comit� Cient�fico para a ela- bora��o da Hist�ria geral da �frica pela Unesco, em oito vo- lumes, e diretor do primeiro volume, M�thodologie et pr�histoire africaine, lan�ado em 1981.


Mamadou Moustapha Dia (1910-2009)
Senegal

Economista, pol�tico e ativista, autor de As na��es africanas e a solidariedade mundial (1961), foi um dos intelectuais pioneiros a mostrar como o com�rcio internacional aumentava a polariza��o entre pa�ses desenvolvidos e subdesenvolvidos, � medida que no m�dio e longo prazos cobrava a fatura pela deteriora��o dos meios de troca dos segundos.

Contra esse estado de coisas, defendeu a tese de que as economias nacionais africanas deveriam se recriar em busca do autodesenvolvimento e expans�o regional, com �nfase para o com�rcio Sul-Sul e a promo��o de alternativas comunit�rias, dentro de um projeto de “socialismo africano”. Foi representante do Senegal na C�mara dos Deputados e no Senado da Fran�a entre 1948 e 1958; destacou-se na luta anticolonialista, tornando-se primeiro-ministro do Senegal por dois anos, logo ap�s a independ�ncia nacional, em 1960. Combativo por uma postura altiva diante da Fran�a em 1962, foi encarcerado entre 1963 e 1974, acusado de planejar um golpe de Estado contra o presidente L. S. Senghor, ao lado de quem lutou pela independ�ncia do Senegal.

 
Walter Rodney (1942-1980)
Tanz�nia

Historiador, ativista pol�tico e acad�mico, foi assassinado em 1980. Nascido na Guiana, desenvolveu sua trajet�ria na Tanz�nia. Sua obra mais influente � How Europe underdevoloped Africa (Tanzania Publishing House, 1973), na qual se aproxima das teorias do estruturalismo cepalino, do capital monopolista e da depend�ncia, demonstrando como a situa��o perif�rica da �frica no capitalismo mundial estava condicionada historicamente pelas rela��es do continente com a expans�o europeia.

Ele mostrou como a rela��o centro-periferia entre Europa e �frica se estabeleceu muito antes da coloniza��o, em decorr�ncia da consolida��o do tr�fico escravista do Atl�ntico, o que desenvolvia a Europa, mas empobrecia a �frica. Questionava o tipo de desenvolvimento que se firmou no per�odo p�s-colonial, que n�o rompeu com os la�os de depend�ncia com o centro capitalista, um tipo de “desenvolvimento” no m�ximo associado ao crescimento do PIB, mas n�o necessariamente da melhora da qua- lidade de vida das popula��es, a consolida��o da soberania nacional e o fortalecimento da ci�ncia e tecnologia africanas. Dessa forma, inclusive em analogia ao “milagre brasileiro”, era apontado como uma estrat�gia que produzia crescimento econ�mico, mas n�o desenvolvimento.

Rodney se tornou um proeminente pan-africanista e foi importante no movimento black power no Caribe e na Am�rica do Norte. Enquanto vivia em Dar es Salaam, teve papel importante no desenvolvimento de um novo centro africano de aprendizagem e discuss�o.

Thandika Mkandawire (1940-2020)
Malawi

Economista e intelectual, foi presidente e professor, na London School of Economics, do Departamento de Desenvolvimento Africano. A sua pesquisa se concentrou na teoria do desenvolvimento e na pol�tica econ�mica e social. No contexto dos anos 1980 e 1990, Thandika constata o desalento dos intelectuais africanos com o forte vi�s da pol�tica e economia em refor�o �s posi��es conservadoras do pensamento �nico neoliberal.

Editou a colet�nea African intellectuais: rethinking politics, language, gender and development, publicada pelo Council for the Development of Social Science Research in Africa (Codesria), em associa��o com a Universidade da �frica do Sul. A colet�nea aborda temas como regimes intolerantes ao livre debate, o decl�nio econ�mico, sociedades sacudidas por conflitos violentos e as l�nguas oficiais diferentes das l�nguas nativas, assim como os altos �ndices emigrat�rios da intelectualidade africana para os Estados Unidos e a Europa.

Wangari Muta Maathai (1940-2011)
Qu�nia

Acad�mica e ativista queniana, foi a primeira mulher africana a receber o Pr�mio Nobel da Paz. A premia��o, pela defesa da democracia, direitos humanos e conserva��o ambiental, ocorreu em 2004. � uma das pioneiras da defesa do desenvolvimento sustent�vel, que se tornou recorrente nas organiza��es e no debate internacional dos anos 1990.

Foi a primeira mulher na �frica Oriental e Central a conquistar um t�tulo de doutora, tornando-se professora universit�ria. L�der do Conselho Nacional de Mulheres do Qu�nia, em 1986, criou a Rede Pan-Africana de Cintur�o Verde, que apoiava grupos de mulheres a plantar �rvores para conserva��o ambiental e para melhorar de modo pr�tico a qua- lidade de vida. Escreveu in�meras obras, entre elas, The challenge for Africa.


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