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Estado de Minas

Editora mineira inicia reedi��o de Marguerite Duras

"Escrever", livro de ensaios com reflex�es da escritora e roteirista, � o primeiro t�tulo reeditado pela Relic�rio.Depois vir� o roteiro de "Hiroshima meu amor"


24/09/2021 04:00 - atualizado 23/09/2021 23:26

(foto: AFP)

“Encontrar-se em um buraco, no fundo de um buraco, numa solid�o quase total, e descobrir que s� a escrita vai nos salvar. N�o ter um tema para o livro, n�o ter ideia alguma para o livro � se encontrar ou se reencontrar diante de um livro. Uma imensid�o vazia. Um livro eventual. Diante de nada. Diante de uma esp�cie de escrita viva e nua, terr�vel, terr�vel de superar. Acho que a pessoa que escreve n�o tem a ideia de um livro, tem as m�os vazias, a mente vazia, e que dessa aventura do livro s� conhece a escrita seca e nua, sem futuro, sem eco, distante, com suas regras de ouro, elementares: a ortografia, o sentido.”

“Escrever” � um dos testamentos liter�rios de Marguerite Duras (1914-1996), expoente da literatura franc�fona do s�culo 20. Publicado em setembro de 1993 pela Editora Gallimard, dois anos e meio antes da morte da escritora, aos 81 anos, o ensaio mostra uma autora carregada de incertezas, em que, como num vulc�o em erup��o, deixa emergir o desconhecido que carrega em si. Escrever � um ato arrebatador, extremo, solit�rio e desesperado; um ato de pura vida, que tamb�m quer dizer, nas palavras da autora: “Ou a morte ou o livro”. 

No contexto de grande valoriza��o de autoras no mercado editorial mundial e brasileiro, “Escrever” � o primeiro livro da Cole��o Marguerite Duras, da Relic�rio, que programa novos relan�amentos para os pr�ximos anos. Os pr�ximos ser�o “Hiroshima, meu amor” (roteiro do filme de Alain Resnais, considerado um dos cl�ssicos da nouvelle vague), em fevereiro, e o romance “Moderato cantabile”, ainda no primeiro semestre de 2022. Na sequ�ncia vir� o in�dito no pa�s “L’homme atlantique”. Trata-se de ensaio com cinco textos, o primeiro dos quais d� o nome ao livro. Em pr�-venda no site da editora mineira, tem a tradu��o de Luciene Guimar�es de Oliveira, pref�cio de Julie Beaulieu, que � especialista na obra durassiana e membro da Soci�t� Internationale de Marguerite Duras – Fran�a. A revis�o t�cnica da tradu��o � de Adriana Lisboa. 

Escrever. Uma interroga��o. Tal � a reflex�o que nasce de entrevistas concedidas por Duras a Beno�t Jacquot, cineasta amigo que com ela trabalhou em dois curtas-metragens produzidos a partir de “Escrever” e “A morte do aviador ingl�s” – duas das narrativas que figuram nesta obra relan�ada pela Relic�rio. O leitor se v� percorrendo um texto “oral”, o que, nas palavras de Julie Beaulieu, que o prefacia, explica a impress�o de uma conversa relaxada, franca, entre duas pessoas amigas. “Como se Duras expressasse seus pensamentos sem prestar muita aten��o, como um sopro do vento, com suas hesita��es, suas pausas e tamb�m suas �nsias repentinas. Assim, fragmentos de ideias surgem ao lado de mem�rias mais ou menos precisas de textos e filmes que se encaixam – de forma talvez aleat�ria – para formar a colcha da escrita”, avalia Beaulieu. 

Escrever � a entrega de si a si mesmo, um corpo que se lan�a � p�gina em branco, ao desconhecido em si ainda por ser transposto. Ato de coragem que, segundo Duras, parte de “d�vidas primordiais”, que arrebatam o esp�rito na intimidade da solid�o, quando o escritor enfrenta as dores, as ang�stias, o desespero existencial inerente � condi��o humana. For�a e coragem para mergulhar nesse angustiante e libertador desvario de incertezas primitivas, enfiadas no �mago da exist�ncia, s�o fundamentais para escrever, indica a autora. “Isso faz da escrita algo selvagem. Unimo-nos a uma selvageria anterior � vida. E a reconhecemos sempre, � a das florestas, antiga como o tempo. A do medo de tudo, distinto e insepar�vel da pr�pria vida. Ficamos ferozes. N�o podemos escrever sem a for�a do corpo. � preciso ser mais forte que si mesmo para abordar a escrita, � preciso ser mais forte que aquilo que se escreve. � curioso, sim. N�o somente a escrita, o escrito, mas os gritos das feras da noite, de todos, voc� e eu, os dos cachorros. � a vulgaridade maci�a, desesperadora, da sociedade”, define Duras. 

Ao mesmo tempo em que liberta os gritos bestiais da noite, a escrita tamb�m est� carregada de sil�ncio – � o n�o falar, observa a autora.  � o “berrar sem fazer ru�do”, diz Duras. Escrever �, para a escritora, escapar da morte, esse estado em mergulha todo e qualquer ser vivo – e a autora descreve o frenesi de uma mosca em seu derradeiro momento. “Ver como aquela morte invadiria progressivamente a mosca. E tamb�m tentar ver de onde surgia essa morte. De fora, ou da espessura da parede, ou do ch�o. De que noite ela vinha, da terra ou do c�u, das florestas pr�ximas ou, ainda, de um nada ainda indiz�vel, talvez muito perto, talvez de mim, eu que estava tentando refazer os caminhos da mosca em sua passagem para a eternidade”, narra a autora estupefata diante da morte em marcha, de um certo fim do mundo que, diz ela, estende o campo do sono derradeiro.  

''N�o podemos escrever sem a for�a do corpo. � preciso ser mais forte que si mesmo para abordar a escrita, � preciso ser mais forte que aquilo que se escreve. � curioso, sim. N�o somente a escrita, o escrito, mas os gritos das feras da noite, de todos, voc� e eu, os dos cachorros. � a vulgaridade maci�a, desesperadora, da sociedade''

Marguerite Duras, em ''Escrever''



A morte passeia em c�rculos pelos cap�tulos de “Escrever”. Retorna em “A morte do aviador ingl�s”, que narra a hist�ria de jovem de 20 anos, “o �ltimo a morrer” na Segunda Guerra Mundial. Para se divertir, atacara uma bateria alem� quando sobrevoava a Normandia, possivelmente, em retorno para casa. O inimigo, j� derrotado, revida. Prisioneiro de seu pr�prio Meteor de assento �nico, o avi�o que tomba � crucificado sobre a copa de uma �rvore. Duras tra�a a analogia desse corpo ca�do, acolhido e velado pelos moradores do vilarejo, a um outro corpo, insepulto, “jogado numa cova coletiva em cima dos �ltimos corpos”, “sem uma palavra, sem um discurso”. Duras refere-se ao seu irm�o mais novo, Paulo, no contexto da mesma grande guerra, morto em 1942, no Jap�o. Paulo era o irm�o ca�ula da autora. Com ele, Duras revela, partilha “um amor muito forte, oculto, culpado, um amor de todos os momentos”. 

A morte obscurece o mais insignificante ser, como a mosca. Assim como o rei, o jovem aviador ingl�s, o seu amado irm�o Paulo. A escrita os resgata. Permite que a emo��o se estenda para al�m de si, “ao infinito do mundo inteiro”, durante s�culos. Assim como aos “gritos dos urros surdos e silenciosamente terr�veis de todos os povos do mundo”, reflete Duras. “Em torno de n�s, tudo escreve”, diz a autora. “O inferno das f�bricas, os abusos do desprezo, da injusti�a do patronato, seu horror, o horror do regime capitalista, toda a infelicidade que dele decorre, o direito dos ricos em ter o proletariado ao seu dispor e fazer dele a raz�o do seu fracasso, nunca do seu sucesso”, todos textos “desonrosos”, que est�o a chamar por novas leituras. Sim, a escrita � vida: “A escrita chega como o vento, � nua, � de tinta, � a escrita, e passa como nada mais passa na vida, nada mais, exceto ela, a vida”.

Lacan e o arrebatamento

Arrebatado pela obra de Duras, em particular o romance “O deslumbramento de Lol V. Stein” (1964), Jacques Lacan escreveu “Homenagem a Marguerite Duras pelo arrebatamento de Lol V. Stein”, que denomina de uma extraordin�ria li��o cl�nica. “Arrebatadora � Marguerite Duras e n�s os arrebatados.” E enuncia a preced�ncia da arte � psican�lise: “A �nica vantagem que um psicanalista tem o direito de retirar da sua posi��o, se esta lhe for reconhecida como tal, � de se lembrar com Freud que, na sua mat�ria, o artista o precede sempre”. Em “Escrever”, Duras diz nunca ter compreendido totalmente o que disse Lacan sobre o seu livro e de ter se surpreendido com as palavras dele: “Ela n�o deve saber que escreve aquilo que escreve. Porque ia se perder. E isso seria uma cat�strofe.”  A autora admite, contudo, que essas frases tenham se tornado “uma esp�cie de identidade de princ�pio”, o “direito de falar”, a liberdade � palavra, � voz, ignorado e frequentemente negado �s mulheres. 


Quase 50 livros e muitas paix�es


A prof�cua, diversa e impressionante obra de Marguerite Duras – 48 livros, 14 pe�as de teatro, 21 filmes, al�m de in�meras cr�nicas para o jornal Liberati�n – �, sobretudo, autobiogr�fica: parte de suas viv�ncias em fam�lia e na adolesc�ncia, na Indochina – que integrava o extinto Imp�rio Colonial Franc�s – atualmente Vietn�. S�o experi�ncias retomadas circularmente, em personagens que se reciclam. “O amante” (1984), com reedi��o recente no Brasil pela Tusquets, � o mais conhecido entre os seus romances. Recupera o fio condutor de sua inf�ncia, em narrativa que descreve aos 15 anos o relacionamento amoroso de uma menina francesa, de fam�lia afundada em dificuldades financeiras, com um chin�s rico – algo inconceb�vel para a sociedade colonial da �poca.  Essa narrativa explicitada em “O amante” fora iniciada sob a capa de outros personagens em “Um barrage contre le Pacifique” (1950). Igual tem�tica � retomada em “O amante da China do Norte” (1991).  J� os primeiros romances de sua carreira, “Les impudentes” (1943) e “La vie tranquille”, se inspiram nas mem�rias de inf�ncia da escritora, quando a fam�lia, com a morte do pai, vive por um per�odo na regi�o francesa de Lot-et-Garonne, antes de retornar ao Vietn�.

No �mago das hist�rias de amor de Duras est�, numa camada mais profunda, o relacionamento incestuoso com o irm�o mais novo, Paulo, morto em 1942, no Jap�o, durante a Segunda Guerra Mundial. “Na obra de Marguerite Duras, o segredo de amar o irm�o mais mo�o move sua escrita, por manter a sua inf�ncia viva. Esse segredo tomou diversas formas durante a constru��o da sua obra, por�m, no final da vida, provavelmente pela falta de pudor, ou por n�o haver mais nenhum motivo para escond�-lo, pois seus familiares j� haviam falecido, ele foi, finalmente, revelado”, considera Karina Celliberi Roy, doutora em estudos lingu�sticos, liter�rios e tradutol�gicos em franc�s pela Universidade de S�o Paulo, em artigo publicado na Revista de Lingu�stica da Universidade Estadual Paulista (Unesp). 

Marguerite Duras, como tornou-se c�lebre a escritora francesa Marguerite Donnadieu,  que aponta em Michele, Saint-Just e Stendhal, al�m dos textos do Antigo Testamento, as leituras de sua vida, nasceu em 1914, em Gia-dinh, periferia ao Norte de Saigon (atual Ho-Chi-Min), na ent�o Indochina, possess�o mais rica e populosa do Imp�rio Colonial Franc�s, que at� 1954 reuniu estes que hoje s�o pa�ses no Extremo Oriente, entre as quais Vietn�, Laos e Camboja, al�m da prov�ncia de Cant�o, do territ�rio chin�s. Filha de Henri e Marie Donaadieu, professores franceses emigrados, Marguerite tinha 5 anos quando o pai morreu. As suas primeiras lembran�as da inf�ncia s�o as dificuldades econ�micas, principalmente depois que a sua m�e, tendo investido as economias da fam�lia em um empreendimento de cultivo de arroz, em Vinh Long, vila situada no delta do Rio Mekong, perdeu tudo ap�s a invas�o das �guas do Pac�fico sobre a barragem constru�da para proteger as terras cultivadas das mar�s. Essa hist�ria � narrada em “Um barrage contre le Pacifique”, em torno de personagens ficcionais. 

Marguerite Duras foi casada duas vezes. Em 1939, com Robert Antelme, que, por ocasi�o da Segunda Guerra Mundial, por integrar a Resist�ncia Francesa, da qual Marguerite tamb�m fez parte, em 1944 foi preso e deportado. Por essa �poca, Duras se filia ao Partido Comunista Franc�s. Antelme � liberado em estado de sa�de bastante cr�tico, voltam a viver juntos at� 1947, ano em que se divorciam. Marguerite se casou com Dionys Mascolo, com quem teve um filho, Jean. Teve in�meros amantes, o �ltimo deles o escritor e secret�rio pessoal Yann Andr�a, 38 anos mais jovem e homossexual, rela��o que perdurou por 16 anos, at� a morte de Duras, em 1996, a um m�s de completar 82 anos. 

“Escrever” 
• Marguerite Duras
• Tradu��o de Luciene Guimar�es de Oliveira
• Relic�rio
• 148 p�ginas
• R$ 47,50


ENTREVISTA/Luciene Guimar�es de Oliveira (tradutora)

“A err�ncia � presente na obra de Duras”


Como nasceu o seu interesse por Marguerite Duras e que obras da autora destaca?
Pesquiso Duras h� pelo menos seis anos. Meu primeiro contato foi pelo cinema. Assisti aos document�rios, aos curta-metragens e aquilo me tomou de tal maneira que li tudo o que encontrei. Morava em Quebec, uma prov�ncia franc�fana, e foi muito f�cil ter acesso � obra dela l�. Comecei a trabalhar no �mbito da universidade com uma especialista em Duras, a Julie Beaulieu, que fez o pref�cio de “Escrever”.  E foi um encontro feliz, l�, no Canad�, a pesquisa se inicia com um esbo�o do projeto e vai evoluindo. Depois consegui bolsa para visitar os arquivos na Fran�a, Normandia, no Institut pour la M�moire de l’�dition Contemporaine (IMEC). Tive, ent�o, um amplo acesso � obra dela. Tudo dela � muito interessante. Desde a biografia, h� v�rias, mas me refiro em particular �quela feita por Laure Adler, que em confer�ncia em Quebec, no centen�rio de nascimento de Duras, deu v�rias dicas sobre como se iniciar na autora: sugeriu que se comece pelo livro de ensaios “Vida material”, que vai tamb�m ser lan�ado no Brasil, n�o pela Relic�rio, mas por outra editora. Um livro que considero bem significativo � “O deslumbramento de Lol V. Stein”, em que Duras se aprofunda muito no processo criativo. Ela foi ao asilo conhecer a perso- nagem com a qual pretendia trabalhar. E quando ela publica o livro, o pr�prio Jacques Lacan, acho que por isso os psicanalistas adoram a obra de Duras, ficou maravilhado, considerando que ela havia publicado um estudo cl�nico dessa personagem, inclusive antecipando-se ao trabalho dele. A cr�tica da obra dela vai dividir a obra em fases: da Indochina, momento em que est� escrevendo mais tem�ticas da Indochina. Nessa fase tem o best-seller “O amante”, e, muito importante, “O vice-c�nsul”, livro em que o personagem vai perambular perdido por um espa�o para depois se encontrar. Depois ela passa para a fase do Atl�ntico, onde conhece o companheiro que se chamava Yann Andr�a. Ela retoma muitos elementos de um livro para o outro; personagens, aspectos, tem�ticas. A err�ncia � uma tem�tica muito presente na obra dela, que constitui, como um todo, uma po�tica. 

Quais foram os desafios para traduzir o livro “Escrever”?
“Escrever” � um ensaio, um texto que vem da oralidade. Come�a com uma entrevista de Duras ao cineasta Bernard Jacob, que trabalhou com ela desde o in�cio dos anos 70, foi bra�o direito dela no cinema e, na d�cada de 90, faz uma s�rie de entrevistas com ela que Duras decidiu publicar nesse ensaio, “Escrever”. S�o cinco narrativas que abordam esse processo do ato da escrita, da solid�o e sil�ncio da escrita. Vai tratar do ato de escrever como uma vulnerabilidade, n�o s� do ato de escrever, de se isolar, mas a vulnerabilidade do escritor quando ele se isola para escrever. Tem essa solid�o f�sica para se dedicar a esse trabalho intelectual da escrita, tem o sil�ncio da escrita, processo criativo, que � a matura��o da escrita. Outras quatro narrativas dela tamb�m est�o no livro: “A morte do jovem aviador ingl�s” veio tamb�m na entrevista com Bernard Jacob: ela trata esse personagem, esse jovem de 20 anos, que morreu quando o avi�o caiu na cidade pr�xima a Trouville, aproximando-o muito de uma quest�o biogr�fica, que � a morte do irm�o mais novo dela (Paulo), que tamb�m morreu na guerra (contra o Jap�o, em 1942). “Roma” � outra narrativa, era para ser um texto de um document�rio para uma televis�o italiana. “O n�mero puro” e “Exposi��o da pintura” s�o as outras narrativas de “Escrever”.

Como a senhora situa Marguerite Duras na literatura mundial?
� uma mulher multifacetada, que ocupou lugares importantes na literatura, no cinema e no teatro. Escreveu tamb�m cr�nicas para o jornal Liberati�n. Escreveu mais de 40 livros, produziu 20 filmes. O cinema dela, a obra dela, tem uma po�tica que faz a transi��o entre a palavra e a imagem, o texto para o filme. No mundo franc�fono, a obra dela � t�o estudada quanto Clarice Lispector ou Machado de Assis no Brasil. Ela tem essa po�tica da fus�o da biografia e da fic��o na obra. E o fato de Duras ter come�ado a carreira nos anos 40 – morreu em 1996 –, o fato de ter percorrido todos esses anos, passando pela Segunda Guerra Mundial, o 1968 na Fran�a, a tornam ainda mais inte- ressante. Inclusive o cinema dela, a literatura dela est�o impregnados desse esp�rito de vanguarda e transgress�o de g�neros de 68. � uma das grandes autoras mundiais, acho que ela � uma representante da literatura mundial � altura de Virginia Woolf. 

H� no Brasil um novo momento de grande interesse por autoras. A que atribui esse novo momento? 
Eu me fa�o essa pergunta tamb�m, pois foi uma grande surpresa esse interesse todo que desperta a obra de Marguerite Duras no Brasil, principalmente entre psicanalistas. � o reco- nhecimento de uma grande escritora, uma das maiores do mundo franc�fono. Sem d�vida, � muito positivo. H� alguns aspectos da literatura de Duras que podemos aproximar da li- teratura de Clarice Lispector, da solid�o da escrita, do sil�ncio da escrita. Clarice tamb�m foca esses temas. Tem um pouco essa proximidade para entender Duras, quem j� tem familiaridade com a obra de Clarice Lispector, que teve crescimento do interesse por sua obra no Brasil. E acho que Duras vai pegar tamb�m essa mesma esteira. 


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