
“As coisas acontecem sempre na mesma ordem, at� as mais ins�litas.” A constata��o do personagem de um dos contos de “P�ssaros na boca e Sete casas vazias”, de Samanta Schewblin, cabe tamb�m � obra da argentina. Nos livros da escritora lan�ados no Brasil, o prosaico se une com o improv�vel e, por meio de diferentes t�cnicas narrativas, ela consegue sempre surpreender o leitor.
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“P�ssaros na boca”, que traz na edi��o da F�sforo tamb�m os contos de outro livro, “Sete casas vazias”, � o terceiro lan�amento de Schweblin em portugu�s. Antes foram publicados no romance de estreia, “Dist�ncia de resgate” (Record, 2016, adaptado para o audiovisual pela cineasta Claudia Llosa e dispon�vel na Netflix com o t�tulo “O fio invis�vel”) e “Kentukis” (F�sforo, 2021, finalista do International Man Booker Prize). Nascida em Buenos Aires, em 1978, a autora j� foi traduzida para mais de 20 idiomas e vive em Berlim. A seguir, a entrevista de Samanta Schweblin ao Pensar.

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Bem, n�o fa�o ideia. Nem acho que � algo em que penso durante a escrita. Ou bem, vamos ver, n�o exatamente. Penso no leitor quando escrevo, mas penso nele como um �nico “outro” que ao mesmo tempo sou eu. Escrevo e ao mesmo tempo tento calcular o que est� produzindo o texto palavra por palavra no leitor. Esse leitor � um espelho de mim mesmo, � a minha maneira de ler a mim mesmo enquanto escrevo.

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