
Segundo o senador, entretanto, a mudan�a de rota tem outra explica��o: a presidente Dilma Rousseff teria prometido discutir uma alternativa ao fator previdenci�rio e abrir o debate sobre uma pol�tica de valoriza��o para os benef�cios de aposentados e pensionistas que recebem acima do piso.
Primeiro senador a discursar na sess�o que analisou a mat�ria nessa quarta-feira, Paim afirmou que votaria com o governo e justificou: "Se eu votasse de outra forma, talvez recebesse uma palma ou outra, mas os aposentados e trabalhadores perderiam". O l�der do PT no Senado, Humberto Costa (PE), por�m, negou que tenha havido qualquer condicionamento para conquistar o voto de Paim.
O certo � que, depois do encontro com Dilma, Paim n�o s� encampou os R$ 545 como adotou o discurso forjado dentro do Pal�cio do Planalto. Ele disse ser importante aprovar a pol�tica permanente de valoriza��o do m�nimo. Lembrou que no ano que vem o reajuste vai ser superior a 12% e que os percentuais dos anos seguintes ser�o bastante pujantes, num discurso que ecoa as orienta��es da equipe econ�mica. O projeto de lei aprovado pelo Congresso garante at� o valor fixado para 2015 a f�rmula de varia��o percentual do crescimento econ�mico de dois anos anteriores mais a infla��o medida pelo INPC. Nessa l�gica, o senador fez at� uma previs�o otimista. Disse que, com Dilma, o sal�rio m�nimo vai superar os US$ 1.000. "Com essa pol�tica, vamos chegar acima dos US$ 1.000", afirmou.
Paim entrou no Planalto �s 9h45 de quarta-feira, 15 minutos antes do hor�rio agendado pelo chefe de gabinete da presidente, Gilles Azevedo. Como � de praxe nas agendas palacianas, teve de esperar. Entrou no gabinete de Dilma precisamente �s 10h16 e foi logo recebido com um elogio. "Como voc� emagraceu", exclamou a presidente.
Dilma Rousseff lembrou que durante a campanha ela e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva ficaram preocupados com o peso de Paim. O senador comentou que, no processo eleitoral, chegou a pesar 112 kg e decidiu emagrecer depois que sua m�dica disse que ele corria o risco de desenvolver diabetes ou problema nos rins. Paim contou para Dilma que j� perdeu seis quilos com uma dieta rigorosa de pontos. A presidente lembrou tamb�m do fim da d�cada de 1970, quando os dois, juntos, distribu�ram panfletos no sindicato de Canoas na primeira campanha eleitoral de Paim.
N�o foi s� a conversa com a presidente que fez Paim mudar de ideia. Ele chegou ao Pal�cio disposto a votar a favor do reajuste de R$ 510 para R$ 545. Na v�spera do encontro, conversou com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que fez uma recomenda��o. "O Simon pediu para eu refletir melhor e dar um voto de confian�a � presidente", afirmou o petista, que relatou a conversa para Dilma. "A presidente est� �tima na negocia��o pol�tica", elogiou Paim.