Ao aprovar o reajuste de 61,2% nos pr�prios sal�rios no fim do ano passado, os parlamentares alegaram que com o aumento o Congresso economizaria nos recursos da verba indenizat�ria. � �poca, chegaram a condicionar a eleva��o do subs�dio de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil ao fim do benef�cio. Mas levantamento realizado pelo Estado de Minas dos gastos indenizados nos dois primeiros meses da legislatura que come�ou em 1º de fevereiro mostra que os senadores continuam a usar a verba como uma esp�cie de complemento salarial. At� mesmo congressistas milion�rios aproveitam o benef�cio parlamentar a que t�m direito para pedir ressarcimento de despesas realizadas em churrascarias e restaurantes requintados da capital.
Al�m de recorrerem ao or�amento do Senado para custear despesas da rotina das rodas pol�ticas de Bras�lia, que se confundem com a atividade parlamentar, a verba indenizat�ria � usada para resguardar a seguran�a jur�dica de senador que responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF).
R�u em um inqu�rito de trabalho escravo que tramita na Suprema Corte, o senador Jo�o Ribeiro (PR-TO) apresentou nota de R$ 50 mil em abril reclamando ressarcimento de despesa com o escrit�rio de advocacia Guinzelli e Lorenzi, cujos integrantes do corpo jur�dico j� atuaram em sua defesa. A reportagem ligou para a sede do escrit�rio, em Palmas (TO), e a secret�ria informou que o escrit�rio passa por fase de dissolu��o e o advogado Juvenal Klayber, que tamb�m defendeu Jo�o Ribeiro no processo trabalhista, est� � frente da sociedade, que mudar� de nome. "Advoguei para o senador na causa trabalhista que deu origem ao inqu�rito. Estamos com pedido na Ordem dos Advogados para registro do novo escrit�rio", afirmou Klayber. A assessoria do senador justifica que o escrit�rio foi contratado para auxiliar o parlamentar em "causas complicadas" que ele relatar� no Senado e que o gabinete recorreu � iniciativa privada porque "n�o encontrou consultorias" na Casa.
