Senadores pedem reembolso at� de churrascaria

Um dos senadores milion�rios que utilizam a verba indenizat�ria para custear despesas em restaurantes badalados de Bras�lia - para depois apresentar nota fiscal pedindo ressarcimento - � o ex-governador do Mato Grosso Blairo Maggi (PR-MT). O parlamentar, conhecido por lucrar com a produ��o de soja no cerrado, tem patrim�nio declarado de R$ 152 milh�es e apresenta gastos com churrascarias para ser reembolsado. A assessoria de imprensa de Maggi informou que as despesas s�o legais e previstas em regulamento da Casa e que continuar�o sendo executadas at� o fim do mandato, respeitando o limite mensal.

Dos R$ 15,4 mil que a senadora L�cia V�nia (PSDB-GO) gastou em verba indenizat�ria em mar�o, R$ 5,8 mil foram utilizados para pagar contas de restaurantes, que atingiram at� R$ 1,2 mil em locais badalados de Bras�lia, como um bistr� especializado em vinhos e uma casa conhecida pela programa��o musical de jazz. Em fevereiro, a parlamentar apresentou nota de di�ria na Pousada das Cerejeiras, que fica em Alto Para�so de Goi�s (GO). A assessoria da parlamentar informou que o pedido de ressarcimento de R$ 715 - do estabelecimento descrito como adega no registro da Receita Federal, � relativo a um bistr� onde L�cia V�nia realizou reuni�o de trabalho. A di�ria em Alto Para�so, afirmou a assessoria, foi usada para custear a participa��o da senadora no semin�rio Circuito Verde, para discutir a integra��o da Chapada dos Veadeiros no roteiro tur�stico da Copa do Mundo de 2014.

O senador Cacildo Maldaner (PMDB-SC) tamb�m registra despesas com alimenta��o, hospedagem, locomo��o e combust�veis que somaram R$ 14,7 mil no seu primeiro m�s este ano no Senado. Na lista est�o pagamentos a supermercados das cidades de Florian�polis e S�o Jos� (SC), que o parlamentar pede reembolso. A reportagem procurou o parlamentar, mas at� o fechamento desta edi��o n�o houve retorno.

At� R$ 15 mil

Os senadores t�m direito a R$ 15 mil mensais para ressarcimento de gastos no exerc�cio da atividade parlamentar. Os recursos podem ser usados para pagar aluguel de escrit�rios pol�ticos, locomo��o, hospedagem e despesas com combust�vel, aquisi��o de material, gastos com Correios e divulga��o do mandato. Depois de sucessivos esc�ndalos envolvendo o mau uso da verba, Senado e C�mara decidiram unificar as regras do benef�cio.

Al�m de instituir a divulga��o das notas fiscais, as Casas restringiram os gastos com a verba. Na C�mara, os deputados t�m limite de R$ 4,5 mil para despesas com combust�vel. No Senado, o montante aplicado em gasolina ainda � liberado. Em 2009, o Congresso chegou a admitir o veto � apresenta��o de notas fiscais de despesas com restaurantes em Bras�lia. Depois de press�o dos parlamentares, C�mara e Senado recuaram e autorizaram o gasto.